“Baden-Powell e a Boa Ação Diária do Escuteiro"
por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 17 de fevereiro 2023 no jornal diário "Correio do Minho"
artigo publicado a 17 de fevereiro 2023 no jornal diário "Correio do Minho"
No próximo dia 22 de fevereiro, por todo o mundo escutista, celebra-se o dia de Baden-Powell. O fundador do escutismo faria 166 anos e hoje queria partilhar com os leitores um dos elementos mais importantes na vida de qualquer escuteiro, é uma marca de serviço ao outro – a boa ação quotidiana -, que todo o escuteiro assume realizar.
Recorro ao biografo de Baden-Powell, Robert Bastin, na biografia “Baden-Powell Cidadão do Mundo”, que, na edição portuguesa, tem um prefácio, sob o título “Baden-Powell e Portugal”, onde o antigo assistente nacional adjunto do CNE documenta as visitas do fundador a Portugal, diversos encontros e as suas intervenções e outros escritos.
Recordemos que 1907 é considerado o ano oficial da fundação do Escutismo, coincidindo com a realização do primeiro acampamento escutista, na Ilha de Brownsea, de 31 de julho a 9 de agosto, com montagens e desmontagens incluídas, e que o livro “Escutismo para Rapazes” foi publicado em seis fascículos, sendo o primeiro destes colocado em circulação a 15 de janeiro de 1908:
Ainda em 1908, Baden-Powell, na sua viagem de férias à América do Sul, ajudou a erguer a primeira organização escutista no estrangeiro, a do Chile. O escutismo pulava as fronteiras do império britânico, dando forma à Fraternidade Mundial.
O que o fundador nunca terá imaginado é que a expansão para os Estados Unido da América viria a ter origem numa Boa Ação de um jovem escuteiro londrino, que Robert Bastin descreve na citada biografia de B.-P. da seguinte forma:
«Arrastando a sua pesada mala de pele de porco, um rico americano dirigia-se penosamente para o seu hotel londrino, quando um rapaz de cerca de quinze anos se ofereceu para o aliviar da bagagem. Quando chegaram, o rapaz recusou a gratificação. Saudando-o com os três dedos, disse gentilmente ao estrangeiro: “Sou escuta e pratiquei a minha B. A. [Boa Ação], ajudando-o.
Impressionado com a sua cortesia, o americano informou-se da obra dos escutas e dirigiu-se ao Q.G. Comprou o “Escutismo o para Rapazes” e quando voltou a casa, fez tudo para realizar as suas diretivas. No ano seguinte, o presidente Roosevelt escreveu a Baden-Powell: “estou francamente de acordo não só com o método do livro, mas mais ainda com o seu fim, depois de algumas pequenas alterações de terminologia. As lições que nele se encontram adaptam-se tão bem e são tão necessárias aos jovens americanos como aos ingleses. Se a geração vindoura crescer na pureza e na exaltação do patriotismo sem nunca descer aos baixos instintos nem os admirar, o futuro será cheio de esperança, porque eu creio que a mera frivolidade pode causar tanto mal como a corrupção. Estou, em especial, inteiramente de acordo com o livro para concluir que os desportos atléticos, embora excelentes em si, não devem sobrepor-se à vida ao ar livre, tal como diz”.
O grande homem de estado compreendera o fundo do problema e a verdadeira posição de Baden-Powell. Tais encorajamentos davam-lhe prazer; mas o mais lhe agradava era ver milhares e milhares de rapazes experimentar o seu método. [...]
Quando, finalmente deixou o exército, começou a sua volta ao mundo, para estudar o problema do Escutismo nos Domínios e nas Colónias. Na China, no Japão, nos Estados Unidos pôde verificar o progresso do seu movimento, corrigir erros e lançar o entusiasmo dos rapazes na boa direção. Loucamente aclamado [pelos jovens], mas sempre simples, modesto e gracejador ia através do mundo despertando entusiasmo.»
