domingo, 25 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 2 de 26 de fevereiro a 3 março de 2024

Folhinha interparoquial nº 2 de 26 de fevereiro a 3 março de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Maria de Lamaçaes
- S. Tiago de Fraião

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Bem Vindo Padre Francisco

 A Comunidade Paroquial do Divino Salvador de Nogueiró, acolheu a 17 fevereiro 2024 o Padre Francisco que virá colaborar com o Pde Miguel na orientação das Paróquias de Nogueiró, Lamaçães e Fraião. Como não podia deixar de ser os escuteiros de Nogueiró estiveram presentes nesta Cerimónia.

Seja Bem Vindo Padre Francisco.








sábado, 17 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 1 de 19 a 25 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 1 de 19 a 25 de fevereiro de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Maria de Lamaçaes
- S. Tiago de Fraião
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:




O Congresso do Centenário

O Congresso do Centenário"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 17 de fevereiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"


Na última crónica, e a propósito do Congresso do Centenário, realizado nos dias 28 e 29 de janeiro do corrente ano, na cidade de Coimbra, a que foi dada a importância de marcar o final das comemorações do Centenário do Corpo Nacional de Escutas.

A este propósito revisitamos o primeiro Congresso de Geral de Dirigentes, realizado de 4 a 6 de abril de 1929, isto é, 6 anos depois da fundação dos Escuteiros Católicos em Portugal e cujo grande objetivo estava centrado à volta do seu crescimento harmonioso e sustentado com base nas regiões escutistas, coincidentes com as dioceses portuguesas. Foi um momento importante para preparar e projetar a afirmação do Corpo Nacional de Escutas em todo o país, neste capítulo recorde-se que os novos Estatutos e Regulamento Geral viriam a ser publicados em agosto de 1934.
Tal como revisitamos também os dois últimos Congressos realizados:
a) Congresso do Escutismo Católico Português, "Que Escutismo para o ano 2000?", mas mais conhecido por "CNE 2000". Este congresso, realizado na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, nos 29 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986;
b) Congresso “Escutismo: Educar para a vida no século XXI”, realizado a 9 e 10 de novembro de 2013, no Centro de Congressos de Lisboa.
Tive a grata oportunidade de participar nestes dois congressos: no primeiro, na qualidade de Secretário Nacional Pedagógico e, no segundo, enquanto Chefe Nacional. Reconheço que as mudanças estruturantes realizadas em 1984/88, ao nível da aplicação do método e à introdução de novas temáticas emergentes e da visão de um escutismo dinâmico e atual, no pós 25 de abril, materializadas nas “Propostas Educativas” de cada das 4 Secções, beneficiaram muito dos temas apresentados ao Congresso.
O segundo voltou a provocar os congressistas e o CNE para a necessidade de aprimorar o programa educativo, bem como a presença dos adultos no escutismo e novo percurso formativo de adultos. Como dizia alguém o adulto (dirigente) deve ser como o Anjo da Guarda que está sempre presente e que permanentemente protege crianças e jovens, mas que não impõe a sua presença. Este Congresso resultou como um elemento catalisador para aumentar a disponibilidade e mobilização de crianças, jovens e adultos para uma mudança ecologicamente sustentada – o cuidar da casa comum, não um método com objetivos, conteúdos, estratégias e ações, mas sim numa verdadeira Gramática da Ecologia de Deus e em Deus.
Também não faltei a este importante Congresso do Centenário do CNE, antes de mais, porque ele foi o elemento simbolicamente escolhido, para marcar a saída do primeiro milénio de vida do CNE e a entrada no segundo milénio.
Depois, porque, na minha opinião, ao criar-se esta oportunidade de abertura a todos os que quiseram participar: Lobitos, Exploradores, Pioneiros, Caminheiros, Candidatos a Dirigentes e Dirigentes, mas também a “não associados”, e como afirma Cláudia Xavier1 no texto de apresentação do Congresso: «Esta atividade pretende criar um espaço para reflexão partilhada, em que [as crianças e] os jovens apresentarão ao CNE as conclusões do Fórum 100 e os Chefes Regionais falaram também do seu trabalho de reflexão. Este espaço, marcará o ponto de partida para o 2º Centenário, passo esse que será dado tendo como base os contributos recolhidos e o impacto do escutismo na vida dos jovens na associação e na comunidade. É também esperado que se identifiquem estratégias para o desenvolvimento sustentável do CNE.»
Este congresso teve ainda como um facto relevante a registar, ter sido uma coorganização do Corpo Nacional de Escutas e da Câmara Municipal de Coimbra, e a justa referência à qualidade das instalações onde se realizou, o Convento de São Francisco: Coimbra Cultua e Congressos, e à qualidade dos serviços municipais envolvidos na preparação e na logística necessária ao bom funcionamento de todos os momentos. Estou certo qua o CNE ficará sempre agradecido.

