“Ainda a propósito do Centenário do CNE:
O Agr.º 16 e a Paróquia de Prado (Santa Maria)"
por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 19 janeiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"
artigo publicado a 19 janeiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"
No âmbito das comemorações do Centenário do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, celebrado no pretérito dia 23 de maio de 2023, na cidade de Braga, por ter sido o local onde, por vontade e ação do Grande Arcebispo, D. Manuel Vieira de Matos que, na sua visão renovadora e estruturante da Arquidiocese, encontrou no Escutismo Católico um espaço para a juventude (os adultos do futuro) fazer o seu crescimento para serem agentes de mudança e de consolidação, numa sociedade de cidadãs e cidadãos solidariamente ativos, agindo à luz do Evangelho.
Antes, e depois, da inauguração da escultura que o Escutismo Católico Português ofereceu à cidade de Braga, para marcar o centenário e o local do seu “nascimento”, variadíssimas manifestações deste tipo surgiram, um pouco por todo o lado, quase sempre apoiadas pelas Câmaras Municipais.
Na primeira semana deste mês, recebi um telefonema de um amigo desafiando-me para assistir à inauguração de uma escultura comemorativa do Centenário do C.N.E., nesse fim de semana. Sabia que este amigo, o arquiteto António Sá Machado, na sua meninice e adolescência, fora escuteiro no Agrupamento de Santa Maria de Prado e também sabia que há bastante tempo trabalhava num projeto para a criação de uma peça para marcar a presença do Escutismo nesta comunidade paroquial. Claro que isto era uma vontade coletiva que juntava, de braço dado, os escuteiros (antigos e atuais) e a comunidade paroquial, a ele fora pedido que, sem pressas idealizasse a obra e a materializasse.
Por isso, respondi que iria a Prado, na tarde do dia 6 de janeiro, para assistir à cerimónia, mas com uma curiosidade profunda para saber qual dos esboços que, ao longo dos tempos, apreciara no seu gabinete, mas o estudo que permitiu materializar o seu pensamento não era nenhum dos que eu conhecera.
Na breve memória descritiva que me foi distribuída, sob a forma de marcador de livro, pode ler-se: «De um paralelepípedo em pedra que assenta num chão de barro (símbolo das Terras de Santa Maria de Prado), emergem duas lâminas que juntas (unidade entre os homens) se erguem sem se tocar criando um fio de luz qua as atravessa e recorta a “flor-de-lis” desenhada no imaginário do observador. A concavidade da face, acolhe todos, num apelo mudo para o cumprimento da Lei [do Escuta] pela qual o Escuteiro se rege.
No centro da praça, fica o suporte da chama – o Fogo – que nos alerta para a presença de Deus.»
Este texto termina com uma citação do livro que, ainda hoje inspira a vivência escutista, “Escutismo para Rapazes”: «... Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e, quando vos chegar a hora de morrer, podereis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem. ...
Última mensagem do chefe Baden-Powell, Fundador [Mundial] do Escutismo.»
É certo que a base do monumento ainda não está montada: os quatro “bancos” simbolizando as quatro secções do CNE: Alcateia - os Lobitos, Expedição - os Exploradores, Comunidade – os Pioneiros e Clã – os Caminheiros; o espaço do “fogo” e a “terra de barro”. Mas, tal como no Escutismo ou nas nossas vidas, as coisas vão se fazendo na medida das nossas possibilidades, como diz o ditado popular: «Roma e Pavia não se fizeram num dia»!
Confesso que fiquei impressionado com a parceria das comunidades Paroquial e Escutista para protagonizarem este projeto e alegrou-se-me a alma por ver que por Terras de Santa Maria de Prado o espírito dos fundadores (Baden-Powell e D. Manuel Vieira de Matos) continua vivo e atuante.
Num tempo em que o pensamento dominante no mundo é o da guerra, melhor das guerras, admirei a sensibilidade do autor da obra para um dos princípios fundamentais do Escutismo: educar para a cooperação e para a Paz. De uma forma inteligente Sá Machado, no recorte interior da Flor-de-Lis faz sobressair a silhueta de duas pombas que relembram esta particularidade de desenvolvimento de competências relacionais voltadas para a compreensão, a aceitação e a cooperação: o caminho mais seguro para a Paz. Este pequeno pormenor, mas de importância vital para educar os futuros construtores de Paz, que o fundador designava como a “Fraternidade Mundial Escutista” que ainda hoje podemos observar no Jamboree Mundial, designação do acampamento mundial que se realiza de cinco anos, tendo sido o primeiro realizado em 1920, perto de Londres.