O escutismo nos Estados Unidos da América, sob a designação de “Boys Scouts of America” foi oficialmente criado no dia 8 de fevereiro de 1910, dois anos após o singular encontro de um jovem escuteiro londrino que foi selado, em primeiro lugar, com uma Boa Ação do jovem e pela admiração do abastado americano, e, em segundo lugar, com o desejo do adulto em ver crescer no seu país o movimento escutista.
Recorro ao biografo de Baden-Powell, Robert Bastin, na biografia “Baden-Powell Cidadão do Mundo”, que, na edição portuguesa, tem um prefácio, sob o título “Baden-Powell e Portugal”, onde o antigo assistente nacional adjunto do CNE documenta as visitas do fundador a Portugal, diversos encontros e as suas intervenções e outros escritos.
Recordemos que 1907 é considerado o ano oficial da fundação do Escutismo, coincidindo com a realização do primeiro acampamento escutista, na Ilha de Brownsea, de 31 de julho a 9 de agosto, com montagens e desmontagens incluídas, e que o livro “Escutismo para Rapazes” foi publicado em seis fascículos, sendo o primeiro destes colocado em circulação a 15 de janeiro de 1908:
Ainda em 1908, Baden-Powell, na sua viagem de férias à América do Sul, ajudou a erguer a primeira organização escutista no estrangeiro, a do Chile. O escutismo pulava as fronteiras do império britânico, dando forma à Fraternidade Mundial.
O que o fundador nunca terá imaginado é que a expansão para os Estados Unido da América viria a ter origem numa Boa Ação de um jovem escuteiro londrino, que Robert Bastin descreve na citada biografia de B.-P. da seguinte forma:
«Arrastando a sua pesada mala de pele de porco, um rico americano dirigia-se penosamente para o seu hotel londrino, quando um rapaz de cerca de quinze anos se ofereceu para o aliviar da bagagem. Quando chegaram, o rapaz recusou a gratificação. Saudando-o com os três dedos, disse gentilmente ao estrangeiro: “Sou escuta e pratiquei a minha B. A. [Boa Ação], ajudando-o.
Impressionado com a sua cortesia, o americano informou-se da obra dos escutas e dirigiu-se ao Q.G. Comprou o “Escutismo o para Rapazes” e quando voltou a casa, fez tudo para realizar as suas diretivas. No ano seguinte, o presidente Roosevelt escreveu a Baden-Powell: “estou francamente de acordo não só com o método do livro, mas mais ainda com o seu fim, depois de algumas pequenas alterações de terminologia. As lições que nele se encontram adaptam-se tão bem e são tão necessárias aos jovens americanos como aos ingleses. Se a geração vindoura crescer na pureza e na exaltação do patriotismo sem nunca descer aos baixos instintos nem os admirar, o futuro será cheio de esperança, porque eu creio que a mera frivolidade pode causar tanto mal como a corrupção. Estou, em especial, inteiramente de acordo com o livro para concluir que os desportos atléticos, embora excelentes em si, não devem sobrepor-se à vida ao ar livre, tal como diz”.
O grande homem de estado compreendera o fundo do problema e a verdadeira posição de Baden-Powell. Tais encorajamentos davam-lhe prazer; mas o mais lhe agradava era ver milhares e milhares de rapazes experimentar o seu método. [...]
Quando, finalmente deixou o exército, começou a sua volta ao mundo, para estudar o problema do Escutismo nos Domínios e nas Colónias. Na China, no Japão, nos Estados Unidos pôde verificar o progresso do seu movimento, corrigir erros e lançar o entusiasmo dos rapazes na boa direção. Loucamente aclamado [pelos jovens], mas sempre simples, modesto e gracejador ia através do mundo despertando entusiasmo.»
O escutismo nos Estados Unidos da América, sob a designação de “Boys Scouts of America” foi oficialmente criado no dia 8 de fevereiro de 1910, dois anos após o singular encontro de um jovem escuteiro londrino que foi selado, em primeiro lugar, com uma Boa Ação do jovem e pela admiração do abastado americano, e, em segundo lugar, com o desejo do adulto em ver crescer no seu país o movimento escutista.
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