“A Educação Escutista, Segundo Baden-Powell "
por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 10 de novembro 2023 no jornal diário "Correio do Minho"
artigo publicado a 10 de novembro 2023 no jornal diário "Correio do Minho"
O velho Sócrates dizia a verdade ao afirmar: «Homem algum pode ter propósito mais nobre do que aquele que se preocupa com a educação correta não só dos seus, mas também dos filhos dos outros homens.»
Escutismo para Rapazes, prefácio, (1940).
Esta afirmação de Baden-Powell ocorre-me enquanto ouço um debate sobre a escalada no conflito no médio oriente entre o Hamas, que alguns dos múltiplos comentadores insistem em identificá-los, liminarmente com os Palestinianos o que equivaleria a identificar os portugueses com os membros de um partido dos diversos existentes em Portugal.
Felizmente que entre nós ainda nenhum partido, dos atualmente reconhecidos no nosso País, foi considerado pelas Nações Unidas, como um grupo terrorista, como acontece com o Hamas.
Em democracia, é aceitável que a educação das crianças e jovens seja feita tendo presentes os valores do respeito pelos outros, o respeito pelos valores dos outros bem como o respeito pelos nossos próprios valores. É neste respeito polifacetado que se constrói uma sociedade democrática guiada pelos valores da “igualdade”, da “fraternidade” e da “liberdade”.
Lembro-me das palavas de meu pai, que hoje entendo muito melhor do que quando as ouvia, “lembra-te que os outros têm o mesmo direito da fazer tudo aquilo que tu pensas que podes fazer”, palavras de um homem simples, mas impregnadas de um profundo sentimento de justiça, que me marcam profundamente.
Segundo o Fundador do Escutismo, a velha máxima de Júlio César “se vis pacem para bellum”, isto é, “se queres a paz, prepara a guerra”, influenciou, pelo temor a educação social e até muitas vezes a religiosa onde «não é tão comum que seja, o Temor a Deus, e não, o Amor de Deus, a base da moralidade, isto é, a superstição a substituir a fé», onde «a pretendida disciplina é obtida principalmente com ameaças de punição» e onde «os fortes serviram-se do medo como arma para aterrorizar os mais fracos».
Hoje estou grato por ter tido um pai, um humilde empregado da construção civil, que, tendo perdido o pai aos três anos de idade, fez a terceira classe nos órfãos de São Caetano, mas que foi capaz, naturalmente com a ajuda da minha mãe, de educar os seus filhos dentro deste espírito marcados pelos valores da Igreja e democracia social (como ele gostava de dizer) ou simplesmente de respeito pelos outros: “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.
Quando me tornei adolescente apercebi-me que o Escutismo me proporcionou o aprofundamento das palavras simples dos meus pais, e por isso me enamorei por este movimento, apercebendo-me de um novo mundo muito mais rico e cheio de oportunidades para quem quiser trilhar o seu caminho deixando aos outros concidadãos o espaço que lhe pertence por direito.
Há uma pequena publicação, pequena porque só tem 34 páginas, mas enorme, porque resulta da comunicação que Baden-Powell apresenta no III Congresso da Educação Moral1, que se realizou pelos finais de 1922, uma vez que esta comunicação foi publicada na revista “Jamboree” em janeiro de 1923, sob o título: A Educação Pelo Amor Substituindo a Educação pelo Temor, e publicada em Portugal, pelo Corpo Nacional de Escutas, na “Flor de Lis”, em 1928 (número de novembro e dezembro), e em livro, com o mesmo título e pelo mesmo editor, em 1976 e 2002.
Aqui, Baden-Powell sugere uma nova orientação defendendo que o Temor tem de ser substituído por uma influência bem mais poderosa o Amor. Só a partir do amor se poderá construir a Paz entre as nações. B.-P. estabelece uma relação entre a oração do “Pai Nosso”, que «fala de um Deus de quem todos somos filhos. De um Pai – não de um tirano, [...] Deus é Amor. É pois, o Reino do Amor o que pedimos».
Escutismo para Rapazes, prefácio, (1940).
Esta afirmação de Baden-Powell ocorre-me enquanto ouço um debate sobre a escalada no conflito no médio oriente entre o Hamas, que alguns dos múltiplos comentadores insistem em identificá-los, liminarmente com os Palestinianos o que equivaleria a identificar os portugueses com os membros de um partido dos diversos existentes em Portugal.
Felizmente que entre nós ainda nenhum partido, dos atualmente reconhecidos no nosso País, foi considerado pelas Nações Unidas, como um grupo terrorista, como acontece com o Hamas.
Em democracia, é aceitável que a educação das crianças e jovens seja feita tendo presentes os valores do respeito pelos outros, o respeito pelos valores dos outros bem como o respeito pelos nossos próprios valores. É neste respeito polifacetado que se constrói uma sociedade democrática guiada pelos valores da “igualdade”, da “fraternidade” e da “liberdade”.
Lembro-me das palavas de meu pai, que hoje entendo muito melhor do que quando as ouvia, “lembra-te que os outros têm o mesmo direito da fazer tudo aquilo que tu pensas que podes fazer”, palavras de um homem simples, mas impregnadas de um profundo sentimento de justiça, que me marcam profundamente.
Segundo o Fundador do Escutismo, a velha máxima de Júlio César “se vis pacem para bellum”, isto é, “se queres a paz, prepara a guerra”, influenciou, pelo temor a educação social e até muitas vezes a religiosa onde «não é tão comum que seja, o Temor a Deus, e não, o Amor de Deus, a base da moralidade, isto é, a superstição a substituir a fé», onde «a pretendida disciplina é obtida principalmente com ameaças de punição» e onde «os fortes serviram-se do medo como arma para aterrorizar os mais fracos».
Hoje estou grato por ter tido um pai, um humilde empregado da construção civil, que, tendo perdido o pai aos três anos de idade, fez a terceira classe nos órfãos de São Caetano, mas que foi capaz, naturalmente com a ajuda da minha mãe, de educar os seus filhos dentro deste espírito marcados pelos valores da Igreja e democracia social (como ele gostava de dizer) ou simplesmente de respeito pelos outros: “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.
Quando me tornei adolescente apercebi-me que o Escutismo me proporcionou o aprofundamento das palavras simples dos meus pais, e por isso me enamorei por este movimento, apercebendo-me de um novo mundo muito mais rico e cheio de oportunidades para quem quiser trilhar o seu caminho deixando aos outros concidadãos o espaço que lhe pertence por direito.
Há uma pequena publicação, pequena porque só tem 34 páginas, mas enorme, porque resulta da comunicação que Baden-Powell apresenta no III Congresso da Educação Moral1, que se realizou pelos finais de 1922, uma vez que esta comunicação foi publicada na revista “Jamboree” em janeiro de 1923, sob o título: A Educação Pelo Amor Substituindo a Educação pelo Temor, e publicada em Portugal, pelo Corpo Nacional de Escutas, na “Flor de Lis”, em 1928 (número de novembro e dezembro), e em livro, com o mesmo título e pelo mesmo editor, em 1976 e 2002.
Aqui, Baden-Powell sugere uma nova orientação defendendo que o Temor tem de ser substituído por uma influência bem mais poderosa o Amor. Só a partir do amor se poderá construir a Paz entre as nações. B.-P. estabelece uma relação entre a oração do “Pai Nosso”, que «fala de um Deus de quem todos somos filhos. De um Pai – não de um tirano, [...] Deus é Amor. É pois, o Reino do Amor o que pedimos».
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