Antes, e depois, da inauguração da escultura que o Escutismo Católico Português ofereceu à cidade de Braga, para marcar o centenário e o local do seu “nascimento”, variadíssimas manifestações deste tipo surgiram, um pouco por todo o lado, quase sempre apoiadas pelas Câmaras Municipais.
Na primeira semana deste mês, recebi um telefonema de um amigo desafiando-me para assistir à inauguração de uma escultura comemorativa do Centenário do C.N.E., nesse fim de semana. Sabia que este amigo, o arquiteto António Sá Machado, na sua meninice e adolescência, fora escuteiro no Agrupamento de Santa Maria de Prado e também sabia que há bastante tempo trabalhava num projeto para a criação de uma peça para marcar a presença do Escutismo nesta comunidade paroquial. Claro que isto era uma vontade coletiva que juntava, de braço dado, os escuteiros (antigos e atuais) e a comunidade paroquial, a ele fora pedido que, sem pressas idealizasse a obra e a materializasse.
Por isso, respondi que iria a Prado, na tarde do dia 6 de janeiro, para assistir à cerimónia, mas com uma curiosidade profunda para saber qual dos esboços que, ao longo dos tempos, apreciara no seu gabinete, mas o estudo que permitiu materializar o seu pensamento não era nenhum dos que eu conhecera.
Na breve memória descritiva que me foi distribuída, sob a forma de marcador de livro, pode ler-se: «De um paralelepípedo em pedra que assenta num chão de barro (símbolo das Terras de Santa Maria de Prado), emergem duas lâminas que juntas (unidade entre os homens) se erguem sem se tocar criando um fio de luz qua as atravessa e recorta a “flor-de-lis” desenhada no imaginário do observador. A concavidade da face, acolhe todos, num apelo mudo para o cumprimento da Lei [do Escuta] pela qual o Escuteiro se rege.
No centro da praça, fica o suporte da chama – o Fogo – que nos alerta para a presença de Deus.»
Este texto termina com uma citação do livro que, ainda hoje inspira a vivência escutista, “Escutismo para Rapazes”: «... Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e, quando vos chegar a hora de morrer, podereis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem. ...
Última mensagem do chefe Baden-Powell, Fundador [Mundial] do Escutismo.»
É certo que a base do monumento ainda não está montada: os quatro “bancos” simbolizando as quatro secções do CNE: Alcateia - os Lobitos, Expedição - os Exploradores, Comunidade – os Pioneiros e Clã – os Caminheiros; o espaço do “fogo” e a “terra de barro”. Mas, tal como no Escutismo ou nas nossas vidas, as coisas vão se fazendo na medida das nossas possibilidades, como diz o ditado popular: «Roma e Pavia não se fizeram num dia»!
Confesso que fiquei impressionado com a parceria das comunidades Paroquial e Escutista para protagonizarem este projeto e alegrou-se-me a alma por ver que por Terras de Santa Maria de Prado o espírito dos fundadores (Baden-Powell e D. Manuel Vieira de Matos) continua vivo e atuante.
Num tempo em que o pensamento dominante no mundo é o da guerra, melhor das guerras, admirei a sensibilidade do autor da obra para um dos princípios fundamentais do Escutismo: educar para a cooperação e para a Paz. De uma forma inteligente Sá Machado, no recorte interior da Flor-de-Lis faz sobressair a silhueta de duas pombas que relembram esta particularidade de desenvolvimento de competências relacionais voltadas para a compreensão, a aceitação e a cooperação: o caminho mais seguro para a Paz. Este pequeno pormenor, mas de importância vital para educar os futuros construtores de Paz, que o fundador designava como a “Fraternidade Mundial Escutista” que ainda hoje podemos observar no Jamboree Mundial, designação do acampamento mundial que se realiza de cinco anos, tendo sido o primeiro realizado em 1920, perto de Londres.
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