sábado, 25 de abril de 2020

25 de Abril .....

Ilustração de: André Carrilho


sexta-feira, 24 de abril de 2020

São Jorge, o Escutismo e Baden-Powell

São Jorge, o Escutismo e Baden Powell

por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 24 de abril 2020 no jornal diário "Correio do Minho"


 Se não vivêssemos condicionados pela luta que todos somos chamados a travar contra a pandemia que nos atormenta, certamente que esta crónica seria bem diferente, uma vez que teria sido escrita nas vésperas do dia de São Jorge, o patrono mundial do escutismo, e publicada na sexta-feira que antecederia o fim de semana dedicado ao nosso patrono mundial, com a realização de um sem número de atividades desenvolvidas por todo o país, tanto ao nível dos agrupamento como das estruturas intermédias: Núcleos e Regiões.

Por causa do contexto em que vivemos será prudente que os escuteiros, num exercício de cidadania, e no respeito pelo trabalho daqueles que não podem ficar em casa, para garantirem a segurança e o bem-estar de todos os outros, celebrem o dia de São Jorge, recorrendo às tecnologias da informação, seguindo o conselho que Baden-Powell nos deixei no “Escutismo para Rapazes”: «Nesse dia todos os bons escuteiros se lembrem de meditar sobre a sua promessa e lei. Recordai-vos disto no próximo dia 23 de abril e saudai os vossos irmãos escuteiros espalhados pelo mundo» (página 269, edição do CNE, 2007).

A Promessa é simples: «Prometo, pela minha honra e com a graça de Deus, fazer todo o possível por:
1. Cumprir os meus deveres para com Deus, a Igreja e a Pátria;
2. Auxiliar o meu semelhante em todas as circunstâncias;
3. Obedecer à Lei do Escuta.»

O seu texto remete-nos para a vivência de valores que têm como elemento de ligação o Amor ou, como dizia São Paulo, a “Caridade”. Estes situam-se em dois planos distintos o plano da fé e o da cidadania, que devem ser vividos em perfeita sintonia, não procurando que “o hábito faça o monge”, mas que este seja “feito” pela sua vida quotidiana.
A ajuda ao próximo, reforçada pelo terceiro artigo da Lei: «O Escuta é útil e pratica diariamente uma boa ação», fornece a base dos deveres para com Deus e para com as pessoas, sobre a qual os pais e os dirigentes podem facilmente construir o edifício da fé.

Recordemos que Baden-Powell, sendo filho de um pastor anglicano, e apesar de ter tido uma educação cristã, escreve no “Escutismo para Rapazes”: «O homem de pouco vale, se não acreditar em Deus e obedecer às suas leis. Por isso todo o escuteiro deve ter uma religião.» (edição do CNE, 2007, p. 287,), ficando em aberto a possibilidade de cada um ter a sua religião, não impondo, nem a sua, nem qualquer outra, deixando, desta forma, que as associações escutistas se organizem.
De certa forma, o fundador abre espaço a um “ecumenismo” multirreligioso, muito mais amplo que o cristianismo, escrevendo mesmo “catolicismo, protestantismo, judaísmo, islamismo, etc., o ponto essencial é que todos adoram Deus, embora de formas diferente. Assemelham-se a soldados de um mesmo exército...” Não pode haver, diz ele, “maus sentimentos” entre os diversos corpos deste exército. Esforçando-se, desta forma, na organização do movimento escutista de portas abertas às diversas religiões. Mas não vai procurar reuni-las, lançando-se numa tentativa imprudente de definição de uma pedagogia ecuménica ou sincretista. «Se tivéssemos cometido o erro de ignorar completamente a religião ou de experimentar lançar uma religião “escuteira”, o que, de facto, não teria sido senão uma espécie de neutralidade, nós nunca teríamos conseguido a tornarmo-nos no que somos...» (Headquarters Gazette, maio de 1916, p.118).

Em “A Caminho do Triunfo”, livro que Baden-Powell, escreveu para os Caminheiros, jovens dos 18 aos 20 anos) «A religião muito resumidamente quer dizer: Primeiro – conhecer quem é Deus e o que Ele é. Segundo – aproveitar o melhor possível a vida que Ele nos deu e fazer o que Ele quer de nós. E isto consiste principalmente em fazer alguma coisa pelos outros. (...) Como meio para alcançar estes dois objetivos e fugir ao ateísmo, há duas coisas que quero recomendar-te: - uma é que leias esse velho livro extraordinário que é a Bíblia [ou o equivalente em qualquer outra religião], na qual, além da Revelação Divina, acharás uma obra interessantíssima de narrativas históricas, de poesia, bem como de moralidade. – A segunda é que leias o Livro da Natureza, e que observes e estudes o melhor que possas as maravilhas e as belezas que esta nos apresenta para nosso deleite. E depois considera como poderás servir a Deus da melhor maneira enquanto dispões daquela vida que Ele te concedeu por empréstimo.» (2ª edição de CNE, 1974, p. 197).

