“O Padre Américo, O Assistente Honorário e Vitalicio da Região de Braga"
artigo publicado no jornal diário "Correio do Minho"
Realizaram-se,
no passado dia 27 de abril, na cidade de Fafe os últimos festivais Regionais de
Braga, 2024. Este ano, organizaram-se em quatro categorias: Festival Monsenhor
Américo, Festival Escutista de Curtas-Metragens/EScurtas, Concurso de
Fotografia Escutista e Concurso de Peças de Fogo de Conselho.
Esta feliz
ideia brotou, no ano de 1999, tendo sido precedida por uma profunda reflexão
desenvolvida, no seio da Junta Regional de Braga, chefiada pelo dirigente Jaime
Pereira.
Na sua
primeira edição, realizada em novembro de 1999, no Cine-Teatro Garrett, na
Cidade da Póvoa de Varzim, Núcleo do Cego do Maio, sendo composta apenas pelo
Festival Monsenhor Américo, até que, em 2008, realizou-se a 1ª edição do EScurtas – Festival de
Curtas-Metragens. Contudo, só em 2011 estes dois festivais se realizaram na
mesma data, dando assim início aos Festivais Regionais. De forma a aprofundar
outras vertentes do espírito criativo dos escuteiros da Região de Braga, em 2014
iniciaram-se dois novos concursos que se juntaram aos dois já existentes: o Concurso
de Peças de Fogo de Conselho e o Concurso de Fotografia Escutista. No ano de
2021 iniciou-se o quinto concurso EStalento.
Os Festivais
de 2024 tiveram como tema “Mãos que constroem a justiça”, sendo,
crianças e jovens, desafiados “a ter uma participação ativa na promoção da justiça em escala global.
A justiça não é um destino final, mas um processo
contínuo. Deixa que o teu talento
espelhe a visão que queres para um Escutismo e para um mundo mais justo, seja através
da música, representação, vídeo, fotografia ou qualquer outro dom!”
Foi muito
oportuna a criação do Festival pela equipa do Jaime Pereira, até porque o
assistente regional começava a apresentar algumas dificuldades, tendo o Arcebispo
de Braga, nomeado o Cónego António Macedo para Assistente Regional Adjunto do
Padre Américo e mais tarde o Senhor Dom Jorge Ortiga, num ato de justiça nomeou
o Monsenhor Américo Ferreira Alves como “Assistente honorário e vitalício da
junta regional de Braga“, nomeando também o Cónego António da Silva Macedo,
como “Assistente da Junta Regional de Braga”, e o Padre Marcelino Paulo
Machado Ferreira foi nomeado “Assistente-Adjunto”. Esta provisão está
datada de 25 de janeiro de 2001. O Arcebispo Metropolita de Braga, termina este
documento com uma afirmação que muito deve alegrado o Padre Américo «4.
Reconhecendo a importância do Clã 8, do Seminário Conciliar, na formação de
futuros assistentes, solicitamos a sua colaboração nas atividades da Junta
Regional e de Núcleo de Braga.»
Ainda tivemos
o privilégio de ter o Assistente honorário e vitalício em algumas das nossas
reuniões da Junta Regional de Braga, onde sempre tinha um sábio conselho a
deixar aos presentes e, para cada um de nós, tinha também uma palavra de
conforto e de incentivo.
No dia 20 de março de 2013, o Assistente
Regional Honorário e Vitalício de Braga, Monsenhor Américo Ferreira Alves
faleceu aos 95 anos de idade. Este Padre e Escuteiro e foi sempre uma
referência para o movimento escutista português e para a igreja bracarense,
pela sua dedicação, competência e espírito de serviço a pessoas e instituições
onde serviu com muita generosidade.
Como escuteiro, a sua ação é inarrável,
por isso, recordarei a fundação do Clã 8, no seminário conciliar, por onde
passavam muitos dos seminaristas de teologia, que assim tomavam contacto com
este instrumento de educação não formal, preparando-se para o utilizar nas suas
paróquias, ajudando os jovens a crescer “em sabedoria e graça”. Ninguém
pode calcular o efeito “de bola de neve”
que esta iniciativa teve no desenvolvimento do escutismo na região de Braga.
Mas o Clã 8,
sob a orientação do Padre Américo, que o ajudou a formar, do qual foi o seu
primeiro Assistente e o seu “chefe de eleição”, deixou-nos um legado
fundamental: «O Meu Cancioneiro», onde na nota de abertura, da 3ª edição
- 1978, escreveu: «É o esforço do clã 8, de Braga, como concretização de
“PROJECTO DE CAMINHEIROS” para este ano e uma “Boa Acção” em prol da Região de
Braga (e do C.N.E.) para lhes permitir que continue a cantar...»
O Mons. Américo foi, de facto, um homem
determinado e determinante nesta sua missão de Pastor e de Escuteiro, como se
pode ver neste seu pensamento produzido aquando da celebração, em 1992/93, das
suas bodas de ouro (de sacerdote e de escuteiro): “ainda hoje estaria disposto a recomeçar”.
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