“A Fraternidade de Nuno Álvares"
artigo publicado a 29 de outubro 2021 no jornal diário "Correio do Minho"
Ainda hoje, há quem confunda a Fraternidade Nuno Álvares (FNA) com o Corpo Nacional de Escutas (CNE), a verdade é que são duas associações verdadeiramente autónomas, mas que, de facto, estiveram unidas na origem da FNA e que sempre cultivaram mecanismos de cooperação e ajuda ao longo da sua existência. Estas duas associações estão umbilicalmente ligadas pois os associados da FNA passaram pelas fileiras do CNE
Ainda neste ano (1939) o CNE criou a “União dos
Antigos Escutas” como uma nova secção do movimento – ideia que não vingou, tal
como a de 1941. Foi necessário esperar pelo regulamento de 1955, e da reedição
parcial de 1965, para ser criada a “Fraternidade de Nuno Álvares (Associação de
Antigos Escutas)”, na versão publicada em 1978, «suprimindo tudo o que nos
pareceu que contrariava os novos Estatutos, em fidelidade ao Art.43» (estes
estatutos foram aprovados em março 1975). Onde é definida da seguinte forma, na
Parte VI: «239 - É criada, como associação autónoma, a FRATERNIDADE DE NUNO
ÁLVARES (ASSOCIAÇÃO DE ANTIGOS ESCUTAS) com o objetivo de manter unidos por um
elo de fraternidade entre si e fidelidade aos princípios do Escutismo Católico,
recebidos no C.N.E., todos os elementos que, por condições particulares da sua
vida, não possam continuar em atividade na Associação». Nesta parte do
regulamento fixa-se a estrutura e o funcionamento da FNA.
Em novembro de 1966 a Conferência Episcopal
Portuguesa aprovou os primeiros estatutos desta Associação, sendo
posteriormente atualizados e aprovados pelo Conselho Permanente da CEP, na sua
reunião de 12 de abril de 2011. Sendo definida no “Anuário Católico” como: «A
Fraternidade de Nuno Álvares (FNA) é canonicamente uma Associação de Escutismo
Adulto, privada, de âmbito nacional, sem fins lucrativos, constituída por
antigos filiados no Corpo Nacional de Escutas (CNE) Escutismo Católico
Português, baseado no voluntariado dos seus Associados».
Se evoco aqui este nascimento da FNA é para
estabelecer duas linhas mestras da sua essência. Por um lado, esta ligação à
Igreja e a Maria, em 1939 no Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, por outro,
para marcar esta ligação íntima e complementar ao seu ponto de origem o CNE e
tal como nos documenta o Padre Benjamim Salgado, que volto a citar: “recordando
tempos saudosos já passados, não regatearam louvores ao Escutismo em que
militaram” esta complementaridade vê-se no dia-a-dia das associações irmãs.
O relacionamento institucional entre as
Organizações Mundiais do Escutismo (OMME) e do Guidismo e a Fraternidade
Internacional dos Escuteiros e Guias (FIEG), também é marcado por um clima de
cooperação entre entidades e na reunião entre estas duas organizações,
realizada no dia 14 de julho de 2011, em Genebra, resultou um memorando de
entendimento sobre as missões de cada uma delas que se baseiam em distintas,
ainda que relacionadas, finalidades.
Estes pontos de entendimento, para além de outros
sete, bem como o reconhecimento que só há duas organizações mundiais para
representar o Escutismo - a OMME e a AMGE -, e da concordância em continuar a
evitar usar qualquer terminologia ou tomar qualquer ação ao nível internacional
relativamente a “escuteiros adultos”, que possa prestar-se a confusões com o
papel dos adultos na OMME, permitiram à Fraternidade Internacional dos
Escuteiros e Guias ver renovado o seu estatuto consultivo junto da OMME.
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