Sem querer antecipar as conclusões oficiais, e com os “olhos” de simples congressista, não posso deixar de testemunhar que dar palco às crianças e jovens, fizeram deles verdadeiros protagonistas do seu próprio desenvolvimento, diria mesmo que foram “pedras angulares” para o desenvolvimento do CNE, por isso, posso plagiar Baden-Powell, afirmando que, estes protagonistas e todas as crianças e jovens que eles representaram, foram capazes de impelirem as suas próprias canoas.



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ref: pin/Crachá_LPB 2023 - 38mmref: pin/Crachá_LPB Viana - 38mm

Encontro de Guias - Núcleo de Braga

 Hoje, 17 de fevereiro 2024, na parte da manhã os nossos guias estiveram presentes no encontro de guias do núcleo de Braga que teve lugar em Sobreposta.. Uma manhã de partilha e debate de um tema tão importante que é a Inclusão, nunca esquecendo o que o Santo Padre nos transmitiu "Todos, Todos, Todos..."

Parabéns a todos, e com um carinho especial á nossa Lobita Eva, Guia de bando que foi eleita para representar o Núcleo de Braga no Encontro Regional de Guias, "Da melhor Vontade" Eva.







segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

A Pretexto do Congresso do Centenário

A Pretexto do Congresso do Centenário"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 2 de fevereiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"

No passado fim de semana (28 e 28 de janeiro de 2024) realizou-se, na cidade de Coimbra, o Congresso que marcou o final das comemorações do Centenário do Corpo Nacional de Escutas.
Sob este pretexto, quero recordar que, desde o seu início, o CNE teve preocupações com a qualidade do seu crescimento e desenvolvimento:
a) No dia 1 de março de 1925, foi inaugurado o Campo-Escola "S. Tomás de Aquino" (curso para a formação de dirigentes), no Porto e, no dia 25 do mesmo mês, é aprovado o “Regulamento das Escolas Regionais de Instrutores”.
b) Nos dias 27 e 28 de dezembro de 1927, ocorre Primeiro Congresso de Assistentes em Braga, sendo as conclusões publicadas em atos oficiais de 31 de janeiro de 1928.
c) Nos dias 24 e 25 de maio de 1928 realizou-se o Congresso Técnico, na cidade de Braga, tendo também sido publicadas a respetivas conclusões.
d) Nos dias 4 a 6 de abril de 1929, depois deste conjunto de encontros setoriais e, no sexto ano de vida do jovem Movimento, realizou-se o Primeiro Congresso Geral de Dirigentes do C.N.E., na cidade de Coimbra, com preocupações relacionadas com o seu crescimento harmonioso e sustentado. Na sua última sessão foram discutidas e aprovadas as suas conclusões.

No pós 25 de Abril, um tempo em que se sentia a necessidade urgente de se tomarem decisões rápidas e significativas, no início de outubro realiza-se o 3º Encontro Nacional de Dirigentes “para apresentar e divulgar inovações a introduzir (facultativamente) nos métodos das secções, na linha da Pedagogia do Projeto, que ficarão conhecidas como Novas Metodologias” (in site do CNE). Este encontro foi vital para a estabilidade do Corpo Nacional de Escutas.
Já ano de 1986, de 29 de Novembro a 1 de Dezembro, realizou-se Congresso do Escutismo Católico Português, "Que Escutismo para o ano 2000?", mas mais conhecido por "CNE 2000". Este congresso, realizado na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, contou com a intervenção do Dr. José Hermano Saraiva, na conferência de abertura e muitos outros: Dr. Seabra Lopes (informática), Pe. Prof. Mário Lopes (problema demográfico), Eng. Bruto da Costa (esgotamento dos recursos naturais), Comandante Virgílio de Carvalho (dicotomias Norte-Sul e Este-Oeste), Dr. Francisco Pinto Balsemão (comunicação social), Dr. Luís Archer e Dr. Meneres Pimentel (biotecnologia), Eng. Eurico da Fonseca (exploração do espaço), Eng. Carlos Pimenta (desequilíbrios ecológicos), Dr. Nuno Ribeiro da Silva (energia) e Prof. Fernando Micael Pereira (novas formas de organização). Para além destes belíssimos oradores, foram ainda apresentadas e publicadas uma trin-tena de comunicações de dirigentes do CNE.