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quarta-feira, 15 de abril de 2020

O 18º Ciclo do Cenáculo, pelos olhos da Ângela e do Alexandre


O 18º és tu e eu. É nosso. E pode ser tudo aquilo que tu Sonhares que seja.”

Sabes o que é o Cenáculo?
O cenáculo é uma atividade que se realiza a nível Local e a nível Nacional, feito de Caminheiros para Caminheiros!

No Cenáculo Local, participam todos os Aspirantes, Noviços e Caminheiros do Núcleo ou Região a que pertencem.
No Cenáculo Nacional, participam todos os representantes (coordenadores) dos Núcleos ou Região eleitos localmente. Este, realiza-se em duas datas, ou seja, em dois encontros. O Encontro Aberto, onde participam os representantes do ciclo atual e os representantes do próximo ciclo. No Encontro Fechado, participam os representantes do ciclo atual.
No 18ºCiclo do Cenáculo Nacional, fomos desafiados a Sonhar, entrando na Empresa Espacial Dreamworks na qual éramos astronautas. Durante este encontro, tivemos oportunidade de participar na IV Summit onde debatemos diversos temas ligados à Sustentabilidade, dando voz aos Caminheiros da nossa realidade. Comprometemo-nos, mais uma vez, a tornar o Mundo um pouco melhor do que aquilo que encontramos.

De modo a criar uma ligação com o Cenáculo Nacional, regressamos à nossa base e de seguida colocamos a nossa tripulação a trabalhar para deste modo realizarmos o 18ºCiclo do Cenáculo do Núcleo de Braga.
Este ano, O Encontro Local, teve lugar nos dias 6, 7, 8 de março de 2020, na escola E.B. 2,3 de Nogueira cujo lema foi “Desperta o génio que há em ti”, baseado no imaginário do “Aladdin”, onde foram abordados alguns temas, como o “Escutismo e o Ambiente”, “Inclusão no CNE”, “Caminheiro… e depois?”, “Relatos de sonhos alcançados” e “Será que a fé guia os nossos sonhos?”.
Durante o fim de semana, os Caminheiros chegaram à cidade de Agrabah e tiveram oportunidade de soltar a sua voz nos diversos workshops e plenários que tiveram oportunidade de assistir, sendo capazes de olhar para a sua envolvente, identificar problemas, idealizar e sonhar com algo maior. Além disso, também tiveram oportunidade de conviver e partilhar ideias com os diversos Caminheiros presentes, assim como a Equipa Projeto.
Um dos momentos mais importantes deste Encontro, foi a realização da Carta de Cenáculo, onde os Caminheiros assinaram esta Carta de modo a cumprir com os objetivos nela definidos.
Cansados, mas sempre com um sorriso no rosto, os Caminheiros partiram para as suas casas, levando na mochila e para os seus clãs tudo aquilo que viveram e aprenderam ao longo deste fim de semana.

Partimos, mas com a esperança que continuem a “Despertar o Génio que há em vocês” sem ter medo de Sonhar.

“Que, a sonhar, sejamos capazes de viver, partilhar e avançar cada vez mais.”

Obrigada por fazeres parte deste nosso Sonho,

Ângela Pires (560-Lago) e Alexandre Silva (424-Nogueira)

Coordenação do 18º Ciclo de Cenáculo Núcleo de Braga









domingo, 12 de abril de 2020

(DIRETO) 15:30h - Eucaristia de Páscoa

Eucaristia de Domingo de Páscoa, Pde Nuno Folgado, assistente Regional da Região de Portalegre e Castelo Branco

Mensagem de Páscoa, Chefe Agrupamento 810


Video de Mensagem do Chefe de Agrupamento dos Escuteiros de Nogueiró

Santa Páscoa






sexta-feira, 10 de abril de 2020

Viver a Páscoa nestes tempos pandémicos

Viver a Páscoa nestes tempos pandémicos

por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 10 de abril 2020 no jornal diário "Correio do Minho"


