segunda-feira, 27 de maio de 2024

O Padre Américo, O Assistente Honorário e Vitalício da Região de Braga

“O Padre Américo, O Assistente Honorário e Vitalicio da Região de Braga"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado no jornal diário "Correio do Minho"


Realizaram-se, no passado dia 27 de abril, na cidade de Fafe os últimos festivais Regionais de Braga, 2024. Este ano, organizaram-se em quatro categorias: Festival Monsenhor Américo, Festival Escutista de Curtas-Metragens/EScurtas, Concurso de Fotografia Escutista e Concurso de Peças de Fogo de Conselho.

Esta feliz ideia brotou, no ano de 1999, tendo sido precedida por uma profunda reflexão desenvolvida, no seio da Junta Regional de Braga, chefiada pelo dirigente Jaime Pereira.

Na sua primeira edição, realizada em novembro de 1999, no Cine-Teatro Garrett, na Cidade da Póvoa de Varzim, Núcleo do Cego do Maio, sendo composta apenas pelo Festival Monsenhor Américo, até que, em 2008, realizou-se a 1ª edição do EScurtas – Festival de Curtas-Metragens. Contudo, só em 2011 estes dois festivais se realizaram na mesma data, dando assim início aos Festivais Regionais. De forma a aprofundar outras vertentes do espírito criativo dos escuteiros da Região de Braga, em 2014 iniciaram-se dois novos concursos que se juntaram aos dois já existentes: o Concurso de Peças de Fogo de Conselho e o Concurso de Fotografia Escutista. No ano de 2021 iniciou-se o quinto concurso EStalento.

Os Festivais de 2024 tiveram como tema “Mãos que constroem a justiça”, sendo, crianças e jovens, desafiadosa ter uma participação ativa na promoção da justa em escala global. A justa não é um destino final, mas um processo contínuo. Deixa que o teu talento espelhe a visão que queres para um Escutismo e para um mundo mais justo, seja através da sica, representação, vídeo, fotografia ou qualquer outro dom!

Foi muito oportuna a criação do Festival pela equipa do Jaime Pereira, até porque o assistente regional começava a apresentar algumas dificuldades, tendo o Arcebispo de Braga, nomeado o Cónego António Macedo para Assistente Regional Adjunto do Padre Américo e mais tarde o Senhor Dom Jorge Ortiga, num ato de justiça nomeou o Monsenhor Américo Ferreira Alves como “Assistente honorário e vitalício da junta regional de Braga“, nomeando também o Cónego António da Silva Macedo, como “Assistente da Junta Regional de Braga”, e o Padre Marcelino Paulo Machado Ferreira foi nomeado “Assistente-Adjunto”. Esta provisão está datada de 25 de janeiro de 2001. O Arcebispo Metropolita de Braga, termina este documento com uma afirmação que muito deve alegrado o Padre Américo «4. Reconhecendo a importância do Clã 8, do Seminário Conciliar, na formação de futuros assistentes, solicitamos a sua colaboração nas atividades da Junta Regional e de Núcleo de Braga.»

Ainda tivemos o privilégio de ter o Assistente honorário e vitalício em algumas das nossas reuniões da Junta Regional de Braga, onde sempre tinha um sábio conselho a deixar aos presentes e, para cada um de nós, tinha também uma palavra de conforto e de incentivo.

No dia 20 de março de 2013, o Assistente Regional Honorário e Vitalício de Braga, Monsenhor Américo Ferreira Alves faleceu aos 95 anos de idade. Este Padre e Escuteiro e foi sempre uma referência para o movimento escutista português e para a igreja bracarense, pela sua dedicação, competência e espírito de serviço a pessoas e instituições onde serviu com muita generosidade.

Como escuteiro, a sua ação é inarrável, por isso, recordarei a fundação do Clã 8, no seminário conciliar, por onde passavam muitos dos seminaristas de teologia, que assim tomavam contacto com este instrumento de educação não formal, preparando-se para o utilizar nas suas paróquias, ajudando os jovens a crescer “em sabedoria e graça”. Ninguém pode calcular o efeito “de bola de neve” que esta iniciativa teve no desenvolvimento do escutismo na região de Braga.

Mas o Clã 8, sob a orientação do Padre Américo, que o ajudou a formar, do qual foi o seu primeiro Assistente e o seu “chefe de eleição”, deixou-nos um legado fundamental: «O Meu Cancioneiro», onde na nota de abertura, da 3ª edição - 1978, escreveu: «É o esforço do clã 8, de Braga, como concretização de “PROJECTO DE CAMINHEIROS” para este ano e uma “Boa Acção” em prol da Região de Braga (e do C.N.E.) para lhes permitir que continue a cantar...»

O Mons. Américo foi, de facto, um homem determinado e determinante nesta sua missão de Pastor e de Escuteiro, como se pode ver neste seu pensamento produzido aquando da celebração, em 1992/93, das suas bodas de ouro (de sacerdote e de escuteiro): “ainda hoje estaria disposto a recomeçar”.



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