Finalmente recordar o Congresso “Escutismo: Educar para a vida no século XXI”, realizado a 9 e 10 de novembro de 2013, no Centro de Congressos de Lisboa. O professor Marcelo Rebelo de Sousa proferiu a conferência de abertura subordinada ao tema identificador do congresso “Escutismo: Educar para a vida no século XXI”.
O primeiro painel: “o papel Escutismo na Igreja” a intervenção inicial foi proferida por sua Exª Revma., o senhor D. Joaquim Mendes, Vice-Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família. E ainda duas outras, pelo Prof. Doutor João Duque, da UCP – Braga, “A Igreja e os sinais dos tempos. Qual a nossa missão como leigos?” e do Frei Albertino Rodrigues, da Ordem dos Frades Menores – Lisboa, “A lei do escuteiro e a lei de Deus. Desafios ou pistas na educação e testemunho cristão?”.

O segundo painel: “o papel Escutismo na Educação”, tendo o Prof. Doutor Manuel Joaquim Azevedo, Diretor do Centro de Estudos em Desenvolvimento Humano, da UCP – Porto, proferido a intervenção inicial. Seguindo-se o Prof. Doutor Marcelino Sousa Lopes, da UTAD: “A Educação e a Educação não formal. Desafio, utopia ou compromisso?” O Prof. Doutor José Augusto Palhares, da UM: “O escutismo como educação não formal. Que sentidos à participação num percurso com 90 anos?” e a Dra. Maria Helena Guerra, na qualidade de Chefe Regional de Évora, sobre “O agrupamento, comunidade educativa local. Cen-tralidade ou periferia na metodologia escutista?”.
O terceiro painel: “o papel Escutismo na Sociedade”, tendo o Doutor Rui Marques, Presidente da Direção do Instituto Padre António Vieira – Lisboa, proferido a intervenção inicial, sendo que a Profª. Doutora Susana Fonseca Carvalhosa, ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e Chefe do Agrupamento nº 73, Carnide – Lisboa abordou o tema: “A sociedade do século XXI. Que diálogos e que interações na e para a formação de jovens?” e o Engenheiro João Paulo Feijó, Consultor em Qualidade, Capital Humano e Gestão da Mudança e antigo Vice-Presidente do Comité Europeu da Organização Mundial do Escutismo (1987-1995) versou o tema: “O Escutismo Católico Português. Da realidade a uma visão (de e) com futuro.”

Em próxima crónica voltaremos a este recente e importante Congresso do CNE.



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ref: pin/Crachá_LPB 2023 - 38mmref: pin/Crachá_LPB Viana - 38mm

Folhinha interparoquial nº 842 de 12 a 18 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 842 de 12 a 18 de fevereiro de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:




Ainda a Propósito do Centenário do CNE: O Agr.º n.º 16 e a Paróquia de Prado (Santa Maria)

Ainda a propósito do Centenário do CNE:

O Agr.º 16 e a Paróquia de Prado (Santa Maria)"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 19 janeiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"

