domingo, 11 de outubro de 2020

A Constituição do Escutismo Mundial

A Constituição do Escutismo Mundial

por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 9 de outubro 2020 no jornal diário "Correio do Minho"


Baden-Powell criou o Escutismo, no ano de 1907, em Inglaterra, mas a sua expansão foi fulminante, espalhando-se por todos os continentes. Em julho de 1922, representantes das associações escutistas, tendo em vista a coordenação do Movimento escutista em todo o mundo, reuniram-se em Paris e criaram a Conferência Internacional do Escutismo assistida por uma Comissão Executiva e um Secretariado.

Foi aprovada uma Constituição para reger a Organização Mundial do Movimento escutista dentro de um espírito de cooperação, de amizade e de fraternidade mundiais. A Constituição em vigor foi revista pela 41ª Conferência Mundial que decorreu nos dias 14 a 18 de agosto de 2017, em Baku, no Azerbaijão, tendo a alteração mais significativa incidido sobre o artigo III – Método Escutista.

O primeiro capítulo da constituição define o “Movimento escutista”, sendo o seu conteúdo vertido nos estatutos das organizações nacionais que queiram integrar o Movimento Escutista, é mesmo a condição sine qua non para que tal possa ser possível.

O artigo primeiro define: «1. O Movimento escutista é um movimento educativo para os jovens, baseado no voluntariado; é um movimento de carácter não político, aberto a todos sem distinção de origem, de raça ou de credo, em conformidade com as finalidades, princípios e método tal como concebidos pelo Fundador e abaixo formulados.» e estabelece a sua finalidade: «2. O Movimento escutista tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento dos jovens ajudando-os a realizarem-se plenamente no que respeita às suas possibilidades físicas, intelectuais, sociais e espirituais, quer como pessoas, quer como cidadãos responsáveis e quer, ainda, como membros das comunidades locais, nacionais e internacionais.»

Já o artigo segundo estabelece, em três pontos, os princípios do escutismo – Princípios, Adesão a uma Promessa e uma Lei e O Emblema do Escutismo Mundial:

1. Princípios

«• Dever para com Deus.

- A adesão a princípios espirituais, a fidelidade à Religião que exprime esses princípios e a aceitação dos deveres que dela decorrem.

• Dever para com os outros.

- A lealdade para com o seu país, na perspetiva da promoção da paz, da compreensão e da cooperação a nível local, nacional e internacional.

- A participação no desenvolvimento da sociedade no respeito da dignidade humana e da integridade da natureza.

• Dever para consigo mesmo.

- A responsabilidade do seu próprio desenvolvimento.»

2. Adesão a uma Promessa e uma Lei

«Todos os membros do Movimento escutista devem aderir a uma Promessa e uma Lei que espelhem, em linguagem apropriada à cultura e à civilização de cada Organização Escutista Nacional e aprovadas pela Organização Mundial, o Dever para com Deus, o Dever para com os outros e o Dever para consigo mesmo, e inspiradas na Promessa e na Lei concebidas, na origem, pelo Fundador do Movimento Escutista» (...) [1]

3. O Emblema do Escutismo Mundial

«O Emblema do Escutismo Mundial é o símbolo de pertença ao Movimento Escutista. É constituído por uma flor de lis branca estilizada, envolvida por uma corada mesma cor disposta em círculo e unida na sua parte inferior por um nó direito, o conjunto sobre fundo púrpura, e constitui um elemento essências da identidade de marca do Movimento escutista.»

Finalmente, o terceiro artigo remete-nos para o método escutista que define como sendo: «um sistema da autoeducação progressiva baseado sobre a interação dos seguintes elementos: a Promessa e a Lei escutistas, o aprender fazendo, a progressão pessoal, o sistema de equipas, o suporte dos adultos, o quadro simbólico, a natureza e o envolvimento na comunidade.

O método escutista pratica-se criando uma experiência educativa, significativa para os jovens. Deve ser aplicado de forma coerente com a finalidade e os princípios do Movimento escutista. É igualmente descrito numa política específica adaptada e revista de tempos a tempos pela Conferência Mundial do Escutismo.»

Assim, a jeito de conclusão dir-se-á que o Escutismo pode prosseguir a sua ação, mesmo em tempos de pandemia, bastando agir como qualquer cidadão consciente, seguindo as regras emanadas pelas autoridades competente e não esquecendo que só poderemos ser úteis aos outros se nós próprios estivermos bem.



[1] Não se transcreve a Promessa nem a Lei do Escuta, uma vez que já lhes dedicámos várias crónicas (CM: em 2012: 10.fev; em 2015: 09 e 23.out, 20.nov, 04 e 18.dez; em 2016: 15.jan, 26.fev)


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