terça-feira, 30 de maio de 2023

O barco, símbolo da Igreja e da nossa história

O barco, símbolo da Igreja e da nossa história
Homília proferida na Vigília de Pentecostes, nos 100 anos do CNE


(No início, mostramos um barco de papel, dizendo que naquele barco está a nossa vida)

As barcas estão seguras, atracadas no porto, mas não foi para isto que foram construídas. Foram feitas para a navegação e também para enfrentarem as tempestades. Cada um de nós, está a navegar, em alto-mar! O nosso lugar não está nos sucessos e nos resultados triunfais, mas numa barca em alto-mar, no mar aberto, em que antes ou depois, durante a navegação da vida, surgirão águas agitadas e ventos contrários.

1. OS VOSSOS ANCIÃOS TERÃO SONHOS E OS VOSSOS JOVENS TERÃO VISÕES (da I leitura, a Profecia de Joel)

O Corpo Nacional de Escutas CNE tem como um imenso trunfo: a sua intergeracionalidade interna, colocando adultos, de variadas idades, a caminhar com as crianças, os adolescentes e os jovens, acompanhando-os, desafiando-os. Os nossos dirigentes ainda sonham? E os nossos jovens escuteiros desejam transformar o mundo à luz do Evangelho?

Contudo, não basta só sonhar nem só desejar transformar o mundo. Não basta sonhar com o que virá amanhã. Claro que todos temos necessidade de sonhar. Quem não sonha morre. É fundamental dar sonho à vida, mas o decisivo é dar – hoje – vida aos nossos sonhos. A tentação é fugir do presente para o passado ou para o futuro, mas tendemos em recusar viver o hoje e, assim, acrescentamos dias à vida, mas não vida aos dias.

Todavia, é aqui e agora, a celebrar o centenário do CNE, que somos chamados a dar forma ao sonho de Jesus Cristo. Ora, porque nem sempre assim, ou seja, não raras vezes, estamos a sonhar com o que virá amanhã, esquecendo de saborear inteiramente o hoje vamos cortar duas partes deste barco.

2. O PENTECOSTES: TU ÉS MORADA DE DEUS

Jesus Cristo faz de nós protagonistas. Cada um com a sua diferença e diversidade. Ele deixa o seu Sonho nas mãos de gente inábil, talvez incapacitada, mas gente que vai fazendo o seu caminho. Nós recebemos dons uns dos outros, fortalecemo-nos uns aos outros neste caminho que é movido pelo Espírito Santo. Nós temos mais capacidades do que nós pensamos. Nós construímos o sonho de Jesus Cristo quando, conscientes de sermos morada de Deus, percebemos que há milagres na ponta das nossas mãos, no interior das nossas palavras, na capacidade de cuidar. Isso é o Espírito Santo em ação.

Porém, nem sempre é assim. Por vezes, ficamos a vida toda a achar que não somos capazes disto e daquilo e esquecemo-nos que somos morada de Deus. Então, cortemos mais uma parte do barco.

3. CRUZ, O COLETE SALVA-VIDAS

O que acontecerá a um barco que esteja nestas condições? Irá afundar-se! O que é que os barcos têm para salvar os tripulantes quando está prestes a afundar-se? (uma pausa de segundos) um colete salva-vidas! E quem é esse colete salva-vidas para nós? (abrimos o colete e vemos uma Cruz). Abrirá em forma de Cruz. O nosso colete salva-vidas é Jesus Cristo. Iluminados por Jesus Cristo, a nossa missão é ser luz (ser colete salva-vidas) na vida de outros.

Deus não atua pela nossa vez, não nos livra das tempestades, mas apoia-nos no meio delas. E não é pelo amainar do vento, nem pelo fim dos problemas. Não atua no meu lugar, mas juntamente comigo, não para me poupar à tempestade, mas para me dar força dentro da tempestade. Assim, a nossa atitude é aguentar e não deixar cair os braços, pegar no balde para tirar a água e continuar a remar.