No âmbito das comemorações do Centenário do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, celebrado no pretérito dia 23 de maio de 2023, na cidade de Braga, por ter sido o local onde, por vontade e ação do Grande Arcebispo, D. Manuel Vieira de Matos que, na sua visão renovadora e estruturante da Arquidiocese, encontrou no Escutismo Católico um espaço para a juventude (os adultos do futuro) fazer o seu crescimento para serem agentes de mudança e de consolidação, numa sociedade de cidadãs e cidadãos solidariamente ativos, agindo à luz do Evangelho.
Antes, e depois, da inauguração da escultura que o Escutismo Católico Português ofereceu à cidade de Braga, para marcar o centenário e o local do seu “nascimento”, variadíssimas manifestações deste tipo surgiram, um pouco por todo o lado, quase sempre apoiadas pelas Câmaras Municipais.
Na primeira semana deste mês, recebi um telefonema de um amigo desafiando-me para assistir à inauguração de uma escultura comemorativa do Centenário do C.N.E., nesse fim de semana. Sabia que este amigo, o arquiteto António Sá Machado, na sua meninice e adolescência, fora escuteiro no Agrupamento de Santa Maria de Prado e também sabia que há bastante tempo trabalhava num projeto para a criação de uma peça para marcar a presença do Escutismo nesta comunidade paroquial. Claro que isto era uma vontade coletiva que juntava, de braço dado, os escuteiros (antigos e atuais) e a comunidade paroquial, a ele fora pedido que, sem pressas idealizasse a obra e a materializasse.
Por isso, respondi que iria a Prado, na tarde do dia 6 de janeiro, para assistir à cerimónia, mas com uma curiosidade profunda para saber qual dos esboços que, ao longo dos tempos, apreciara no seu gabinete, mas o estudo que permitiu materializar o seu pensamento não era nenhum dos que eu conhecera.
Na breve memória descritiva que me foi distribuída, sob a forma de marcador de livro, pode ler-se: «De um paralelepípedo em pedra que assenta num chão de barro (símbolo das Terras de Santa Maria de Prado), emergem duas lâminas que juntas (unidade entre os homens) se erguem sem se tocar criando um fio de luz qua as atravessa e recorta a “flor-de-lis” desenhada no imaginário do observador. A concavidade da face, acolhe todos, num apelo mudo para o cumprimento da Lei [do Escuta] pela qual o Escuteiro se rege.
No centro da praça, fica o suporte da chama – o Fogo – que nos alerta para a presença de Deus.»
Este texto termina com uma citação do livro que, ainda hoje inspira a vivência escutista, “Escutismo para Rapazes”: «... Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e, quando vos chegar a hora de morrer, podereis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem. ...
Última mensagem do chefe Baden-Powell, Fundador [Mundial] do Escutismo.»
É certo que a base do monumento ainda não está montada: os quatro “bancos” simbolizando as quatro secções do CNE: Alcateia - os Lobitos, Expedição - os Exploradores, Comunidade – os Pioneiros e Clã – os Caminheiros; o espaço do “fogo” e a “terra de barro”. Mas, tal como no Escutismo ou nas nossas vidas, as coisas vão se fazendo na medida das nossas possibilidades, como diz o ditado popular: «Roma e Pavia não se fizeram num dia»!
Confesso que fiquei impressionado com a parceria das comunidades Paroquial e Escutista para protagonizarem este projeto e alegrou-se-me a alma por ver que por Terras de Santa Maria de Prado o espírito dos fundadores (Baden-Powell e D. Manuel Vieira de Matos) continua vivo e atuante.
Num tempo em que o pensamento dominante no mundo é o da guerra, melhor das guerras, admirei a sensibilidade do autor da obra para um dos princípios fundamentais do Escutismo: educar para a cooperação e para a Paz. De uma forma inteligente Sá Machado, no recorte interior da Flor-de-Lis faz sobressair a silhueta de duas pombas que relembram esta particularidade de desenvolvimento de competências relacionais voltadas para a compreensão, a aceitação e a cooperação: o caminho mais seguro para a Paz. Este pequeno pormenor, mas de importância vital para educar os futuros construtores de Paz, que o fundador designava como a “Fraternidade Mundial Escutista” que ainda hoje podemos observar no Jamboree Mundial, designação do acampamento mundial que se realiza de cinco anos, tendo sido o primeiro realizado em 1920, perto de Londres.




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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 841 de 5 a 11 de fevereiro de 2024

Folhinha interparoquial nº 841 de 5 a 11 de fevereiro de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:




Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2024

 Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2024

Através do deserto, Deus guia-nos para a liberdade

Foto: Vatican Media

Queridos irmãos e irmãs!

