Folhinha Interparoquial nº 689 de 2 a 8 de novembro de 2020
Paróquias de:- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:
Folhinha Interparoquial nº 689 de 2 a 8 de novembro de 2020
Paróquias de:Folhinha Interparoquial nº 688 de 26 de outubro a 1 de novembro de 2020
Paróquias de:Na última crónica apresentei, com
recurso à constituição do movimento escutista mundial, mais especificamente aos
três artigos do primeiro capítulo intitulado sob a designação de “O Movimento
Escutista”. Nesta, e nas próximas crónicas, procurarei colocar o enfoque em
cada um dos aspetos identitários deste movimento.
Assim, ao focarmos o número um do artigo
primeiro onde se define que «O Movimento escutista é um movimento educativo para
os jovens, baseado no voluntariado; é um movimento de carácter não político,
aberto a todos sem distinção de origem, de raça ou de credo, em conformidade
com as finalidades, princípios e método tal como concebidos pelo Fundador e
abaixo formulados» gostaria de chamar a vossa atenção para algumas
palavras-chave e para o seu valor, neste contexto.
Desde logo para “movimento” que nos leva
ao conceito de um dinamismo na ação, materializado em séries de atividades
organizadas visando um, ou mais objetivos. Um movimento implica, desta forma,
um objetivo a atingir e uma certa organização/estrutura que permita a sua
consecução.
O facto do escutismo ser fundado sobre o
“voluntariado” dá um relevo especial ao conceito de liberdade, uma vez que os
seus membros aderem livremente e se comprometem com os seus princípios
fundamentais constituindo os marcos do caminho de cada um, sendo que «o caminho são as tuas pegadas» (A. Marques
1992).
Na sua qualidade de movimento educativo,
o escutismo assume-se como um movimento “não político”, no sentido que se situa
num estádio diferente dos movimentos ou partidos políticos, pois não se implica
na luta pelo poder, que constitui o ponto central da atividade política. Esta
caraterística - “não político”, estando inscrita na constituição do movimento
escutista mundial, constitui uma das caraterísticas fundamentais do escutismo.
Isto não significa que o escutismo se isole relativamente às realidades
políticas de um país ou de uma comunidade. Em primeiro lugar, porque sendo um
movimento cuja finalidade é ajudar os jovens a tornarem-se cidadãos
responsáveis, esta educação cívica não pode ser materializada sem uma tomada de
consciência das realidades políticas de um país ou de uma comunidade. Em segundo
lugar, porque sendo fundado sobre um certo número de princípios estes
influenciam, naturalmente, todas as escolhas dos membros do movimento, tal como
nos recorda Paulo Freire: «A educação é
um ato político. Não há prática educativa indiferente a valores».
O escutismo ao assumir que é um
movimento “educativo”, vê nesta sua caraterística a mais importante de todas, por
isso, o próprio fundador no seu livro “Auxiliar do Chefe-Escuta” (p.48) nos
alerta: «aqui encontramos o fim mais
importante na formação do escuta – educar; não instruir, reparem bem, mas
educar, isto é, levar o jovem a aprender por si, espontaneamente, aquelas as
coisas que tendem a formar o seu próprio caráter».
A educação, no sentido mais lato do
termo, pode ser definida como um processo visando a realização plena das
capacidades do ser humano. É, portanto, necessário distinguir claramente o
escutismo de todo o movimento puramente recreativo, imagem que o escutismo
tende a apresentar, em certas partes do mundo e em certas unidades. A pesar das
atividades lúdicas terem uma importância significativa na pedagogia escutista,
não podemos confundir a árvore com a floresta, isto é, elas são um meio para se
atingir um fim, não se podendo transformá-las, nunca, num fim.
Associamos, normalmente, a palavra “educação”
ao sistema escolar que, todavia, e cada vez mais, representa apenas uma forma
de educar. Segundo a UNESCO, podemos distinguir três conceitos de educação, que
não são estanques entre si: educação formal, educação informal e educação não
formal.
O escutismo integra-se, naturalmente, na
“educação não formal”, uma vez que se desenvolve fora do quadro do sistema
educativo formal e informal, sendo uma instituição autónoma e organizada, tendo
uma finalidade educativa e destinando-se a um “público-alvo”.
O escutismo dirige-se a crianças e
jovens, é um movimento destes e para estes, no seio do qual o papel dos adultos
consiste em proporcionar-lhes os instrumentos e os conteúdos para a consecução
das finalidades do escutismo, levando crianças e jovens a serem protagonistas
da sua própria educação.
O escutismo é um movimento aberto a
todos, sem distinção de origem, raça, classes ou credos. Assim, um dos
preceitos fundamentais do movimento é o princípio da “não descriminação”, na
condição que a pessoa adira, de seu pleno desejo, às finalidades, princípios e
método do movimento escutista, onde deverá ter várias opções de escolha.