 Nestes dias de Semana Santa, marcados pelo contraste com a habitual tradição bracarense que envolvia a cidade e os cidadãos, habitantes ou turistas, com um manto de religiosidade, evidenciando o Amor, sem medida, de Cristo, aquele que deu a vida por nós, desafiando-nos a seguir o caminho do Serviço ao Próximo.
O Papa Francisco, no passado dia 6 de abril (twitter) recorda-nos que «Estamos no mundo, para amar a Deus e aos outros. O drama que estamos a atravessar impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor
A festa da Páscoa, tanto na tradição judaica, a mais antiga, como na cristã, está sempre ligada ao conceito de liberdade, terrena e espiritual, de vitória sobre o opressor, do bem sobre o mal…
A primeira, é uma festa solene dos hebreus, retratada no livro do Êxodo (Ex 12), sendo celebrada no 14º dia da lua de março e foi instituída para celebrar a saída, leia-se, liberação do povo judeu do seu cativeiro no Egito.
A segunda, é a festa da Ressurreição de Cristo e que marca o triunfo da vida sobre a morte, que nos abre as portas da ressurreição para vida eterna.
Se nos despirmos dos cenários onde a Páscoa se celebra e nos centrarmos no essencial - o Amor e o Serviço ao Próximo -, tomamos consciência que esta nossa missão, nos cenários mais catastróficos, é ainda mais importante, porque há mais frágeis, mais necessitados, mais desempregados, mais dificuldades em prestar auxílio, porque não há recursos nem meios, porque não estamos preparados…
No Escutismo, procuramos dar um modesto contributo na preparação dos futuros homens e mulheres, uma vez que este é o propósito da sua missão: «ajudar crianças e jovens a tornarem-se cidadãos solidariamente ativos, à luz da fé professada», que se materializa em três estádios de desenvolvimento: autonomia, responsabilidade e liderança, que, por sua vez, se fortalecem em quatro vetores: a relação com o próprio “eu”, com o “outro”, com a “natureza” e com “Deus”.
Autonomia - qualquer escuteiro tem de trabalhar para se tornar capaz de ser autossuficiente, desenvolvendo conhecimentos e competências nas áreas da sobrevivência e do bem-estar, visando não ser uma sobrecarga para os seus companheiros.
Responsabilidade - vive-se no interior do pequeno grupo (Bando, Patrulha, Equipa ou Tribo) e passa pelo assumir funções e tarefas individuais, mas que, no final, contribuem para um objetivo comum, pretende-se que o desempenho seja consciente e que a entreajuda, para ultrapassar as dificuldades surgidas, seja o mote das vivências no pequeno grupo.
Liderança - que, crianças e jovens, vão demostrando ao colocar os seus conhecimentos ao serviço dos outros, para lhes proporcionar um melhor desenvolvimento, é a capacidade de os conduzir e auxiliar para que possam crescer em idade, sabedoria e graça.
É claro que, na prática, estes três estádios não são nem estanques, nem se desenvolvem de forma sequencial, eles vão se imbricando, numa transição suave e respeitando os ritmos de aprendizagem de cada um.

Para terminar, recorro ao texto que o Papa Francisco, publicou no seu twitter, no passado dia sete: «Nestes dias da Semana Santa, em casa, permaneçamos diante do Crucificado, medida do amor de Deus por nós. Peçamos a graça de viver para servir. Procuremos contactar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer

P.S.
Aos leitores do “Correio do Minho” e aos seus trabalhadores, que, diariamente, contribuem para um mundo melhor, votos de Santa Páscoa.

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terça-feira, 7 de abril de 2020

OBRIGADO a TODOS

Enviamos esta Mensagem de FORÇA e RECONHECIMENTO aos verdadeiros Heróis do País e do Mundo.
A Todos vós, Simplesmente OBRIGADO pode ser visto também no MEO Kanal 227068 (carregar tecla verde do comando MEO)







