sábado, 31 de dezembro de 2022

A Partida com a Luz da Paz de Belém


No sábado do fim de semana antes do Natal, dia 17 de dezembro, sentiu-se uma energia diferente na paróquia de Nogueiró. Um misto de nervosismo, nostalgia, e união, com o espírito Natalício presente. Tinha chegado o dia do clã dos caminheiros dizer adeus aos seus membros mais velhos. Eu e a Elsa sentíamo-nos naquele dia, e já há alguns meses, prontas para fazer caminho, com a confiança que tínhamos atingindo o Homem Novo no movimento, com a aspiração de sermos membros úteis na sociedade. Despedimo-nos com o seguinte texto, que arrancou alguns sorrisos nos presentes:

 

“Olá eu sou Rita,

Olá eu sou a Elsa.

Esta aventura começou quando tínhamos 6 anos,

E acho que agora já sabemos o que é o escutismo sem enganos. 

Entramos como lobitas.  

Foi aí que saímos da toca todas catitas. 

Depois vieram os exploradores, 

As centopeias no ACANAC e os fedores.

O ACAREG e a panela queimada marcaram o nosso pioneirismo, 

Mas tudo se tornou mais sério no caminheirismo, 

Com workshops e cenáculos,  

E equipas perdidas no monte que enfrentaram muitos obstáculos. 

Sentimo-nos prontas para partir,

E relembramos o que vivemos a sorrir. 

Respondemos sempre vamos! 

Porque vamos deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos!

 

Na mesma cerimónia fez-se a tradicional entrega da Luz da Paz de Belém à comunidade, que este ano ganha um significado especial face ao conflito mundial que nos afeta diariamente. Mas também esta luz tem uma dimensão mundial, criando uma rede de paz que a todos aproxima e aquece o coração.

Fomos todos para casa mais quentinhos, prontos para viver a quadra natalícia, com uma chama que alimenta a nossa força interior para enfrentar os desafios do novo ano que se aproxima.

 

Votos sentidos de um feliz 2023 para todos,

Rita Fernandes

Escuteiros de Nogueiró

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Folhinha nº 789 de 26 de dezembro 2022 a 1 de janeiro 2023

Folhinha interparoquial nº 789 de 26 de dezembro 2022 a 1 de janeiro 2023

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:



sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

A Luz da Paz de Belém e o Espírito de Paz

A Luz da Paz de Belém e o Espírito da Paz"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 23 de dezembro 2022 no jornal diário "Correio do Minho"



Este projeto, “a Luz da Paz de Belém”, foi lançado, em 1982, pela televisão pública austríaca, no âmbito de um programa social intitulado “Light in the Dark” (Luz no Escuro), dedicado a crianças carentes, tanto na Áustria como nos países vizinhos.

Em 1986, a Austrian Broadcasting Company associou-se a esta iniciativa da Luz da Paz de Belém, fazendo sair este projeto da “caixa mágica” conferindo-lhe uma maior abrangência e capacidade de ação.
Em 1989 foi a vez do Movimento Guidista e Escutista Austríaco se juntarem ao projeto e, através deste, quase todas as associações nacionais de Guias e Escuteiros europeus, rapidamente aderiram de forma massiva a este projeto, que se expandiu pela europa e quase que, de ato contínuo, transbordou para os restantes continentes, ganhando assim uma dimensão mundial.

Em 1990, a adesão, por todo o mundo, era tão grande que houve necessidade de assinar um acordo entre escuteiros e guias, de muitos países, para permitir que a luz, vinda de Belém para Viena, viajasse através da Europa e dos outros continentes.

Assim, todos os anos, uma criança da austríaca que, selecionada em critérios humanistas revelados pelas vivências da criança, recolhe na Luz na Gruta da Natividade, em Belém, local identificado com o nascimento de Jesus, onde a luz é “eterna”, pois nunca se apaga, e leva-a para a Áustria, onde é distribuída, numa cerimónia ecuménica, semanas antes do Natal. A Luz é entregue às delegações participantes para que a façam chegar aos seus respetivos países com uma mensagem de Paz, Amor e Esperança.

