“Baden-Powell – de Herói a Fundador do Escutismo"
por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 4 de março 2022 no jornal diário "Correio do Minho"
artigo publicado a 4 de março 2022 no jornal diário "Correio do Minho"
Na última crónica sobre a vida do fundador do escutismo, terminámos com o seu regresso a Londres, na primavera de 1903, no posto de major-general, para assumir o cargo de Inspetor Geral de Cavalaria. Verificou que o seu livro “Aids to Scouting”, destinado ao exército, estava a ser usado como livro de texto nas escolas. “Curioso” como era desde de criança, quis perceber porquê e, por isso, reuniu uma «biblioteca de livros, que leu, a respeito da educação para rapazes através dos tempos – desde os espartanos, antigos bretões, peles vermelhas, até aos nossos dias» (Escutismo para Rapazes, p.329) tendo publicado vários textos sobre o assunto, a modo de reflexão crítica. Além disso, com os autores da sua época trocou muitas informações e debatendo muitos pontos de vista.
A situação de “General Inspetor” da Cavalaria levou-o a conhecer as grandes escolas de cavalaria de França, Alemanha, Áustria e Itália. De regresso a Londres cria a Escola de Cavalaria da Inglaterra, funda um jornal para os soldados desta arma, faz uma revisão completa do Manual de Instrução e leva a efeito uma grande reestruturação das escolas para a formação de oficiais.
Baden-Powell, também descobre, em Londres e em todas as cidades inglesas, que “por via do ofício” visitava, um novo problema que, rapidamente, nele cria uma grande preocupação: os dois milhões de jovens envilecidos e abandonados que vagueiam pelas ruas, sem qualquer ideal, sem iniciativa e sem esperança no futuro.
Numa das suas conversas, em junho de 1906, com Sir William Smith, fundador das Boys’ Brigades, de quem muitas vezes discordava, mas ambos tinham o entendimento que a disciplina nos rapazes devia ser alegre, mais espontânea e mais juvenil. Por isso, Sir William desafiou B.-P. a escrever um artigo, na Gazeta dos Boys’ Brigades, para expor o seu pensamento sobre o modo como se desenvolveria tal educação. Ainda nesse mês de junho, a Gazeta publicou o artigo de Ba- den-Powell sob o título Scouting for Boys – Exploração para Rapazes, onde se pode ler:
«Devemos ter bem clara na nossa mente a meta a que todo o educador quer levar os seus rapazes: ajudá-los a formar o caráter, a desenvolver neles o espírito de serviço em favor dos outros, a procurar torná-los bons cidadãos.
O método que eu sugiro para atingir esta meta é: servir-se da curiosidade inata nos jovens para habituá-los à exploração. Explorando a natureza, experimentarão a alegria de viver e, na observação atenta das pessoas, descobrirão a necessidade de ajudá-las (...)».
Em 1907 B.-P. encontra-se com Arthur Pearson, editor de livros e jornais, ambos partilhavam a preocupação dos dois milhões de jovens que vagueavam à margem da sociedade e que consideravam um problema de consciência. Foi então que Pearson o desafiou a demonstrar, no terreno, a validade das suas ideias.
Entretanto, Baden-Powell terminara a sua comissão de General Inspetor da Cavalaria Inglesa, junho de 1907, tendo sido promovido a tenente-general, passando à reserva.
Neste contexto e com mais “liberdade de ação”, organizou, entre 29 de julho e 5 de agosto de 1907, o primeiro acampamento escutista, na Ilha de Brownsea, no Canal Inglês, levando vinte rapazes, que dividiu em quatro Patrulhas (cada uma com a designação de um animal: Lobo, Touro, Maçarico e Corvo) com cinco rapazes. A 9 de agosto, B.-P. escreve no seu caderno de “caça”: «Foi levantado o campo. Os rapazes partiram. Levam com eles coleções de penas de aves, conchas, folhas, mas, sobretudo, levam na alma uma lembrança memorável dos dias felizes que aqui passaram e da vontade de os tornar a reviver, juntamente com outros rapazes.»
Sem perder tempo, Baden-Powell voltou aos seus escritos, fez a revisão dos textos em função das experiências vividas e observadas na ilha de Brownsea, preparando a publicação do Scouting for Boys ou Escutismo para Rapazes que viria a ser publicado em seis fascículos quinzenais, por ele ilustrados, tendo o primeiro sido dado à estampa em janeiro de 1908, os rapazes eram os seus destinatários.