segunda-feira, 6 de abril de 2020

O Amor que vence o medo



O Amor que vence o medo
João Manuel Silva, padre jesuíta

O mundo está diferente. Estamos todos metidos em casa, as lojas estão fechadas, os centros comerciais com as luzes apagadas. Embora as nossas ruas e cafés estejam vazios, nos hospitais o movimento e a ansiedade aumentam consideravelmente. E, claro, sentimo-nos angustiados, ansiosos, deprimidos com as nossas rotinas alteradas. Ficamos em casa para nos proteger – e principalmente para proteger os mais frágeis e os profissionais de saúde – de um vírus que ameaça levar o nosso sistema de saúde à rotura e, portanto, ameaça a vida de muitos de nós.
Há dias o Papa Francisco, diante da Praça de São Pedro vazia, lembrava-nos que “Deus faz resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas más”. O que nos está a acontecer é mau. É duro. É difícil. O mundo está a sofrer. E, como sempre, os mais frágeis são os primeiros a senti-lo na pele. Que bem pode Deus fazer resultar de tudo isto?
O sofrimento não é bom, nem é querido por Deus. Se nós, que somos imperfeitos no amor, não gostamos de provocar sofrimento aos que amamos, quanto mais o nosso Deus que é Amor poderia enviar-nos sofrimentos? Não acredito num Deus que nos manda sofrimentos “para nos pôr à prova”, como que um pai caprichoso que nos manda um flagelo, para que depois nos ponhamos em joelhos para lhe implorar que nos livre deste mal.

O sofrimento é um mistério, e Deus um mistério ainda maior. Mistério significa algo que o nosso conhecimento não consegue abarcar completamente. E, por isso, por muitas teorias que os filósofos e os cientistas elaborem para explicar o mal e o sofrimento – tal como aquele por que estamos neste momento a passar –, nunca vão encontrar uma resposta que realmente nos satisfaça.

Olhando para os relatos da Paixão de Jesus, parece-me que Deus não intervém para acabar com o vírus. Senão, porque não impediu Deus, desde logo, que o vírus existisse? Olhemos o relato da Paixão segundo São Mateus, que ouvimos neste Domingo de Ramos. Quando vêm prender Jesus, um discípulo saca da espada para o defender, e acabar ali mesmo o problema. Nesse momento, Jesus diz: “Julgas que não posso recorrer a meu Pai? Ele imediatamente me enviaria mais de doze legiões de anjos!” (Mt 26, 51-53). Já no deserto, o diabo havia tentado Jesus do mesmo modo: o resolver de forma mágica os problemas (cf. Mt 4, 6). Jesus não resolveu os problemas todos que afligem a humanidade, com a sua vinda ao mundo. É verdade que curou algumas pessoas, e reanimou Lázaro – mas, passado uns tempos, todos voltaram a morrer: o sofrimento voltou.

De facto, todos nós temos um desejo básico: o de que os problemas e o sofrimento desapareçam de forma imediata. Um desejo profundo de não termos que passar nem pela nossa própria morte nem pela daqueles que amamos. É um desejo básico ou natural – e à partida saudável – de preservarmos a vida. Por isso, estamos a empenhar-nos a viver esta quarentena, para preservarmos a vida dos mais frágeis e de quem cuida de nós.

Mas nós somos chamados, pela graça de Deus que nos foi dada no Batismo, e mais: a deixar com que aquilo que é natural e básico em nós, possa ser progressivamente transformado pelo sobre-natural. É isto que acontece no Batismo e em cada Sacramento: o natural une-se ao sobre-natural, sem que nenhum deles se perca. O humano, sem deixar de ser humano, passa a ser também templo do divino. O pão, sem deixar de ser pão, passa a ser também Corpo de Jesus. Foi isto que aconteceu na Páscoa: aquilo que era (e continua a ser natural) a morte, e o medo que ela nos causa, deixaram de ter a última palavra. A morte continua a existir. E continua a causar medo, repugnância, sofrimento, tristeza. (Estranho seria se não causasse!). Mas a vida, morte e ressurreição de Jesus – em que o humano se uniu ao divino, o natural se uniu ao sobre-natural – dizem-nos que nem o medo, nem o sofrimento, nem a morte são a última palavra e, por isso, não são eternos!
Mas, então, como viver a Páscoa atravessando este momento de sofrimento que estamos a viver? A nossa fé na Páscoa de Jesus pode dar-nos alguma luz, para entender a partir da Esperança, estes tempos. Podemos viver esta Páscoa de forma ‘natural’ a lembrar que, neste ano, por causa deste mal que estamos a viver, não pudemos aclamar Jesus a entrar em Jerusalém, com ramos, cantando “Bendito o que vem em nome do Senhor”. Que não houve procissões, nem lava-pés, nem Enterro do Senhor, nem acenderemos o lume novo. Que não andaremos de casa em casa a anunciar, com ‘Aleluías’ e foguetes, que o Senhor ressuscitou. Podemos ficar no túmulo, como as mulheres que choram, ou os discípulos fechados em casa, com medo.