Folhinha Interparoquial nº 687 de 19 a 25 de outubro de 2020
Paróquias de:
Junta de Freguesia de Nogueiró e Tenões - CEMITÉRIOS
Folhinha Interparoquial nº 686 de 12 a 18 de outubro de 2020
Paróquias de:Quem é esse menino que em tão pouco tempo conquistou o coração dos Católicos no mundo todo?
Baden-Powell criou o Escutismo, no ano
de 1907, em Inglaterra, mas a sua expansão foi fulminante, espalhando-se por
todos os continentes. Em julho de 1922, representantes das associações
escutistas, tendo em vista a coordenação do Movimento escutista
em todo o mundo, reuniram-se
em Paris e criaram a Conferência Internacional do Escutismo assistida por uma Comissão Executiva e um Secretariado.
Foi aprovada uma Constituição para reger
a Organização Mundial do Movimento escutista dentro de um espírito de cooperação, de amizade e de fraternidade
mundiais. A Constituição em vigor foi revista pela 41ª Conferência Mundial que decorreu nos
dias 14 a 18 de agosto de 2017, em Baku, no Azerbaijão, tendo a alteração mais
significativa incidido sobre o artigo III – Método Escutista.
O primeiro capítulo da constituição
define o “Movimento escutista”, sendo o seu conteúdo vertido nos estatutos das
organizações nacionais que queiram integrar o Movimento Escutista, é mesmo a
condição sine qua non para que tal
possa ser possível.
O artigo primeiro define: «1. O Movimento escutista é um movimento educativo
para os jovens, baseado no voluntariado; é um movimento de carácter não
político, aberto a todos sem distinção de origem, de raça ou de credo, em
conformidade com as finalidades, princípios e método tal como concebidos pelo
Fundador e abaixo formulados.» e estabelece a sua
finalidade: «2. O Movimento escutista tem por finalidade
contribuir para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se
plenamente no que respeita às suas possibilidades físicas, intelectuais,
sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e
quer, ainda, como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais.»
Já o artigo segundo estabelece, em três
pontos, os princípios do escutismo – Princípios, Adesão
a uma Promessa e uma Lei e O
Emblema do Escutismo Mundial:
1. Princípios
«• Dever para com Deus.
- A adesão a princípios espirituais, a fidelidade à
Religião que exprime esses princípios e a aceitação dos deveres que dela
decorrem.
• Dever para com os outros.
- A lealdade para com o seu país, na perspetiva da
promoção da paz, da compreensão e da cooperação a nível local, nacional e
internacional.
- A participação no desenvolvimento da sociedade no
respeito da dignidade humana e da integridade da natureza.
• Dever para consigo mesmo.
- A responsabilidade do seu próprio
desenvolvimento.»
2. Adesão a uma Promessa e uma Lei
«Todos os
membros do Movimento escutista devem aderir a uma Promessa e uma Lei que espelhem,
em linguagem apropriada à cultura e à civilização de cada Organização Escutista
Nacional e aprovadas pela Organização Mundial, o Dever para com Deus, o Dever
para com os outros e o Dever para consigo mesmo, e inspiradas na Promessa e na
Lei concebidas, na origem, pelo Fundador do Movimento Escutista» (...) [1]
3. O Emblema do Escutismo Mundial
«O Emblema do
Escutismo Mundial é o símbolo de pertença ao Movimento Escutista. É constituído
por uma flor de lis branca estilizada, envolvida por uma corada mesma cor
disposta em círculo e unida na sua parte inferior por um nó direito, o conjunto
sobre fundo púrpura, e constitui um elemento essências da identidade de marca
do Movimento escutista.»
Finalmente, o terceiro
artigo remete-nos para o método
escutista que define como sendo: «um
sistema da autoeducação progressiva baseado sobre a interação dos seguintes
elementos: a Promessa e a Lei escutistas, o aprender fazendo, a progressão
pessoal, o sistema de equipas, o suporte dos adultos, o quadro simbólico, a
natureza e o envolvimento na comunidade.
O método escutista pratica-se criando uma
experiência educativa, significativa para os jovens. Deve ser aplicado de forma
coerente com a finalidade e os princípios do Movimento escutista. É igualmente
descrito numa política específica adaptada e revista de tempos a tempos pela
Conferência Mundial do Escutismo.»
Assim, a jeito de
conclusão dir-se-á que o Escutismo pode prosseguir a sua ação, mesmo em tempos
de pandemia, bastando agir como qualquer cidadão consciente, seguindo as regras
emanadas pelas autoridades competente e não esquecendo que só poderemos ser
úteis aos outros se nós próprios estivermos bem.
[1] Não se transcreve a Promessa
nem a Lei do Escuta, uma vez que já lhes dedicámos várias crónicas (CM: em
2012: 10.fev; em 2015: 09 e 23.out, 20.nov, 04 e 18.dez; em 2016: 15.jan,
26.fev)