Escutismo: Movimento Seguro (VI)
Nesta quinta crónica, vamos dar a conhecer O Código de Conduta do Adulto no Corpo Nacional de Escutas cujos destinatários são, naturalmente os dirigentes, candidatos a dirigente, auxiliares e profissionais do CNE.
No escutismo, o adulto, na sua missão de educador, é permanentemente escrutinado, imitado e sujeito a uma apreciação crítica, enquanto exemplo e modelo de vida para crianças e jovens.
Dele se espera que ilustre, com as suas atitudes e comportamentos, os valores professados pelo escutismo católico, onde se privilegia a pessoa, depois o pequeno grupo e a comunidade, tendo sempre presente as seguintes sete máximas enquadradoras, sob o ponto de vista das vivências: atuar junto dos jovens de forma aberta e visível; adequar a relação educativa à idade da unidade; ser positivo nas conversas que tem com os jovens; ter equipas de animação compostas por elementos de ambos os sexos; reconhecer os seus sentimentos e identifique os sentimentos dos outros; analisar cada situação antes de agir e preservar a sua dignidade.
Comportamentos a adotar
• Aplicar corretamente o sistema de patrulhas e o método do projeto como formas de promover a proteção de crianças e jovens.
• Promover a autonomia e capacitação do escuteiro como reforço das suas estratégias de proteção individual através do programa educativo.
• Promover a redução dos fatores de risco e reforçar os de proteção da criança e do jovem.
• Identificar riscos e definir estratégias preventivas a aplicar nas atividades escutistas.
• Ser modelo e exemplo dentro e fora do escutismo.
• Não discriminar, negativa ou positivamente, nenhuma criança ou jovem.
• Respeitar cada escuteiro na sua dignidade, aceitando as suas opiniões e interesses, e permitindo-lhe conservar o seu espaço pessoal, intimidade, bens e informações pessoais.
• Facilitar a integração de todos na unidade, acolhendo e valorizando a diferença.
• Reconhecer a possibilidade das suas ações poderem ser incorretamente interpretadas.
• Agir sempre de acordo com a Lei e a Promessa.
• Garantir condições de privacidade para rapazes e raparigas, bem como para dirigentes.
• Criar um ambiente onde os jovens se sintam confortáveis a expressar os seus receios.
• Conhecer os próprios limites e não expor nenhum escuteiro a situações ou perigos desnecessários.
• Transporte privado no contexto das atividades escutistas só após a devida autorização pelos encarregados de educação.
• Não permitir situações que encorajem o bullying.
• Manter contacto com os pais ou encarregados de educação ao longo do ano escutista, de modo a promover uma intervenção educativa em rede.
• Assegurar que há sempre um número de dirigentes adequado ao número de elementos presentes numa atividade.
• Adequar o contacto físico com os jovens às diferentes circunstâncias.
• Partilhar preocupações com outros dirigentes.
• Balancear a dedicação entre o trabalho, a família e o escutismo de forma adequada.
Comportamentos a evitar
• Marcar ou ter encontros isolados com um escuteiro. Caso haja necessidade de uma conversa privada, procurar um espaço público.
• Contacto físico exagerado.
• Transportar sozinho um jovem escuteiro.
• Utilizar linguagem de cariz sexual.
• Favoritismos, exclusões ou regimes disciplinares agressivos.
• Colocar-se em situações que possam dar origem a suspeitas ou falsas acusações.
Comportamentos excluídos
• Dormir na mesma tenda que os escuteiros.
• Visualizar conteúdos inadequados.
• Consumir, promover ou permitir o consumo de substâncias ilegais e aditivas.
• Praticar, promover ou permitir comportamentos ilegais.
• Praticar, promover ou permitir comportamentos perigosos para os próprios ou para terceiros.
• Adotar comportamentos ou usar linguagem, conversas e gestos que podem ser sentidos como agressivos, humilhantes, ameaçadores, ofensivos, discriminatórios ou de cariz sexual.
• Banalizar situações de abuso.
• Envolver-se em relações amorosas com um escuteiro.
Esta listagem de comportamentos não é um corpus fechado, mas um quadro de referência geral, onde o adulto pode enquadrar a sua maneira de agir, em função da sua personalidade e das suas responsabilidades.
Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 31 de janeiro 2020 no jornal diário "Correio do Minho"
Outros artigos neste LINK
artigo publicado a 31 de janeiro 2020 no jornal diário "Correio do Minho"
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