O amor tem a forma da cruz pascal.

+ José Manuel Cordeiro

Arcebispo Metropolita de Braga 


Folhinha interparoquial nº 810 de 29 de maio a 4 de junho 2023

Folhinha interparoquial nº 810 de 29 de maio a 4 de junho 2023

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este

Intenções das missas e informações das 3 paróquias:




segunda-feira, 22 de maio de 2023

domingo, 21 de maio de 2023

Desafios do Centenário do Corpo Nacional de Escutas

 A Cidade de Braga acolhe no fim de semana de 27 e 28 de maio o centenário do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, trazendo até á cidade, mais de 22 mil Escuteiros, provenientes de norte a sul de Portugal continental e ilhas.

Vêm a Braga comemorar o centenário do nosso movimento, que foi fundado nesta nossa cidade a 27 de maio de 1923.
Braga vai ver as suas ruas e praças, cheias de crianças e jovens Escuteiros, irão concerteza criar um pouco de rebuliço, mas também irão trazer, alegria, esperança, divertimento,....
A nossa Cidade saberá bem acolher estas crianças, jovens e adultos, que vivem e partilham em conjunto o mesmo espírito e ideal escutista, o orgulho em pertencer ao CNE e a alegria de ser Escuteiro.
Neste fim de semana que as montras das lojas, as varandas e janelas das casas, "respirem" escutismo, com símbolos e decorações com elementos escutistas. Que os nossos escuteiros que já não se encontram no activo, possam nesse dia ostentar com orgulho o lenço que um dia receberam e recordar com saudade, que também um dia assumiram o mesmo compromisso para a vida. Que neste dia de centenário gritemos em uníssono: PARABÉNS CNE, PARABÉNS ESCUTEIROS
Alberto Coelho
Chefe do Agrupamento n° 810
Divino Salvador de Nogueiró -Braga







domingo, 14 de maio de 2023

Folhinha interparoquial nº 808 de 15 a 21 de maio 2023

Folhinha interparoquial nº 808 de 15 a 21 de maio 2023

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
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segunda-feira, 8 de maio de 2023

Folhinha interparoquial nº 807 de 8 a 14 de maio 2023

Folhinha interparoquial nº 807 de 8 a 14 de maio 2023

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- Divino Salvador de Nogueiró.
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terça-feira, 2 de maio de 2023

“No Limiar do Segundo Século do CNE (V)"

No Limiar do Segundo Século do CNE (V)"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 28 de abril 2023 no jornal diário "Correio do Minho"

Continuemos, pois, a acompanhar o texto do Padre Benjamim Salgado que em a “Radiosa Floração” nos conta, na primeira pessoa, o momento mais crítico do Escutismo Católico Português, quando, por ação do Governo, o Corpo de Scouts Católicos Portugueses foi remetido para a clandestinidade, isto é, sem base jurídica para o sustentar.

Mas, como diz o povo, na sua sabedoria ancestral a acalmia antecede sempre uma grande desgraça, e ao Corpo de Scouts Católicos Portugueses aconteceu o mesmo, de pois de aproximadamente um ano após a sua fundação, parecia que tudo corria de “vento em popa”, sobretudo quando o governo, através do «Decreto n.º 9729 • Publicado em 26 de Maio de 1924, ratifica a autorização que o C. N. E. já adquirira de procurar atingir os seus fins, dentro da legalidade.

