A Constituição do Escutismo Mundial
artigo publicado a 9 de outubro 2020 no jornal diário "Correio do Minho"
Baden-Powell criou o Escutismo, no ano
de 1907, em Inglaterra, mas a sua expansão foi fulminante, espalhando-se por
todos os continentes. Em julho de 1922, representantes das associações
escutistas, tendo em vista a coordenação do Movimento escutista
em todo o mundo, reuniram-se
em Paris e criaram a Conferência Internacional do Escutismo assistida por uma Comissão Executiva e um Secretariado.
Foi aprovada uma Constituição para reger
a Organização Mundial do Movimento escutista dentro de um espírito de cooperação, de amizade e de fraternidade
mundiais. A Constituição em vigor foi revista pela 41ª Conferência Mundial que decorreu nos
dias 14 a 18 de agosto de 2017, em Baku, no Azerbaijão, tendo a alteração mais
significativa incidido sobre o artigo III – Método Escutista.
O primeiro capítulo da constituição
define o “Movimento escutista”, sendo o seu conteúdo vertido nos estatutos das
organizações nacionais que queiram integrar o Movimento Escutista, é mesmo a
condição sine qua non para que tal
possa ser possível.
O artigo primeiro define: «1. O Movimento escutista é um movimento educativo
para os jovens, baseado no voluntariado; é um movimento de carácter não
político, aberto a todos sem distinção de origem, de raça ou de credo, em
conformidade com as finalidades, princípios e método tal como concebidos pelo
Fundador e abaixo formulados.» e estabelece a sua
finalidade: «2. O Movimento escutista tem por finalidade
contribuir para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se
plenamente no que respeita às suas possibilidades físicas, intelectuais,
sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e
quer, ainda, como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais.»
Já o artigo segundo estabelece, em três
pontos, os princípios do escutismo – Princípios, Adesão
a uma Promessa e uma Lei e O
Emblema do Escutismo Mundial:
1. Princípios
«• Dever para com Deus.
- A adesão a princípios espirituais, a fidelidade à
Religião que exprime esses princípios e a aceitação dos deveres que dela
decorrem.
• Dever para com os outros.
- A lealdade para com o seu país, na perspetiva da
promoção da paz, da compreensão e da cooperação a nível local, nacional e
internacional.
- A participação no desenvolvimento da sociedade no
respeito da dignidade humana e da integridade da natureza.
• Dever para consigo mesmo.
- A responsabilidade do seu próprio
desenvolvimento.»
2. Adesão a uma Promessa e uma Lei
«Todos os
membros do Movimento escutista devem aderir a uma Promessa e uma Lei que espelhem,
em linguagem apropriada à cultura e à civilização de cada Organização Escutista
Nacional e aprovadas pela Organização Mundial, o Dever para com Deus, o Dever
para com os outros e o Dever para consigo mesmo, e inspiradas na Promessa e na
Lei concebidas, na origem, pelo Fundador do Movimento Escutista» (...) [1]
3. O Emblema do Escutismo Mundial
«O Emblema do
Escutismo Mundial é o símbolo de pertença ao Movimento Escutista. É constituído
por uma flor de lis branca estilizada, envolvida por uma corada mesma cor
disposta em círculo e unida na sua parte inferior por um nó direito, o conjunto
sobre fundo púrpura, e constitui um elemento essências da identidade de marca
do Movimento escutista.»
Finalmente, o terceiro
artigo remete-nos para o método
escutista que define como sendo: «um
sistema da autoeducação progressiva baseado sobre a interação dos seguintes
elementos: a Promessa e a Lei escutistas, o aprender fazendo, a progressão
pessoal, o sistema de equipas, o suporte dos adultos, o quadro simbólico, a
natureza e o envolvimento na comunidade.
O método escutista pratica-se criando uma
experiência educativa, significativa para os jovens. Deve ser aplicado de forma
coerente com a finalidade e os princípios do Movimento escutista. É igualmente
descrito numa política específica adaptada e revista de tempos a tempos pela
Conferência Mundial do Escutismo.»
Assim, a jeito de
conclusão dir-se-á que o Escutismo pode prosseguir a sua ação, mesmo em tempos
de pandemia, bastando agir como qualquer cidadão consciente, seguindo as regras
emanadas pelas autoridades competente e não esquecendo que só poderemos ser
úteis aos outros se nós próprios estivermos bem.
[1] Não se transcreve a Promessa
nem a Lei do Escuta, uma vez que já lhes dedicámos várias crónicas (CM: em
2012: 10.fev; em 2015: 09 e 23.out, 20.nov, 04 e 18.dez; em 2016: 15.jan,
26.fev)
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