Folhinha Interparoquial nº 710 de 26 de abril a 2 de maio de 2021
Paróquias de:- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:
Folhinha Interparoquial nº 710 de 26 de abril a 2 de maio de 2021
Paróquias de:“Uma Oportunidade de Regresso às Origens”
Das regras vigentes para o
desconfinamento destacam-se os pequenos grupos de 6 elementos na restauração,
na atividade física em grupo, bem como a pequena taxa de ocupação de espaços
para celebrações religiosas ou espetáculos culturais, por forma a manter-se o
afastamento social, também recomendado.
Naturalmente que a etiqueta social também
se mantém em vigor, sendo que o álcool-gel e máscara são dois “compagnons
de route”
imprescindíveis na nossa vida quotidiana, alguns até personalizados a nosso
gosto ou à circunstância.
O escutismo não pode esquecer estas
normas, bem pelo contrário, deve incrementá-las e, desta forma, aproveitar a
oportunidade para revisitar as origens.
Recordemos que Baden-Powell, no primeiro
acampamento escutista realizado no verão de 1907, na ilha de Brownsea, no sul
de Inglaterra, organizou o campo com 4 pequenos grupos (patrulhas), sendo, cada
um deles composto por 5 elementos, um do quais era o líder: “o guia patrulha”.
Estes guias reuniam com os adultos para trabalharem os conteúdos de modo que
estes fossem capazes de ser os instrutores dos restantes membros da patrulha.
Só depois se faziam os jogos entre patrulhas para se apurar a destreza dos
jovens na aplicação desses conteúdos a novas realidades, mas também ao
desenvolvimento do “espírito de patrulha”, isto é, a união e entreajuda no seio
da patrulha, pois a performance da equipa sobrepõe-se a performance individual,
bem como a assunção das funções e competências de cada um dos membros.
Hoje, já que temos de viver as nossas
reuniões, encontros ou atividades em pequenos grupos, devemos aproveitar estas
situações, impostas pelo combate à pandemia, não como um problema em si, mas
antes como uma oportunidade para que todos nós (adultos, crianças e jovens)
possamos aprofundar a vivência do sistema de “patrulhas” e de “conselhos”. Esta
é a designação dada às reuniões onde os jovens são chamados a apresentar, por
patrulha, os seus projetos de atividades, onde eles próprios, e só eles, podem escolher,
por votação, a atividade que vão desenvolver e constituindo pequenas equipas de
especialidade que programam as diversas fases e momentos da atividade que vão
viver, desde o reconhecimento do local, da escolha do material adequado, das
ementas e dos respetivos víveres até toda a logística de transporte e
acomodação de pessoas e bens, da atribuição de tarefas individuais e coletivas,
até ao modelo de avaliação da atividade.
Depois das fases de escolha e de
preparação da atividade, tendo passado algumas semanas ou meses, dependendo do
grau de complexidade e exigência, entra-se na fase da realização, ou vivência da
atividade, onde se observa a aplicação das aprendizagens a situações do
quotidiano, tantas vezes trabalhadas na fase anterior. É a alegria de ver que o
esforço produzido na preparação deu os seus frutos, ainda que, aqui ou ali,
tomemos consciência que podíamos ter feito mais e melhor.
Terminada a aventura há que cuidar do
material para que esteja pronto para a próxima, seguindo-se o momento da
avaliação de forma individual, seguido da partilha em patrulha e depois cada
guia de patrulha leva a conselho de guias as avaliações dos pequenos grupos e
consolida-se a avaliação final da atividade.
Desta, deve resultar o reconhecimento do
progresso individual de cada elemento bem como as recomendações de melhoria
para atividades futuras.
Em tempos normais este processo
culminaria com uma confraternização entre todos os elementos da Secção, para a
qual também eram convidadas as famílias dos jovens onde os guias apresentavam
as conclusões da avaliação e os resultados obtidos e o chefe de Unidade
aproveita para evidenciar o progresso realizado, entregando, se fosse o caso,
as respetivas insígnias. O encontro terminaria com um pequeno lanche preparado
pelas patrulhas.
Hoje, este “happy end” deverá ser
realizado em cada uma das patrulhas, reunidas presencialmente, mas em espaços
diferentes, estando ligadas entre si de forma digital, assim como os seus
familiares. Claro que não será um momento tão efusivo, temos que ter presente
as palavras de Fernando Pessoa: “mas o melhor do mundo são as crianças”
e, por isso, a primeira obrigação de todos nós é a sua proteção.