Em Portugal, na primeira década deste século, a Luz chegava pela mão do Movimento Scout Católico de Espanha e também pela mão de um Cônsul Honorário da Áustria no Algarve, residente em Albufeira, e, neste caso, a partilha da Luz era feita, a princípio, na Câmara Municipal e depois na Igreja Matriz desta cidade, em cerimónia ecuménica com copresidência do pároco e do presidente da Câmara.

Por circunstâncias da minha vida tive o grato prazer de participar numa destas cerimónias na Igreja Matriz de Albufeira, a convite do presidente da Câmara com quem tinha partilhado alguns anos das nossas vidas dedicados ao movimento associativo de pais. Confesso que fiquei impressionado como aquela pequena luz era tão agregadora de pessoas crentes (de diversas religiões) e pessoas não crentes, mas como dizia na altura o Presidente da Câmara Municipal: “todas elas portadoras do Espírito de Paz” que o procuravam viver no seu quotidiano.
Assim, nos diversos países, a nível mundial, a partilha da Luz tem-se adaptado às novas realidades que fomos vivendo no final da última década do século passado e neste novo século, tendo-se formado, informalmente, uma verdadeira Rede de Paz, que a todos aproxima!

Depois de receber a Luz de Belém, em cada país, as associações aderentes fazem, em cerimónia própria, a distribuição da Luz da Paz de Belém para que os seus Agrupamentos e escuteiros a possam redistribuir pelas comunidades em que estão inseridos: igrejas, casas particulares, hospitais, lares de idosos, prisões, locais públicos de desenvolvimento social, cultural, político ou em qualquer lugar onde se aprecie o seu significado.

Este ano escutista, sob o signo do centenário da fundação do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português (27 de maio de 1923), associado à realização da Jornada Mundial da Juventude, o lema proposto para a missão do projeto “A Luz da Paz de Belém” é o seguinte: Leva essa Luz em Ti, de forma que cada ação, de paz ou de serviço, realizada seja iluminada pela chama que raramente se vê com os olhos e como dizia Saint-Exupéry: “o essencial é invisível aos olhos; só se vê bem com o coração”. Partilhando, desta forma, o Espírito de Paz para que, também ele, brilhe no coração das pessoas com que convive.

Aproveitando esta quadra festiva, não posso deixar de apresentar votos de um Santo Natal e um Feliz Ano Novo aos leitores do Correio do Minho e a todos os profissionais que, diariamente, dão forma e vida a este jornal.





domingo, 18 de dezembro de 2022

Folhinha interparoquial nº 788 de 19 a 25 de dezembro 2022

Folhinha interparoquial nº 788 de 19 a 25 de dezembro 2022

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:




Luto Nacional - Rui Filipe Fernandes Picas

 O Movimento Escutista e o Corpo Nacional de Escutas ficaram hoje mais pobres pela partida do Pioneiro Rui Filipe Fernandes Picas, do Agrupamento 559 – Lama, Núcleo de Barcelos, Região de Braga para o acampamento eterno.

Ao abrigo do artigo 9º, do Regulamento de Protocolo do CNE, a Junta Central declara luto oficial nacional por um período de 7 dias, a contar do dia 17 de dezembro de 2022.

Para com ele, sua família e agrupamento manifestamos as nossas sentidas condolências e solidariedade neste momento de tristeza e dor.


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Extrato da OSN 745, de 30 de dezembro de 2022

1. DETERMINAÇÕES

Pelo falecimento do Pioneiro Rui Filipe Fernandes Picas, ao abrigo do artigo 9º, do Regulamento de Protocolo do CNE, a Junta Central, solidária com o Agrupamento 559 – Lama e a Região de Braga, decreta luto oficial nacional por um período de 7 dias, a contar do dia 17 de dezembro de 2022.
O luto manifesta-se institucionalmente, pelo hasteamento a meia-haste das bandeiras ou por uma banda de crepe preto a cobrir a parte superior de bandeiras quando estas se encontrem em mastros portáteis.
Individualmente, os associados, querendo, podem usar uma braçadeira estreita de crepe preto, colocada no braço esquerdo, sobre o uniforme, como forma de manifestação pessoal de luto seja este institucional ou pessoal.

Lisboa e Sede Nacional, 17 de dezembro de 2022

O Chefe Nacional
Ivo Faria




IV domingo do Advento - E tu, por que(m) esperas?

