segunda-feira, 23 de maio de 2022

Folhinha interparoquial nº 763 de 23 a 29 de maio 2022

Folhinha interparoquial nº 763 de 23 a 29 de maio 2022

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:



Semana de Oração no Mês de Maria

Os Escuteiros de Nogueiró, iniciam hoje, segunda-feira 23 maio ás 20:30h e até Sexta-feira a sua semana de oração, na orientação do terço, durante o mês de Maria, na paróquia de Nogueiró.
Estão todos convidados, escuteiros, pais, familiares, amigos, comunidade.... a estarem connosco neste momento de oração, na Igreja Paroquial de Nogueiró às 20:30h.
Apareçam


 

domingo, 22 de maio de 2022

O Escutismo é Simples

por: Carlos Alberto Lopes Pereira

artigo publicado a 13 de maio 2022 no jornal diário "Correio do Minho"


O título desta crónica foi retirado de um livro muito especial que Baden-Powell escreveu para os dirigentes escutistas: “Auxiliar do Chefe-Escuta”, sendo o primeiro manual de formação para os adultos. No preâmbulo que escreveu para o livro tem duas afirmações interessantes para, do ponto de vista do fundador caraterizar a sua obra: «O Escutismos não é uma ciência abstrusa ou difícil: é um jogo divertido, se o encararmos como deve ser. Ao mesmo tempo é educativo, e, como o perdão, tende a beneficiar tanto quem o concede como quem que o recebe» e «O termo “Escutismo” acabou por significar um sistema de preparação para a cidadania, por meio de jogos, para rapazes e raparigas».

Este livro foi escrito a partir das notas que B.-P. fez para a realização de um curso para dirigentes que o fundador realizou pouco antes da primeira guerra mundial, tendo sido publicado em 1920, como nos conta J. S. Wilson na introdução que fez para a edição da Fraternidade Mundial, em 1944. Este dirigente, na qualidade de Chefe de Campo do Parque de Gilwell, o centro escutista ligado à formação de dirigentes, teve a oportunidade de colaborar com o fundador na preparação da nova edição de 1929, quando o Movimento celebrava a maioridade.
Este colaborador de Baden-Powell tem, neste nesta introdução, uma afirmação interessante: «É firme crença minha que o Escutismo de todo o mundo precisa de regressar à primitiva ideia simples de encarar a obra como um jogo que ajudará o rapaz a desenvolver-se com o mínimo possível de fiscalização adulta. Se nós, que escolhemos a elevada função de sermos seus orientadores, nos propusermos na nossa vida diária e em todas as atividades escutistas LEMBRARMO-NOS DO RAPAZ, realizaremos melhor a nossa missão e melhores resultados alcançaremos.»

Como é atual este conselho e como seria útil, nos nossos dias e no CNE, que todos os que têm a responsabilidade na formação dos dirigentes, como tinha J. S. Wilson, o adotassem como orientação basilar para as suas linhas de ação na formação dos adultos.

Na parte I – «Modo de educar o rapaz», no primeiro capítulo, sob o título: “O Chefe-Escuta”, Baden-Powell tem a seguinte reflexão:

«Como palavra preliminar de consolação a futuros Chefes-Escutas gostaria de contraditar o errado conceito corrente de que, para ser Chefe-Escuta eficaz, o adulto precisa de ser um sábio – um sabe-tudo. Nada disso.
Tem de ser apenas um homem-rapaz, isto é:
1. Precisa de estar animado do espírito do rapaz; e precisa de ser capaz de se colocar ao nível dos rapazes, em primeiro lugar.
2. Precisa de compreender as necessidades, modos de ver e aspirações das diferentes idades da juventude.
3. Precisa de tratar mais com o rapaz individualmente do que com a massa.
4. Precisa de promover o espírito de corpo entre os seus rapazes, para alcançar melhores resultados.»

Também no terceiro capítulo, desta parte primeira: “O Escutismo”, depois de uma breve introdução, logo no primeiro ponto sob o título «O Escutismo é Simples», que adotamos para crónica, o fundador escreve: «A um estranho, o Escutismo, à primeira vista, há-de parecer coisa complicada, e há provavelmente muitos homens que desistem de se tornarem Chefes-Escutas devido ao número e variedade enorme de coisas que julga necessário saber para ensinar aos rapazes. Mas tal não é preciso, se se compreenderem os seguintes pontos:

1. A finalidade do Escutismo é perfeitamente simples.
2. O Chefe-Escuta incute no rapaz a ambição e o desejo de aprender por si, sugerindo-lhe atividades que lhe agradam e a que ele se dedica, até que, com a prática, as executa bem.
3. O Chefe-Escuta opera por intermédio dos Guias de Patrulha.»
De facto, ainda hoje, a Constituição Mundial do Escutismo, define a finalidade do escutismo da seguinte forma: «O Movimento escutista tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se plenamente no que respeita às suas possibilidades físicas, intelectuais, afetivas, sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e quer, ainda, como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais.»

Finalmente, o fundador em “Auxiliar do Chefe-Escuta” (p.48) alerta-nos para «o objetivo mais importante na formação do escuta – educar; não instruir, reparem bem, mas educar, isto é, levar o rapaz a aprender por si, espontaneamente, aquelas as coisas que contribuem para lhe formar o caráter».

