sábado, 7 de janeiro de 2023

A Carta de Clã e o PPV - Projeto Pessoal de Vida

A Carta de Clã e o PPV - Projeto Pessoal de Vida"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigo publicado a 6 de janeiro 2023 no jornal diário "Correio do Minho"


No final de 2022, na crónica “Os Caminheiros do CNE” deixei em aberto a necessidade de abordar duas ferramentas fundamentais na vida dos caminheiros, enquanto membros do Clã e protagonistas das orientações e do desenvolvimento da educação de todos e de cada um deles, num percurso de preparação para se tornarem no cidadão solidariamente ativo, agindo à luz da fé que professam e dos valores constitucionais de liberdade, igualdade e fraternidade, materializados na vivência da parábola do “Bom Samaritano”.

Não deixa de ser curioso que a primeira vez que tive contacto com o conceito de Carta de Clã foi através de uma publicação intitulada “Caminheiros”, publicada como suplemento à revista “Flor de Lis”, no ano de 1973, um ano depois de ter feito a minha promessa de dirigente.
Este documento era apresentado da seguinte forma: “O trabalho que aqui se apresenta é um resumo do que está regulamentado, traduzido e adaptado, pela Região de Lisboa, e posto em prática há alguns anos”, sendo o seu autor identificado pela designação “Uma Equipa do C.N.E.” (folha C1).
É no capítulo Q, dedicado à Equipa – base da vida do caminheiro (que hoje designamos por “Tribo”, no verso da folha Q2 que podemos ler, sob o título “A CARTA DE CLÔ: “O Progresso Comunitário, mais vulgarmente designado por Carta de Clã, é um dos segredos do método mais desconhecidos entre nós e, que saibamos, só foi posto à experiência em Clãs da região de Lisboa.”

O pensamento defendido por estes pedagogos foi-se diluindo no tempo, fruto de outras opções ou orientações, sendo recuperado pela Junta Central eleita em Janeiro de 1984 e empossada a quatro de fevereiro desse ano, com o propósito de renovar as propostas educativas das quatro Secções, tendo os projetos sido divulgados, em texto policopiado, para debate e enriquecimento nos anos de 1986 e 1987, sendo os manuais impressos entre 1989 e 1991, tendo sofrido alguns ajustes no mandato seguinte, como por exemplo o título da publicação passou de Proposta Educativa da IV Secção para Metodologia Educativa da IV Secção, e de igual modo, nas outras três Secções.

A Região de Coimbra editou um KIT de formação “Curso Chefes de Equipa” em setembro de 2001, cuja ficha b3 trata do PPV-Projeto Pessoal de Vida e a b7 aborda a Carta de Intenções (Carta de Clã).
Por sua vez, o “Manual do Caminheiro – Adesão / Bronze” editado em 2003, inclui, como oitava prova da fase de adesão à IV Secção a “Elaboração do Projeto Pessoal de Vida”, páginas 125 a 131.

Finalmente, com a nova reformulação do Programa Educativo do CNE e do Sistema de Formação de Adultos no Escutismo, iniciada em 2000/2001, à luz da metodologia RAP (Renewed Approach to Programme) e operada nos mandatos de 2008/2010 e 2011/2013. Que, para além do texto regulamentar apropriado, teve um vasto leque de publicações de suporte à sua divulgação e implementação. Assim, a Secretaria Pedagógica publicou as seguintes obras:
• Educamos Para Quê? (2003/2004);
• Programa Educativo do CNE (2010);
• Caderno de Caça – Lobitos (2010);
• Caderno de Descobertas – Exploradores e Moços (2010);
• Diário de Vivência – Pioneiros e Marinheiros (2010);
• Diário de Percurso – Caminheiros e Companheiros (2010);
• Projeto Educativo – Manual do Dirigente (2011);
• Adultos no Escutismo (2013);
• Sistema de Formação de Adultos no Escutismo (2013);
• Mística e Simbologia do Corpo Nacional de Escutas (2014).

Este processo recolocou tanto a Carta de Clã como o PPV no centro da Vida dos Caminheiros, das Tribos e dos Clãs.
No ano escutista de 2014/2015, a equipa nomeada pelo Secretário Nacional Pedagógico produziu o relatório de avaliação intercalar que foi apreciado em Conselho Nacional (Assembleia Geral) do CNE

Hoje, ficamo-nos por este referencial ao histórico do processo de desenvolvimento e depois voltaremos ao assunto para “olharmos” para estes dois documentos considerados fundamentais na vida da IV Secção.?




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