Contudo, o acampamento de Brownsea, por ser a primeira atividade escutista e para marcar que no Escutismo o importante são as crianças e os jovens e que jogo escutista de ver ser vivido em ação e responsabilidade partilhadas, que se consagrou, oficialmente, 1907 como a data da fundação do Escutismo no mundo.
A situação de “General Inspetor” da Cavalaria levou-o a conhecer as grandes escolas de cavalaria de França, Alemanha, Áustria e Itália. De regresso a Londres cria a Escola de Cavalaria da Inglaterra, funda um jornal para os soldados desta arma, faz uma revisão completa do Manual de Instrução e leva a efeito uma grande reestruturação das escolas para a formação de oficiais.
Baden-Powell, também descobre, em Londres e em todas as cidades inglesas, que “por via do ofício” visitava, um novo problema que, rapidamente, nele cria uma grande preocupação: os dois milhões de jovens envilecidos e abandonados que vagueiam pelas ruas, sem qualquer ideal, sem iniciativa e sem esperança no futuro.
Numa das suas conversas, em junho de 1906, com Sir William Smith, fundador das Boys’ Brigades, de quem muitas vezes discordava, mas ambos tinham o entendimento que a disciplina nos rapazes devia ser alegre, mais espontânea e mais juvenil. Por isso, Sir William desafiou B.-P. a escrever um artigo, na Gazeta dos Boys’ Brigades, para expor o seu pensamento sobre o modo como se desenvolveria tal educação. Ainda nesse mês de junho, a Gazeta publicou o artigo de Ba- den-Powell sob o título Scouting for Boys – Exploração para Rapazes, onde se pode ler:
«Devemos ter bem clara na nossa mente a meta a que todo o educador quer levar os seus rapazes: ajudá-los a formar o caráter, a desenvolver neles o espírito de serviço em favor dos outros, a procurar torná-los bons cidadãos.
O método que eu sugiro para atingir esta meta é: servir-se da curiosidade inata nos jovens para habituá-los à exploração. Explorando a natureza, experimentarão a alegria de viver e, na observação atenta das pessoas, descobrirão a necessidade de ajudá-las (...)».
Em 1907 B.-P. encontra-se com Arthur Pearson, editor de livros e jornais, ambos partilhavam a preocupação dos dois milhões de jovens que vagueavam à margem da sociedade e que consideravam um problema de consciência. Foi então que Pearson o desafiou a demonstrar, no terreno, a validade das suas ideias.
Entretanto, Baden-Powell terminara a sua comissão de General Inspetor da Cavalaria Inglesa, junho de 1907, tendo sido promovido a tenente-general, passando à reserva.
Neste contexto e com mais “liberdade de ação”, organizou, entre 29 de julho e 5 de agosto de 1907, o primeiro acampamento escutista, na Ilha de Brownsea, no Canal Inglês, levando vinte rapazes, que dividiu em quatro Patrulhas (cada uma com a designação de um animal: Lobo, Touro, Maçarico e Corvo) com cinco rapazes. A 9 de agosto, B.-P. escreve no seu caderno de “caça”: «Foi levantado o campo. Os rapazes partiram. Levam com eles coleções de penas de aves, conchas, folhas, mas, sobretudo, levam na alma uma lembrança memorável dos dias felizes que aqui passaram e da vontade de os tornar a reviver, juntamente com outros rapazes.»
Sem perder tempo, Baden-Powell voltou aos seus escritos, fez a revisão dos textos em função das experiências vividas e observadas na ilha de Brownsea, preparando a publicação do Scouting for Boys ou Escutismo para Rapazes que viria a ser publicado em seis fascículos quinzenais, por ele ilustrados, tendo o primeiro sido dado à estampa em janeiro de 1908, os rapazes eram os seus destinatários.
Contudo, o acampamento de Brownsea, por ser a primeira atividade escutista e para marcar que no Escutismo o importante são as crianças e os jovens e que jogo escutista de ver ser vivido em ação e responsabilidade partilhadas, que se consagrou, oficialmente, 1907 como a data da fundação do Escutismo no mundo.
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