Quando o nosso Deus Se revela, comunica liberdade: «Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão» (Ex 20, 2). Assim inicia o Decálogo dado a Moisés no Monte Sinai. O povo sabe bem de que êxodo Deus está a falar: traz ainda gravada na sua carne a experiência da escravidão. Recebe as «dez palavras» no deserto como caminho de liberdade. Nós chamamos-lhes «mandamentos», fazendo ressaltar a força amorosa com que Deus educa o seu povo; mas, de facto, o chamamento para a liberdade constitui um vigoroso apelo. Não se reduz a um mero acontecimento, mas amadurece ao longo dum caminho. Como Israel no deserto tinha ainda dentro de si o Egito (vemo-lo muitas vezes lamentar a falta do passado e murmurar contra o céu e contra Moisés), também hoje o povo de Deus traz dentro de si vínculos opressivos que deve optar por abandonar. Damo-nos conta disto, quando nos falta a esperança e vagueamos na vida como em terra desolada, sem uma terra prometida para a qual tendermos juntos. A Quaresma é o tempo de graça em que o deserto volta a ser – como anuncia o profeta Oseias – o lugar do primeiro amor (cf. Os 2, 16-17). Deus educa o seu povo, para que saia das suas escravidões e experimente a passagem da morte à vida. Como um esposo, atrai-nos novamente a Si e sussurra ao nosso coração palavras de amor.

O êxodo da escravidão para a liberdade não é um caminho abstrato. A fim de ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a realidade. Quando o Senhor, da sarça ardente, atraiu Moisés e lhe falou, revelou-Se logo como um Deus que vê e sobretudo escuta: «Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egito, e ouvi o seu clamor diante dos seus inspetores; conheço, na verdade, os seus sofrimentos. Desci a fim de o libertar das mãos dos egípcios e de o fazer subir desta terra para uma terra boa e espaçosa, para uma terra que mana leite e mel» (Ex 3, 7-8). Também hoje o grito de tantos irmãos e irmãs oprimidos chega ao céu. Perguntemo-nos: E chega também a nós? Mexe connosco? Comove-nos? Há muitos fatores que nos afastam uns dos outros, negando a fraternidade que originariamente nos une.

Na minha viagem a Lampedusa, à globalização da indiferença contrapus duas perguntas, que se tornam cada vez mais atuais: «Onde estás?» (Gn 3, 9) e «Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9). O caminho quaresmal será concreto, se, voltando a ouvir tais perguntas, confessarmos que hoje ainda estamos sob o domínio do Faraó. É um domínio que nos deixa exaustos e insensíveis. É um modelo de crescimento que nos divide e nos rouba o futuro. A terra, o ar e a água estão poluídos por ele, mas as próprias almas acabam contaminadas por tal domínio. De facto, embora a nossa libertação tenha começado com o Batismo, permanece em nós uma inexplicável nostalgia da escravatura. É como uma atração para a segurança das coisas já vistas, em detrimento da liberdade.

Quero apontar-vos, na narração do Êxodo, um detalhe de não pequena importância: é Deus que vê, que Se comove e que liberta, não é Israel que o pede. Com efeito, o Faraó extingue também os sonhos, rouba o céu, faz parecer imutável um mundo onde a dignidade é espezinhada e os vínculos autênticos são negados. Por outras palavras, o Faraó consegue vincular-nos a ele. Perguntemo-nos: Desejo um mundo novo? E estou disposto a desligar-me dos compromissos com o velho? O testemunho de muitos irmãos bispos e dum grande número de agentes de paz e justiça convence-me cada vez mais de que aquilo que é preciso denunciar é um défice de esperança. Trata-se de um impedimento a sonhar, um grito mudo que chega ao céu e comove o coração de Deus. Assemelha-se àquela nostalgia da escravidão que paralisa Israel no deserto, impedindo-o de avançar. O êxodo pode ser interrompido: não se explicaria doutro modo porque é, que tendo uma humanidade chegado ao limiar da fraternidade universal e a níveis de progresso científico, técnico, cultural e jurídico capazes de garantir a todos a dignidade, tateie ainda na escuridão das desigualdades e dos conflitos.

Deus não Se cansou de nós. Acolhamos a Quaresma como o tempo forte em que a sua Palavra nos é novamente dirigida: «Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão» (Ex 20, 2). É tempo de conversão, tempo de liberdade. O próprio Jesus, como recordamos anualmente no primeiro domingo da Quaresma, foi impelido pelo Espírito para o deserto a fim de ser posto à prova na sua liberdade. Durante quarenta dias, tê-Lo-emos diante dos nossos olhos e connosco: é o Filho encarnado. Ao contrário do Faraó, Deus não quer súbditos, mas filhos. O deserto é o espaço onde a nossa liberdade pode amadurecer numa decisão pessoal de não voltar a cair na escravidão. Na Quaresma, encontramos novos critérios de juízo e uma comunidade com a qual avançar por um caminho nunca percorrido.

