Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Eulália de Tenões
- S. Pedro de Este
Intenções das missas e informações das 3 paróquias:
Na semana passada referi o desafio
resultante da alteração de parte das equipas de 4 Núcleos, da Junta Regional e
do Conselho Fiscal e Jurisdicional Regional, neste último órgão foi uma
recondução da mesma equipa, na Região de Braga, por força do calendário
eleitoral.
Hoje, queria dar-vos nota de um outro
desafio que, nos meses de setembro e outubro, todos os agrupamentos enfrentam:
a construção do plano de atividades e respetivo orçamento, para o ano escutista
de 2020/2021.
Com o ano escutista que terminou
percebemos que, a final, os fatores externos, em determinadas circunstâncias,
são demasiado poderosos por forma a destruírem o planeamento, cuidadosamente
elaborado. A pandemia obrigou-nos a congelar, para ser simpático, todos os
planos que tínhamos, praticamente em 2020. Alguns de nós, percebemos então a
verdadeira dimensão de um pensamento de Albert Einstein: «a palavra ''progresso'' não terá qualquer sentido enquanto houver
crianças infelizes» e percebemos que, no Escutismo Católico, muito mais
importante que o caminho – o “progresso”
é a missão – a “felicidade de crianças e
jovens”.
O plano de atividades para o novo ano
escutista será indelevelmente marcado pela pandemia, e elaborado sob o seu
efeito devastador, sem sabermos qual será a sua evolução, na esperança que a
“milagrosa” vacina seja aprovada pelas autoridades competentes, colocada no
mercado e distribuída universalmente. É, por assim dizer, um salto “sem
paraquedas” e, também nós, ficamos inquietos e, quando não, paralisados.
Como hoje
estou grato a Blaise Pascal pelas suas palavras que, quando as li pela primeira
vez, me pareceram muito duras, para ser educado, mas que hoje compreendo o seu
verdadeiro alcance: «Cristo morreu de braços abertos, para que
nós não vivamos de braços cruzados».
O CNE adotou, no plano trienal de
atividades, o jovem Carlo Acutis como figura e exemplo de vida de 2020/2021. Nasceu
em Londres em 1991 e viveu em Milão, falecendo em 2006, em Monza, vítima de uma
leucemia fulminante. Carlo foi declarado venerável da igreja, no verão de 2018.
Na sua curta vida, de 15 anos,
demonstrou uma grande abertura aos outros, sobretudo aos mais necessitados, sem
nenhuma distinção de raça ou religião e sempre foi um jovem normal, com hábitos
semelhantes aos dos seus pares, gostava de estudar, jogar futebol, estar com os
outros e das tecnologias da informação (cfr. https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-08/veneravel-carlo-acutis.html). A Carlo Acutis, estão associadas: o
“computador” - enquanto símbolo, a palavra-chave - “ser” e o pensamento –
“preferir o original à fotocópia”.
Por sua vez, a arquidiocese de Braga definiu o plano pastoral para o triénio 2020/2023,
sob o lema Uma Igreja Sinodal e Samaritana,
sendo, neste primeiro ano marcado pelo lema - Onde há amor há um olhar e pela
frase extraída do Evangelho de Lucas (10, 33) - «Chegou ao pé dele e vendo-o, encheu-se de compaixão».
Assim sendo, este ano teremos de nos
focar, de um modo muito especial, na visão que temos da nossa ação de
educadores e na missão do escutismo, na igreja e na sociedade, nos tempos
pandémicos instáveis que vivemos.
As atividades são só os instrumentos
previsionais que nos propomos realizar e, como tal, não são a essência dos
planos. A essência é o crescimento em idade, sabedoria e graça das crianças e
jovens, os destinatários centrais da nossa ação de educadores.
Neste sentido, as atividades a incluir
no plano deverão ter uma geometria variável para se adequarem à realidade temporal,
em constante mutação, evitando, deste modo, a desilusão resultante da sua não
realização. Recordemos as palavras de John P.
Kotter (Gerir a Mudança) «nas
transformações falhadas, frequentemente encontra-se uma abundância de planos,
diretivas e programas, mas não se encontra uma visão».