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Folhinha Interparoquial nº 709 de 19 a 25 de abril de 2021
Paróquias de:Folhinha Interparoquial nº 708 de 12 a 18 de abril de 2021
Paróquias de:“Primavera de Esperança”
A primavera, até porque sucede ao
inverno, é sempre um tempo de esperança. A natureza renasce, após um período de
hibernação, marcando um novo ciclo de vida que todos desejamos melhor que o ano
anterior. No caso concreto desta primavera este desejo é ainda maior porque o
outono anterior foi “produtivo” da disseminação do coronavírus e as
consequências foram as que conhecemos e nos marcaram profundamente.
A primavera surgiu com a esperança da
vacinação e com uma estratégia de combate à propagação da covid-19 que mostrou
eficácia e logo todos sonhamos com um desconfinamento cuidado e acompanhado,
para evitar a repetição dos erros cometidos. Cada um de nós parece mais
consciente que evitar o contágio depende muitíssimo mais do “eu” do que do
“outro” e, deste modo, a nossa esperança parecer assentar sobre bases mais
sólidas do que há 10 meses quando iniciamos o primeiro desconfinamento. Nessa
altura parecíamos uns “super-heróis” imunes a tudo, todos conhecemos o “período
das trevas” consequência desses comportamentos que agora a maioria dos
portugueses parece rejeitar.
No escutismo também estamos a preparar
este desconfinamento, enquanto movimento de educação não formal, segundo a
terminologia usada pela ONU, decidiu-se que se utilizaria o calendário estabelecido
para o ensino básico e para o ensino secundário, pelas competentes entidades
públicas, por ser aquele que cobre as mesmas faixas etárias de lobitos e exploradores
e pioneiros e caminheiros.
Claro que temos consciência que as
escolas e os agrupamentos são realidades completamente distintas onde
praticamente apenas estas faixas são o elemento comum além serem público alvo
da escola e do escutismo, crianças, adolescente jovens e jovens adultos. Todos
sabemos que a frequência da escola no 1º, 2º e 3º ciclos e secundário é
obrigatória enquanto no escutismo esta presença é livre e voluntária. A escola,
enquanto organização nacional depende, apesar dos inúmeros progressos
verificados, de um modelo hierárquico muito vertical, construído de cima para
baixo, sendo que o poder emana da hierarquia para a base, enquanto no escutismo
a sua força motriz está na base, isto é, nos agrupamentos, estando as
estruturas de núcleo, regional e nacional ao serviço destas.
Da mesma forma, é o Ministério da
Educação que define programas, conteúdos, métodos de avaliação e ainda promove
uma aferição do sistema. No escutismo isto não acontece assim, há um programa
educativo que baliza o método escutista, onde se estabelecem os objetivos
finais de dada uma das quatro Secções, mas são os lobitos, os exploradores, os pioneiros
e os caminheiros que escolhem os percursos educativos, as atividades e os jogos
que os sustentam e que procedem à avaliação entre pares do progresso (individual
e coletivo) conseguido. Dentro de cada Secção os elementos não estão agrupados
nem por grupos de idades nem por níveis de conhecimentos, mas apenas se constituem
na célula base da Unidade, pequeno grupo a que chamamos: bando, patrulha,
equipa e tribo.
Neste momento, cada uma das Secções,
está a preparar o seu plano de desconfinamento, recorrendo a uma das
plataformas digitais de comunicação simultânea, para realizar reuniões de
patrulha, de conselho de guias, de pais e da equipa de animação, para verificar
se há condições para iniciar atividades presenciais, preferencialmente ao ar
livre ou na sede, uma sala para cada patrulha, capaz de suportar as exigências
do distanciamento social, arejada, limpa e desinfetada e com os materiais
recomendados. O nível central do CNE preparou e distribuiu por todos os
agrupamentos brochuras que permitem aos dirigentes observarem se todas as
condições necessárias determinadas pela DGS são observadas.
Depois destes trabalhos preparatórios, o
órgão executivo do Agrupamento reúne-se e elabora o plano de contingência, a
partir de documento base previamente distribuído pelos serviços centrais do
movimento, que depois de aprovado será distribuído pelos adultos das equipas de
animação de cada Secção e por todos os guias das quatro Secções. Serão ainda
copiados cartazes para afixar em todas as salas e espaços utilizados quer por
crianças e jovens quer por adultos.
Uma vez por mês, nas reuniões dos
conselhos de guias, de equipas de animação e de Agrupamento, estes documentos serão
revisitados e estão sujeitos, de forma permanente a um processo de melhoria.
Temos consciência que nós não dependemos só de nós, mas sabemos que todos os
outros podem sofrer com a desatenção de cada um de nós.
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Folhinha Interparoquial nº 707 de 6 a 11 de abril de 2021
Paróquias de: