sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Escutismo: Movimento Seguro (2) por C.A.P.

Escutismo: Movimento Seguro (II)


A Junta Central lançou, em junho de 2016, a primeira edição do projeto “Escutismo: movimento seguro”, onde o CNE garante a proteção e a segurança dos seus elementos, porque este princípio emana da finalidade e da missão do movimento, desde os tempos do seu fundador, promover a felicidade das crianças e jovens que acolhe e seu desenvolvimento enquanto cidadãos solidariamente ativos nas suas comunidades.
Este documento é composto por quatro áreas temáticas que integram alguns subtemas.

I. Desenvolvimento Individual:
1. Saúde e Bem-estar - vida ao “ar livre” faz com que o exercício físico seja naturalmente realizado, por isso, o tempo de repouso é fundamental e ocorre enquanto, os próprios, confecionam as suas refeições para reporem a energia necessária, aprendendo uns com os outros, fortalecendo o espírito de liderança e de entreajuda.
2. Segurança nas atividades – o Escutismo promove a (auto)educação de crianças e jovens para a autonomia, responsabilidade na aventura, nesta perspetiva, estes desenvolvem o reconhecimento e a gestão do risco, através das atividades proporcionadas onde este é vivido de forma e em ambiente controlado.
3. Utilização segura das tecnologias - neste nosso tempo, o uso das TIC no dia-a-dia, de um modo especial os sistemas portáteis, são ferramentas sem as quais nos seria muito difícil viver, mas de um modo especial os jovens. Ao movimento compete promover a utilização sadia, quer na área das comunicações, da pesquisa e da construção de projetos. Claro que há perigos, e não são poucos, mas como dizia o fundador, temos que olhar sempre o lado bom das coisas.

II. Interligação entre pares:
1. Bullying - com a criação do Sistema de Patrulhas, isto é, da vivência em pequenos grupos, o acolhimento da criança ou do jovem é mais fácil, pois a atribuição, desde a sua chegada, de uma tarefa ou função que contribua para o bem-estar da Patrulha, ela assume-se como uma parte do todo e o todo reconhece-lhe o direito de uma das suas partes. A Patrulha, ele própria, assume-se como uma micro comunidade com regras de funcionamento e de gestão pautadas pelos Valores da Lei e da Promessa do Escuteiro, privilegiando a aprendizagem ativa da vida em sociedade, de forma democrática e solidária.
2. Rituais - os rituais de acolhimento no Movimento pautam-se pela criação de um ambiente sadio e de desinibição dos novos elementos. Os rituais de iniciação ou praxes violentas ou que humilhem ou firam a dignidade humana, não são admissíveis.
3. Relacionamentos afetivos - o relacionamento afetivo de crianças e jovens é parte integrante da formação da personalidade promovida pelo Escutismo, enquadrada no respeito pelos valores transmitidos pelas famílias, da Lei do Escuta e do Programa Educativo do CNE.
4. Privacidade e intimidade - o Escutismo Católico Português promove uma cultura de interpares de respeito pela privacidade e intimidade de cada qual, em todas as circunstâncias.

III. Relação educativa adulto-criança/jovem:
1. Confiança - esta relação educativa pressupõe e promove uma relação de confiança da criança e jovem junto do adulto e deste junto dos mesmos e das respetivas famílias.
2. Disciplina - o Movimento promove um ambiente de ordem e (auto)disciplina, segundo uma pedagogia positiva, promotora de uma consciencialização pessoal das regras de sã convivência.
3. Integridade - a salvaguarda e o respeito pela integridade de crianças e jovens é o núcleo central da missão do dirigente do CNE, sendo o seu exemplo de conduta um elemento fundamental para a perceção da segurança do ambiente escutista nesta área.

III. Adultos no Escutismo:

O Adulto, no CNE, é o dirigente que, identificando-se plenamente com o ideário do Escutismo Católico Português, neste exerce uma ação voluntária em prol da (auto)educação das crianças e jovens. Este adulto, antes de se tornar dirigente, é convidado a fazer, com sucesso, o Percurso Inicial de Formação, de duração até dois anos ou três, e depois, tem ao seu dispor um conjunto de ações de formação contínua e de especialização em alguns percursos formativos. 

Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 06 dezembro 2019 no jornal diário "Correio do Minho"

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