Nas visões dos planos do CNE e da
arquidiocese de Braga temos presente a centralidade do outro para quem olhamos
com amor, que ajudamos desinteressadamente e com quem compartilhamos. Ao
vertê-las para os nossos planos estamos a valorizar o “outro”, levando-o à
“felicidade” e contribuindo para “um mundo melhor”. Nos momentos de maiores
dificuldades tenhamos presentes as palavras de Alexandre Herculano: «É
erro vulgar confundir o desejar com o querer. O desejo mede os obstáculos; a
vontade vence-os».
O Corpo Nacional de Escutas inicia este
mês de setembro o seu ano escutista, coincidente, mais coisa menos coisa, com o
ano escolar. Na região de Braga, área territorial correspondente à arquidiocese
de Braga, este início vai ser marcado pela eleição dos órgãos regionais, a
junta regional de Braga (JRB) e o conselho fiscal e jurisdicional de Braga
(CFJRB), para o próximo triénio – 2020/2023. Assim, dia 12 de setembro,
entre as 10,00 e as 16,00 horas, 3.824 eleitores (sendo 1.360 jovens
caminheiros, dos 18 aos 22 anos, e 2.464dirigentes) serão chamados a elegerem,
ou não, estes órgãos regionais.
Também em quatro dos nove núcleos da
região serão escrutinadas as respetivas juntas de núcleo (assim se designam os
órgãos executivos dos núcleos):
·
Núcleo
de Guimarães – que inclui os concelhos de Guimarães e de Vizela;
·
Núcleo
do Cego do Maio – que inclui os concelhos da Póvoa de Varzim, Esposende e parte
do de Vila do Conde;
·
Núcleo
de Vieira do Minho – que inclui os concelhos de Vieira do Minho e parte do de
Terras de Bouro;
·
Núcleo
de Braga inclui os concelhos de Braga, Amares e parte do de Terras de Bouro.
Desta forma, este fim de semana, cerca
de 50% das estruturas intermédias da região de Braga sofrerão esta escolha
democrática, tão fundamental para garantir a evolução permanente do movimento,
para reagir às novas aspirações e anseios das crianças e jovens do próximo
triénio. É a oportunidade para a renovação sempre necessária, mas sem
complexos, para a construção de novas abordagens e perspetivas, não perdendo o
enfoque no essencial: os lobitos, os exploradores, os pioneiros e os caminheiros
- eles são a razão de ser do escutismo!
Aos novos candidatos e aos que vão
repetir o mandato, desejamos as maiores felicidades no desempenho das missões
que se propõem abraçar, na certeza de que eles já são credores do nosso
reconhecimento e, certamente no final do triénio, o CNE terá ainda mais razões
para lhes agradecer os resultados obtidos.
Aos dirigentes que terminam estes seus
trabalhos, eles partem com a convicção do dever cumprido, de terem, com a sua
ação, contribuído para a construção de um mundo melhor, pelo que lhes é merecido
o justo agradecimento pelos serviços prestados ao escutismo, ao país e à igreja.
Sim, porque ajudar crianças e jovens a crescerem em idade, sabedoria e graça, é
permitir que sejam verdadeiros agentes cidadania, solidariamente ativo e agindo
à luz da fé que professam.
Aos eleitores – caminheiros e dirigentes
– é pedido que façam escolhas sérias e conscientes, que se assumam como
verdadeiros exemplos de cidadania e não abdiquem do exercício de votar, pois,
no escutismo eles são, cada um à sua maneira, exemplos vivos para os mais novos,
e todos sabemos a importância que o “exemplo” tem na educação, em geral, e no
escutismo, em particular.
A Junta Regional e o Conselho Fiscal e
Jurisdicional Regional, tomarão posse no próximo dia 27 de setembro, na Póvoa
de Lanhoso, durante uma das atividades mais marcantes da região de Braga: a Abertura Regional do Ano Escutista.
Lá, nas terras da lendária Maria da
Fonte, esperam-se tempos de reação e de mudança. De reação à pandemia que nos
oprime os movimentos e a ação, mas também a liberdade do “fazer” e do “ser”, e,
tal como este mito vivo da nossa História, mudança porque estas terras também
tiveram um papel importante na criação de Portugal, queremos comprometemo-nos
numa mudança consciente de luta sem tréguas, mas sem desguarnecer as defesas de
cada um e de todos os outros. Claro que também nós sabemos que uma “guerra” não
se ganha pelo número dos combatentes que tombam em combate, mas pelo número de
soldados que se conservam vivos.
Votos para que sejam soldados de paz e que
vivam para que os outros também possam viver cada vez melhor.