 


domingo, 11 de dezembro de 2022

Folhinha interparoquial nº 787 de 12 a 18 de dezembro 2022

Folhinha interparoquial nº 787 de 12 a 18 de dezembro 2022

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:






sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Os Caminheiros do Corpo Nacional de Escutas

Os Caminheiros do CNE"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 9 de dezembro 2022 no jornal diário "Correio do Minho"




“O fim do Caminheirismo é a Fraternidade e o Serviço ao Próximo.”
Baden-Powell



A partir deste princípio fundacional, B.-P. apresenta algumas linhas de orientação para a leitura do seu livro, que enquadra a vida dos Caminheiros, num prefácio, por ele próprio redigido, para que não haja interpretações abusivas do seu pensamento: «O verdadeiro triunfo é apenas a Felicidade», «Eis dois passos para a felicidade: encarar a vida como um jogo e irradiar Amor» pois para ele «A felicidade não é simplesmente prazer nem efeito da riqueza», «É mais o resultado do trabalho ativo do que o gozo passivo do prazer», «o teu triunfo depende do teu esforço individual na viagem da vida» e «Dirige a tua própria canoa». O fundador, página 2, reforça ainda: «Por “caminho” não quer significar um caminhar ao acaso, sem finalidade, mas antes um trajeto agradável com o objetivo definido, ao mesmo tempo que há consciência das dificuldades e perigos que podem deparar-se no percurso» e finalmente, na página 17, lembra que «A vida seria aborrecida se fosse toda de rosas; o sal tomado só é amargo; mas dá sabor agradável à comida. As dificuldades são o sal da vida».
Para o fundador, «Os caminheiros formam uma fraternidade do “Ar Livre” para “Servir”. São viandantes da Via Pública e campistas dos bosques, capazes de tratarem de si, mas capazes também de prestarem auxílio aos outros. São de facto uma Seção mais velha da obra dos Escutas – jovens de mais de dezassete anos de idade.» e relembra que «Os quatro objetivos principais da educação escutista são desenvolver os seguintes pontos:
• Carácter e inteligência.
• Habilidade Manual e Aptidão.
• Saúde e robustez.
• Serviço do Próximo e Civismo.»

Naturalmente que esta formulação de 1922 foi evoluindo em Inglaterra e em todo o mundo. No Escutismo Católico Português estas evoluíram para as seis áreas de desenvolvimento: Físico, Afetivo, Caráter, Espiritual, Intelectual e Social, seguindo, em abono da verdade, as orientações emanadas da Conferência Mundial do Escutismo e do Comité Mundial. Neste sentido, há hoje dois documentos fundamentais, a saber: o PPV – Projeto Pessoal de Vida (que contem duas partes: uma aberta, partilhada com todos os irmãos caminheiros e uma outra fechada, só para o próprio) e a Carta de Clã, construídos pelos caminheiros nos seus Clãs (o grande grupo) e nas suas tribos (os pequenos grupos) que são a pedra angular para o desenvolvimento destes jovens, que definem os seus percursos de vida orientando-os segundo os conselhos do fundador e vendo nestes uma metáfora de aprendizagem individual e coletiva apoiada num trabalho colaborativo.

Em Portugal, isto é, no Corpo Nacional de Escutas aproveitou-se a dinâmica do cinquentenário, para publicar, como suplemento da “Flor de Lis” de fevereiro de 1973, uma verdadeira proposta metodológica para desenvolver na IV Secção, intitulada “CAMINHEIROS”, em cuja “apresentação” podemos ler: «O trabalho que aqui se apresenta é um resumo do que está regulamentado, traduzido e adaptado, pela Região de Lisboa, e posto em prática há alguns anos», esta introdução/apresentação está assinada por “Uma Equipa do C.N.E.” e é, tanto quanto seja do meu conhecimento, o maior contributo produzido nesta área dos Caminheiros entre a sua fundação e perdurou até aos anos 80 do século passado, uma vez que o tema foi retomado por diversos autores nas edições da “Flor de Lis” dos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e junho de 1978, servindo como elemento de suporte e dinamizador do Campo da IV Secção, no XV Acampamento Nacional do CNE, realizado na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, de 5 a 13 de agosto e continuou a ser usado no Corpo Nacional de Escutas.

Em próximas crónicas abordaremos o aparecimento dos dois documentos supra referenciados e da sua evolução.




domingo, 4 de dezembro de 2022