Mas também podemos fazer com que esta Páscoa, apesar de literalmente fechados em casa, seja um momento único para entramos mais profundamente – a partir da nossa própria experiência de sofrimento – no mistério do Amor, pelo qual Jesus morreu na cruz e ressuscitou.

A ressurreição, na nossa vida, começa a mostrar os seus efeitos quando passamos a olhar a nossa própria vida e a realidade com os olhos de Deus. Deus dá-nos essa graça, se a quisermos acolher. A graça de ver com os olhos do Amor, capaz de ver o quadro todo, sem se ficar só pelo imediato. A graça de não vermos a vida por compartimentos, por gavetas, mas de sermos capazes de ver o fio que liga tudo, as alegrias e os sofrimentos, os dias bons e os dias maus. O fio que liga o natural ao sobre-natural. Olhando a vida desta forma, não nos deixaremos esmagar pelo medo, nem pelo sofrimento, nem sequer pela morte! Porque, se o absurdo total foi vencido por Deus – a morte – então o que nos poderá fazer desesperar?

Claro que o nosso olhar não é transformado de um dia para o outro, como que de uma forma mágica. Este é o caminho de toda uma vida, se o quisermos percorrer. Mas esta Páscoa pode adquirir um significado muito diferente e muito profundo se nos deixarmos olhar por Jesus que, suspenso na cruz por nosso amor, nos diz: eu já passei por tudo, mas estou vivo. Estou contigo, para te dar força. Ama, tal como eu te amei. O tal fio que liga o natural ao sobre-natural é o Amor, que é eterno. Portanto, o amor, a solidariedade, a atenção possível em tempos de isolamento, são o primeiro passo para nos dispormos ao milagre de passar da morte e do medo, à vida e à esperança. Para recebermos na nossa própria vida o grande milagre que é a Páscoa.

Que nesta manhã de Páscoa, ao exclamarmos “Cristo ressuscitou, Aleluia! Aleluia!”, possamos dizê-lo com uma fé renovada, de que a morte e o sofrimento não têm a última palavra, porque o Amor está connosco. E, portanto, partilhemo-lo uns com os outros, nas circunstâncias que nos é dado viver.

Uma boa Páscoa!



Nota: O Padre João Manuel fez parte dos Escuteiros de Nogueiró, ao qual muito agradecemos esta reflexão, Obrigado)






Folhinha interparoquial de 5 abril 2020

Avisos da Paróquia:

Celebração de missas: Em consonância com as indicações do Governo e das autoridades de saúde, a Conferência Episcopal Portuguesa determina que os sacerdotes suspendam a celebração comunitária da Santa Missa até ser superada a atual situação de emergência .
Cartório Paroquial: o serviço do cartório paroquial deixa de estar aberto ao público. Para tratar de qualquer assunto devem entrar em contacto telefónico (telem. 916099541) ou por mail (zonaestebraga@gmail.com).
Rezar em Casa: Durante este tempo iremos dando alguns contributos para que a nossa caminhada de quaresma possa continuar.
O Laboratório da Fé preparou uma Liturgia Familiar para este Domingo de Ramos.
Com o apoio de uma proposta de oração, de um vídeo e até de atividades para os mais novos, podemos, em família, alimentar a nossa fé e criar ou manter o hábito de ler a Palavra de Deus.

Visitem a página em LINK



A proposta é: no próximo Domingo, Domingo de Ramos, todos colocarmos uma cruz num local visível da nossa casa (porta, varanda, portão, jardim...), que aí permanecerá toda a Semana Santa. Podemos colocar a cruz no dia 04 de Abril durante o dia, para chamar atenção de quem não a colocou ir a tempo de o fazer... No Domingo de Páscoa somos convidados a enfeitar essa cruz com flores, assinalando, desta forma, a alegria da Ressurreição de Cristo. Quem tiver dificuldade com as flores, poderá adornar a cruz com tecido roxo para a semana santa e branco para a Páscoa.

Quem quiser poderá tirar foto e partilhar como comentário nesta publicação.
Peço-vos o favor de partilharem esta proposta para chegarmos ao maior número de pessoas. Como há pessoas que não têm redes sociais e, neste momento, não consigo chegar a todos, peço o favor de divulgarem junto delas esta iniciativa.
Obrigado!






domingo, 5 de abril de 2020