Este foi o tempo em que se desencadeou um aceso debate que culminaria com a afirmação de destruir o Movimento do Escutismo Católico Português, lembrando o massacre das crianças de Belém determinado por Herodes. Então vejamos:
«C.N.E. no Senado • É fado das grandes obras saírem da sua crisálida através dum caminho de perseguição. Foi a sorte do C. N. E.
Em 12 de Julho de 1923, o Sr. Pereira Osório insurge-se em pleno Senado contra o Escutismo apenas nascido. Fundamenta o seu protesto numa suposta feição militar que teria o C. N. E. e ainda na sua urdidura católica que o opositor engloba na desifração de “fins um pouco tenebrosos”. Este protesto ecoou e causou pânico no próprio Ministério do Interior, onde o Sr. Sá Cardoso, ministro de então, se comprometeu a retirar a assinatura do decreto super-referido, apresentando desculpas e explicações.
O caso foi faladíssimo. A imprensa sectária explorou o escândalo e a católica procurou pôr os pontos nos ii.
Foi Mgr. Dias de Andrade que, também no Senado, defendeu a legalidade e o direito à vida do Scouting Católico de então.
Esses ataques contra o Escutismo Católico surgiam igualmente das barricadas dos escuteiros neutros, para os quais e fundamentados no decreto n.º 3.120-B. de 10 de Maio de 1917, que aprovou o regulamento do A.E.P., nenhum escutismo confessional poderia existir ( ! ).
Eis senão quando … A exploração jacobina do momento assaz confuso e o espírito menos escutista de certos Escuteiros de então (vid. Novidades de 19-6-19241 14-6-1927 e Diário do Minho de 18-6-1924; a Época de 14-6-1924 etc), conseguiram que o Ministro Sá Cardoso, em 12 de Junho de 1924, conseguisse a invalidação dos documentos a cima citados e que eram a garantia jurídica do Escutismo Católico nascente.

A imprensa católica de então - honra lhe seja! - pôs em evidência a improcedência deste decreto facioso, tendencioso, bem como a injustiça com que estava sendo tratada pelas Autoridades uma Organização que só tinha por finalidade a melhor formação da juventude de Portugal.
Que tempos esses!» (desabafa o autor)
De facto, o «Decreto 9:791 (publicado no Diário do Governo de12 de junho de 1924, no seu sumário reza o seguinte) Considera sem efeito o decreto nº. 9:729, que aprovou os estatutos do corpo de Scouts católicos portugueses, com sede em Braga, bem como a portaria de 23 de Novembro de 1923 e o alvará a que na mesma se alude.»

O preambulo deste Decreto tem quatro considerandos, sendo que o primeiro faz referência ao «Decreto nº. 3:120-B, de 10 de Maio de 1917, que aprovou o regulamento da Associação dos Escoteiros de Portugal (...)»; o segundo considera que «existindo no país a Associação dos Escoteiros de Portugal, legalizada lelo citado decreto nº. 3:120-B, a criação dum novo núcleo de associativo desta natureza, quando funcionando desarticuladamente a respeito dessa colectividade, traria uma desarticulação de esforços (...); o terceiro considera que: «pela letra clara e expressa do decreto nº. 3:120-B, de 10 de Maio de 1917, a sanção do Poder Executivo só poderia naturalmente exercer-se cumprindo-se o que esse decreto preceitua»; finalmente, o dos considerandos diz que: «são legítimas as ponderações apresentadas pela Associação dos Escoteiros de Portugal, que sob o ponto de vista de legal se baseiam na doutrina expendida neste decreto e sob o ponto de vista moral revestem uma aceitável exposição quando salientam os graves inconvenientes de carácter scisionista que daí podem advir, conjugados gravemente com a parcialidade ideológica, que de forma alguma deve adulterar o fim altruísta a que colectividades desta natureza visam».

No meio desta facciosa argumentação, o Corpo de Scouts Católicos Portugueses, com base numa exposição/queixa apresentada pela Associação dos Escoteiros de Portugal, foi extinto. Contudo o mesmo Governo, que nesta área “governava ou navegava” ao sabor dos ventos, sem qualquer norte de isenção, esquecera-se que, desde 10 de março de 1914, na cidade do Porto funcionava uma outra associação escutista chama União Adueiros de Portugal, legalizada em 1919.
Senhor que tempos estes!



Folhinha interparoquial nº 806 de 1 a 7 de maio 2023

Folhinha interparoquial nº 806 de 1 a 7 de maio 2023

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este

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