sábado, 17 de fevereiro de 2024

O Congresso do Centenário

O Congresso do Centenário"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 17 de fevereiro 2024 no jornal diário "Correio do Minho"


Na última crónica, e a propósito do Congresso do Centenário, realizado nos dias 28 e 29 de janeiro do corrente ano, na cidade de Coimbra, a que foi dada a importância de marcar o final das comemorações do Centenário do Corpo Nacional de Escutas.

A este propósito revisitamos o primeiro Congresso de Geral de Dirigentes, realizado de 4 a 6 de abril de 1929, isto é, 6 anos depois da fundação dos Escuteiros Católicos em Portugal e cujo grande objetivo estava centrado à volta do seu crescimento harmonioso e sustentado com base nas regiões escutistas, coincidentes com as dioceses portuguesas. Foi um momento importante para preparar e projetar a afirmação do Corpo Nacional de Escutas em todo o país, neste capítulo recorde-se que os novos Estatutos e Regulamento Geral viriam a ser publicados em agosto de 1934.
Tal como revisitamos também os dois últimos Congressos realizados:
a) Congresso do Escutismo Católico Português, "Que Escutismo para o ano 2000?", mas mais conhecido por "CNE 2000". Este congresso, realizado na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, nos 29 de Novembro a 1 de Dezembro de 1986;
b) Congresso “Escutismo: Educar para a vida no século XXI”, realizado a 9 e 10 de novembro de 2013, no Centro de Congressos de Lisboa.
Tive a grata oportunidade de participar nestes dois congressos: no primeiro, na qualidade de Secretário Nacional Pedagógico e, no segundo, enquanto Chefe Nacional. Reconheço que as mudanças estruturantes realizadas em 1984/88, ao nível da aplicação do método e à introdução de novas temáticas emergentes e da visão de um escutismo dinâmico e atual, no pós 25 de abril, materializadas nas “Propostas Educativas” de cada das 4 Secções, beneficiaram muito dos temas apresentados ao Congresso.
O segundo voltou a provocar os congressistas e o CNE para a necessidade de aprimorar o programa educativo, bem como a presença dos adultos no escutismo e novo percurso formativo de adultos. Como dizia alguém o adulto (dirigente) deve ser como o Anjo da Guarda que está sempre presente e que permanentemente protege crianças e jovens, mas que não impõe a sua presença. Este Congresso resultou como um elemento catalisador para aumentar a disponibilidade e mobilização de crianças, jovens e adultos para uma mudança ecologicamente sustentada – o cuidar da casa comum, não um método com objetivos, conteúdos, estratégias e ações, mas sim numa verdadeira Gramática da Ecologia de Deus e em Deus.
Também não faltei a este importante Congresso do Centenário do CNE, antes de mais, porque ele foi o elemento simbolicamente escolhido, para marcar a saída do primeiro milénio de vida do CNE e a entrada no segundo milénio.
Depois, porque, na minha opinião, ao criar-se esta oportunidade de abertura a todos os que quiseram participar: Lobitos, Exploradores, Pioneiros, Caminheiros, Candidatos a Dirigentes e Dirigentes, mas também a “não associados”, e como afirma Cláudia Xavier1 no texto de apresentação do Congresso: «Esta atividade pretende criar um espaço para reflexão partilhada, em que [as crianças e] os jovens apresentarão ao CNE as conclusões do Fórum 100 e os Chefes Regionais falaram também do seu trabalho de reflexão. Este espaço, marcará o ponto de partida para o 2º Centenário, passo esse que será dado tendo como base os contributos recolhidos e o impacto do escutismo na vida dos jovens na associação e na comunidade. É também esperado que se identifiquem estratégias para o desenvolvimento sustentável do CNE.»
Este congresso teve ainda como um facto relevante a registar, ter sido uma coorganização do Corpo Nacional de Escutas e da Câmara Municipal de Coimbra, e a justa referência à qualidade das instalações onde se realizou, o Convento de São Francisco: Coimbra Cultua e Congressos, e à qualidade dos serviços municipais envolvidos na preparação e na logística necessária ao bom funcionamento de todos os momentos. Estou certo qua o CNE ficará sempre agradecido.

Sem querer antecipar as conclusões oficiais, e com os “olhos” de simples congressista, não posso deixar de testemunhar que dar palco às crianças e jovens, fizeram deles verdadeiros protagonistas do seu próprio desenvolvimento, diria mesmo que foram “pedras angulares” para o desenvolvimento do CNE, por isso, posso plagiar Baden-Powell, afirmando que, estes protagonistas e todas as crianças e jovens que eles representaram, foram capazes de impelirem as suas próprias canoas.



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