sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Escutismo: Movimento Seguro (6)

Escutismo: Movimento Seguro (VI)


Nesta quinta crónica, vamos dar a conhecer O Código de Conduta do Adulto no Corpo Nacional de Escutas cujos destinatários são, naturalmente os dirigentes, candidatos a dirigente, auxiliares e profissionais do CNE.
No escutismo, o adulto, na sua missão de educador, é permanentemente escrutinado, imitado e sujeito a uma apreciação crítica, enquanto exemplo e modelo de vida para crianças e jovens.
Dele se espera que ilustre, com as suas atitudes e comportamentos, os valores professados pelo escutismo católico, onde se privilegia a pessoa, depois o pequeno grupo e a comunidade, tendo sempre presente as seguintes sete máximas enquadradoras, sob o ponto de vista das vivências: atuar junto dos jovens de forma aberta e visível; adequar a relação educativa à idade da unidade; ser positivo nas conversas que tem com os jovens; ter equipas de animação compostas por elementos de ambos os sexos; reconhecer os seus sentimentos e identifique os sentimentos dos outros; analisar cada situação antes de agir e preservar a sua dignidade.

Comportamentos a adotar

Aplicar corretamente o sistema de patrulhas e o método do projeto como formas de promover a proteção de crianças e jovens.
Promover a autonomia e capacitação do escuteiro como reforço das suas estratégias de proteção individual através do programa educativo.
Promover a redução dos fatores de risco e reforçar os de proteção da criança e do jovem.
Identificar riscos e definir estratégias preventivas a aplicar nas atividades escutistas.
Ser modelo e exemplo dentro e fora do escutismo.
Não discriminar, negativa ou positivamente, nenhuma criança ou jovem.
Respeitar cada escuteiro na sua dignidade, aceitando as suas opiniões e interesses, e permitindo-lhe conservar o seu espaço pessoal, intimidade, bens e informões pessoais.
Facilitar a integração de todos na unidade, acolhendo e valorizando a diferença.
Reconhecer a possibilidade das suas ões poderem ser incorretamente interpretadas.
Agir sempre de acordo com a Lei e a Promessa.
Garantir condições de privacidade para rapazes e raparigas, bem como para dirigentes.
Criar um ambiente onde os jovens se sintam confortáveis a expressar os seus receios.
Conhecer os próprios limites e não expor nenhum escuteiro a situações ou perigos desnecessários.
Transporte privado no contexto das atividades escutistas após a devida autorização pelos encarregados de educação.
Não permitir situações que encorajem o bullying.
Manter contacto com os pais ou encarregados de educação ao longo do ano escutista, de modo a promover uma intervenção educativa em rede.
Assegurar que sempre um mero de dirigentes adequado ao número de elementos presentes numa atividade.
Adequar o contacto físico com os jovens às diferentes circunstâncias.
Partilhar preocupações com outros dirigentes.
Balancear a dedicação entre o trabalho, a família e o escutismo de forma adequada.

Comportamentos a evitar

Marcar ou ter encontros isolados com um escuteiro. Caso haja necessidade de uma conversa privada, procurar um espaço público.
Contacto físico exagerado.
Transportar sozinho um jovem escuteiro.
Utilizar linguagem de cariz sexual.
Favoritismos, exclusões ou regimes disciplinares agressivos.
Colocar-se em situações que possam dar origem a suspeitas ou falsas acusações.

Comportamentos excluídos

Dormir na mesma tenda que os escuteiros.
Visualizar conteúdos inadequados.
Consumir, promover ou permitir o consumo de substâncias ilegais e aditivas.
Praticar, promover ou permitir comportamentos ilegais.
Praticar, promover ou permitir comportamentos perigosos para os próprios ou para terceiros.
Adotar comportamentos ou usar linguagem, conversas e gestos que podem ser sentidos como agressivos, humilhantes, ameaçadores, ofensivos, discriminatórios ou de cariz sexual.
Banalizar situações de abuso.
Envolver-se em relações amorosas com um escuteiro.

Esta listagem de comportamentos não é um corpus fechado, mas um quadro de referência geral, onde o adulto pode enquadrar a sua maneira de agir, em função da sua personalidade e das suas responsabilidades.

Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 31 de janeiro 2020 no jornal diário "Correio do Minho"

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