sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

O Censo Escutista Anual

O Censo Escutista Anual

por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 15 de janeiro 2021 no jornal diário "Correio do Minho"



Há tempos, numa conserva sobre associativismo juvenil, afirmei que, em 2020, no Corpo Nacional de Escutas havia 69.473, sendo 15.502 crianças, 39.574 jovens e 14.397 adultos (dirigentes ou candidatos a dirigente), distribuídos por 1.019 agrupamentos, 33 juntas de núcleo, 20 juntas regionais e 1 junta central e que havia 47,10% de rapazes e 52,90% de raparigas, fiquei intrigado quando um dos intervenientes me questionou, porque não eram os meus números redondos, isto é, porque eram tão precisos. A resposta foi simples porque eram os números reais e que resultam de um recenseamento anual que realizamos no mês de janeiro, e foram publicados em “atos oficiais”, na revista do CNE a “Flor de Lis” de agosto de 2020.
Por isso, sendo esta a primeira crónica deste novo ano, que todos desejamos melhor que o anterior, mas que, infelizmente, pelo menos no início, se anuncia pouco empolgado com a esperança renascida com o início da vacinação, que certamente “virará o jogo” a favor da humanidade, pretendia apresentar o que é o censo anual dos escuteiros e para que se realiza esta esta operação que envolve todas as estruturas do Escutismo Católico Português.


Como qualquer recenseamento o nosso censo anual serve para sabermos quantos somos, onde estamos, o que fazemos, como evoluem as crianças e os jovens que nos são confiados pelas famílias, que formação proporcionamos aos nossos dirigentes, como nos financiamos e, como e onde aplicamos os nossos recursos. Também nos proporciona uma base de trabalho para projetarmos a nossa evolução ou percebermos porque perdemos efetivo...


Para que o processo não se resumisse a um conjunto de números e uma listagem de dirigentes, como foi durante muitos anos, criou-se uma plataforma informática que designamos como o Sistema Integrado de Informação Escutista (SIIE) que começou a ser implementado numa primeira fase de modo facultativo, note-se que que em 2006, ano em que foi apresentado como opção, por oposição ao modelo em papel, apenas 68 agrupamentos o utilizaram. Depois de criadas as rotinas e se introduzirem as alterações que os utilizadores reclamavam, só em 2013, sete anos depois, se tornou de utilização obrigatória.


Assim, até ao dia 31 de janeiro, as direções de agrupamento, as juntas de núcleos, as juntas regionais e a junta central fazem o registo do censo do respetivo nível e arquivam um exemplar do seu censo, em formato eletrónico ou papel.
Durante o mês de fevereiro, as juntas de núcleo validam no SIIE os censos apresentados pelos agrupamentos filiados e em formação da respetiva área territorial, ficando com um arquivo.


O março, as juntas regionais validam no SIIE os censos relativos aos agrupamentos filiados e em formação, assim como os relativos às respetivas juntas de núcleo, da sua área de influência, construindo um arquivo regional.


Até ao final de maio, a junta central divulga aos órgãos nacionais e envia para publicação na «Flor de Lis» o recenseamento do CNE, com discriminação, por nível, de: número de agrupamentos filiados, em formação, suspensos e extintos; número de associados não-dirigentes e dirigentes por género e secção; número de candidatos a dirigente e dirigentes por género e secção.


O SIIE serve para sabermos com exatidão, e a qualquer momento, quantos somos, quem somos, para que o nosso seguro de cada elemento seja identificado pela seguradora e que, quando há um acidente tudo seja mais simples e mais rápido de tratar, mas também permite registar as atividades realizadas, o progresso individual de cada criança ou jovem, bem como a formação inicial e contínua de cada um dos dirigentes, assim como o percurso que teve na ocupação de cargos e funções no movimento, a todos os níveis organizacionais do CNE.


É também aqui que se faz e gere o inventário de equipamento de cada estrutura e que desenvolve a presentação de contas. Refira-se que a prestação de contas em 2021, ao nível dos agrupamentos será feita, pela primeira vez, num novo programa informático o SIIC – Sistema Integrado de Informação Contabilística, para se poder proceder à integração das contas dos agrupamentos no todo nacional uma vez que a existência de um único número de contribuinte nos obriga a uma consolidação das contas do movimento.


Estes dois instrumentos, que são preenchidos ao longo de um ano escutista e só fechado no mês de janeiro, no seu conjunto, constituem um dos maiores e melhores instrumentos de trabalho para preparar o futuro do Escutismo Católico Português.


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