Nota: sempre que se lê “rapaz” deve ler-se “rapariga e rapaz”.



quarta-feira, 11 de maio de 2022

Folhinha nº 762 de 9 a 22 de maio 2022

 Folhinha interparoquial nº 762 de 9 a 22 de maio 2022

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:



segunda-feira, 2 de maio de 2022

Folhinha interparoquial nº 761 de 2 a 8 de maio 2022

Folhinha interparoquial nº 761 de 2 a 8 de maio 2022

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:



Revisitando a VII Conferência do Escutismo Católico

por: Carlos Alberto Lopes Pereira

artigo publicado a 29 de abril 2022 no jornal diário "Correio do Minho"


Esta Conferência teve como tema «Escutismo e Apóstolado» e reuniu-se em Roma nos dias 7 e 8 de junho de 1952. A Conferência tinha dois grandes objetivos: por um lado, aprofundar a utilização dos princípios de educação escutista na formação e desenvolvimento da fé de crianças e jovens à luz das novas linhas de ação da Igreja daqueles tempos. Por outro lado, aprofundar o conhecimento e as práticas entre os dirigentes católicos de outros cantos do mundo. De modo a estabelecer uma rede do Escutismo Católico no mundo, para desenvolvimento de linhas de ação entre as diversas associações inspiradas pela vivência do catolicismo.

Como a reunião se realizou em Roma e o Papa Pio XII dirigiu aos participantes nos seguinte termos:

«Escolhestes Roma, queridos filhos, para local da reunião da Conferência Internacional do Escutismo Católico e é a primeira vez que os vossos dirigentes nacionais se reúnem na cidade eterna. (...) Todos sabemos, na verdade, que desde o princípio a religião ocupou no movimento o primeiro lugar. Mas também tendes consciência de quanto o catolicismo traz de força e precisão à obra educadora a que vos consagrais. Para vós não se trata unicamente de formar cidadãos melhores, mais ativos, mais dedicados ao bem comum da cidade temporal, também é preciso melhores filhos da Igreja. Ora, na Igreja católica, a missão apostólica passa da hierarquia aos fiéis e nos nossos dias todos os fiéis são chamados a colaborar neste apostolado nos meios em que vivem.

Os rapazes, para sermos exatos, não estão em idade de fazer apostolado organizado, mas devem ser preparados para isso.

A experiência de cerca de trinta anos demonstrou largamente o valor formativo do Escutismo. Quantas belas figuras de grandes cristãos, de heróis e de chefes, quantas vocações religiosas e sacerdotais nasceram nas suas unidades. Contudo, atentos a combater os possíveis desvios, revistes continuamente os métodos e recordastes os princípios. Se o escuteiro ama a natureza, não é simplesmente para nela gozar o espaço, o ar puro, o silêncio, a beleza da paisagem; nela toma gosto pela simplicidade, por uma rudeza sã em oposição à vida artificial das cidades e à escravização da sociedade mecanizada, não é para fugir à obrigações da vida civil. Se cultiva boas amizades num grupo escolhido não para recusar os contactos e os serviços. Muito pelo contrário. Nada estaria mais longe do seu ideal. Se gosta das realidades concretas, também não é por desprezo pelas ideias e pelos livros. Tem a preocupação de uma cultura completa e harmoniosa em relação às suas capacidades e necessidades atuais. Para atingir esse fim, a Promessa de cumprir a Lei com a graça de Deus é uma poderosa alavanca que eleva a juventude acima de fraquezas e tentações. Com base nos fundamentos da lei natural, a Lei escutista pela educação do esforço, pela prática quotidiana de voluntárias boas ações, apela para a retidão e para a felicidade por que os jovens tanto anseiam e procuram cultivar aceitando de boa vontade a ajuda de outrem. Fá-los adquirir o horror da fraude, da mentira, da dissimilação.

Os jovens, porque sentem crescer as suas forças, são naturalmente generosos; querem lutar, medir-se com as dificuldades; experimentam a necessidade de dar, de se darem, de ultrapassarem e encontrem na prática da vida ao ar livre e no exercício da habilidade manual um alimento adaptado à sua idade. A pureza, favorecida por este clima moral, é-lhes assim claramente definida e dá à sua energia a reserva e a delicadeza cristãs.

Quem poderia negar a oportunidade de uma educação como esta numa civilização onde reinam o egoísmo, a desconfiança, a cobardia, o amor desenfreado pelo prazer? (...)
Mas esta formação deve ser aberta às realidades socias, naturais e sobrenaturais desde a idade mais jovem, por meio dos métodos concretos de observação e reflexão que lhes convêm. Devem aprender a viver na sociedade moderna e para isso devem ser prudentemente informados das suas estruturas, qualidades e defeitos. Devem preparar-se principalmente para no meio e comunidade paroquial exercerem a influência e assumirem a responsabilidades de que são capazes.

Numa palavra, a formação do caráter, que é a finalidade principal do Escutismo, deve ter uma orientação francamente social e apostólica- Deve preparar para servir o próximo nos contactos pessoais e ao mesmo tempo nas instituições civis e religiosas.»
A intervenção do Papa foi um pouco mais longa, mas aqui fica o essencial, que pela sua atualidade ainda pode ser muito útil ao Escutismo Católico e também ao Corpo Nacional de Escutas.