Isto comporta uma luta: assim no-lo dizem claramente o livro do Êxodo e as tentações de Jesus no deserto. Com efeito, à voz de Deus, que diz «Tu és o meu Filho amado» (Mc 1, 11) e «não haverá para ti outros deuses na minha presença» (Ex 20, 3), contrapõem-se as mentiras do inimigo. Mais temíveis que o Faraó são os ídolos: poderíamos considerá-los como a voz do inimigo dentro de nós. Poder tudo, ser louvado por todos, levar a melhor sobre todos: todo o ser humano sente dentro de si a sedução desta mentira. É uma velha estrada. Assim podemos apegar-nos ao dinheiro, a certos projetos, ideias, objetivos, à nossa posição, a uma tradição, até mesmo a algumas pessoas. Em vez de nos pôr em movimento, paralisar-nos-ão. Em vez de nos fazer encontrar, contrapor-nos-ão. Mas existe uma nova humanidade, o povo dos pequeninos e humildes que não cedeu ao fascínio da mentira. Enquanto os ídolos tornam mudos, cegos, surdos, imóveis aqueles que os servem (cf. Sal 115, 4-8), os pobres em espírito estão imediatamente disponíveis e prontos: uma força silenciosa de bem que cuida e sustenta o mundo.

É tempo de agir e, na Quaresma, agir é também parar: parar em oração, para acolher a Palavra de Deus, e parar como o Samaritano em presença do irmão ferido. O amor de Deus e o do próximo formam um único amor. Não ter outros deuses é parar na presença de Deus, junto da carne do próximo. Por isso, oração, esmola e jejum não são três exercícios independentes, mas um único movimento de abertura, de esvaziamento: lancemos fora os ídolos que nos tornam pesados, fora os apegos que nos aprisionam. Então o coração atrofiado e isolado despertará. Para isso há que diminuir a velocidade e parar. Assim a dimensão contemplativa da vida, que a Quaresma nos fará reencontrar, mobilizará novas energias. Na presença de Deus, tornamo-nos irmãs e irmãos, sentimos os outros com nova intensidade: em vez de ameaças e de inimigos encontramos companheiras e companheiros de viagem. Tal é o sonho de Deus, a terra prometida para a qual tendemos, quando saímos da escravidão.

A forma sinodal da Igreja, que estamos a redescobrir e cultivar nestes anos, sugere que a Quaresma seja também tempo de decisões comunitárias, de pequenas e grandes opções contracorrente, capazes de modificar a vida quotidiana das pessoas e a vida de toda uma coletividade: os hábitos nas compras, o cuidado com a criação, a inclusão de quem não é visto ou é desprezado. Convido toda a comunidade cristã a fazer isto: oferecer aos seus fiéis momentos para repensarem os estilos de vida; reservar um tempo para verificarem a sua presença no território e o contributo que oferecem para o tornar melhor. Ai se a penitência cristã fosse como aquela que deixou Jesus triste! Também a nós diz Ele: «Não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam» (Mt 6, 16). Pelo contrário, veja-se a alegria nos rostos, sinta-se o perfume da liberdade, irradie aquele amor que faz novas todas as coisas, a começar das mais pequenas e próximas. Isto pode acontecer em toda a comunidade cristã.

Na medida em que esta Quaresma for de conversão, a humanidade extraviada sentirá um estremeção de criatividade: o lampejar duma nova esperança. Quero dizer-vos, como aos jovens que encontrei em Lisboa no verão passado: «Procurai e arriscai; sim, procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos dolorosos: estamos a viver uma terceira guerra mundial feita aos pedaços. Mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim» (Discurso aos estudantes universitários, 03/VIII/2023). É a coragem da conversão, da saída da escravidão. A fé e a caridade guiam pela mão esta esperança menina. Ensinam-na a caminhar e, ao mesmo tempo, ela puxa-as para a frente[1].

Abençoo-vos a todos vós e ao vosso caminho quaresmal.

 

Roma – São João de Latrão, no I Domingo do Advento, 3 de dezembro de 2023.

[Francisco]

[1] Cf. CHARLES PÉGUY, Il portico del mistero della seconda virtù, Milão 1978, 17-19 [tradução portuguesa: Os portais do mistério da segunda virtude, Lisboa, Paulinas 2014].