sábado, 27 de julho de 2024

Folhinha interparoquial nº 24 de 29 de julho a 4 agosto de 2024

Folhinha interparoquial nº 24 de 29 de julho a 4 agosto de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Maria de Lamaçães
- S. Tiago de Fraião

Folhinha interparoquial nº 23 de 22 a 28 julho de 2024

Folhinha interparoquial nº 23 de 22 a 28 julho de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Maria de Lamaçães
- S. Tiago de Fraião

segunda-feira, 15 de julho de 2024

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Folhinha interparoquial nº 21 de 8 a 14 julho de 2024

Folhinha interparoquial nº 21 de 8 a 14 julho de 2024

Paróquias de:
- Divino Salvador de Nogueiró.
- Santa Maria de Lamaçães
- S. Tiago de Fraião

“O CNE e o V Congresso Eucarístico Nacional (Conclusões) (I) e (II)"


por: Carlos Alberto Lopes Pereira
artigos publicados a 6 (conclusões), 21 de junho (I) e 6 de julho (II) de  2024 no jornal diário "Correio do Minho"


Conclusões do V Congresso Eucarístico Nacional"

No final da Eucaristia solene de encerramento do Congresso, celebrada, no recinto do Sameiro, sendo presidida pelo Cardeal José Tolentino de Mendonça, enviado especial do Papa Francisco, foram lidas as conclusões do V Congresso:
«De 31 de maio a 2 de junho de 2024, realizou-se em Braga, nos dias seguintes à Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Cristo, o 5.º Congresso Eucarístico Nacional (CEN) por ocasião dos 100 anos da sua primeira edição. Com o tema “Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»” (Lc 24,35), o congresso reuniu cerca de 1400 participantes, 4 cardeais e 30 bispos, estando representadas todas as dioceses portuguesas.
Ao longo de três dias, além de conferências, painéis com testemunhos e workshops, tiveram lugar relevantes momentos celebrativos e culturais: Eucaristia, adoração, laudes, vésperas, oração do terço, cantata eucarística, exposição e uma peregrinação a pé ao Santuário do Sameiro onde a Eucaristia de encerramento foi presidida pelo cardeal José Tolentino de Mendonça, delegado do Papa Francisco ao 5.º CEN.
Estes foram dias festivos em que a Igreja em Portugal se reuniu para refletir e rezar a centralidade da Eucaristia na vida dos crentes e amissão confiada a cada um que comunga o Corpo de Jesus, de ser esperança no mundo e para o mundo, numa época desafiante e de vertiginosas transformações.
Em ano de oração convocado pelo Papa e em pleno processo sinodal, depois da JMJ Lisboa 2023 e antes do Jubileu de 2025 – “Peregrinos da Esperança” – saem deste congresso algumas linhas orientadoras para a Igreja em Portugal:
1. Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo. A Eucaristia deve ser preparada e celebrada como verdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado, evitando que seja apenas o cumprimento de um preceito. Para uma presença alegre, consciente, ativa e frutuosa da celebração urge uma mais cuidada formação litúrgica.
2. Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística. Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária.
3. Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia, integrando os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã aos ambientes digitais e ao mundo secularizado.
4. Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade. O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém.
5. Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia. Quem participa, celebra e comunga tem de se sentir comprometido e impelido à missão. A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados.
6. Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja se renova na comunhão, na participação e na missão.
7. Ser sinal de Esperança. O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo.
Ao realizar o 5.º Congresso Eucarístico Nacional fica também patente o desejo de uma periodicidade mais regular na sua realização, esperando que seja um contributo para a construção da paz, da esperança e um veemente apelo à promoção de uma ecologia integral.
Confiamos a Maria, Mãe da Esperança, os bons frutos deste Congresso para que a Igreja em Portugal seja cada vez mais eucarística, samaritana e mariana.
Braga, 2 de junho de 2024.1»

https://congressoeucaristico.pt/conclusoes-do-5-o-congresso-eucaristico-nacional/



“O CNE e o V Congresso Eucarístico Nacional (I)"

Na última crónica partilhei com os leitores as conclusões do V Congresso Eucarístico Nacional1, que foram apresentadas aos participantes e aos peregrinos no Monte do Sameiro, no final da Eucaristia Campal, aí celebrada e presidida pelo Cardeal D. José Tolentino de Mendonça, representante especial do Papa Francisco, encerrando o Congresso.
Hoje, gostaria de partilhar as oportunidades criadas pelas conclusões apresentadas a toda a Igreja em geral, mas de uma forma específica ao Escutismo Católico Português, por forma a enriquecer o Programa Educativo e o Método Escutista.

Definindo-se o Escutismo como um movimento de educação integral, isto é, atende a todas as éreas do desenvolvimento de crianças e jovens, onde estes são protagonistas da sua autoeducação, que o fundador procurou sempre valorizar com um conselho que ficou célebre com a seguinte expressão: «impele a tua própria canoa».
Por tudo isto, a primeira conclusão «Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo.», isto é, esta centralidade é uma caminhada, mas uma caminhada onde cada um deixa o suave perfume do Senhor, que se procura e, se tivermos vontade, sempre o entramos no troço do caminho percorrido. É um corajoso apelo a rompermos com a centralização do nosso olhar, não naqueles que nos podem ajudar num caminho, mas nos que nós podemos amparar no caminho. É um apelo a olharmos para a Eucaristia como um espaço agradável onde podemos sempre encontrar os outros e o Senhor, de certa forma é como os encontros que o Senhor proporcionou, a tanta gente, junto ao rio, na praia, na montanha, na cidade ou no campo. Neste sentido, o CNE deve procurar linhas de abordagem mais simples e diretas, procurando interlaçar a Fé e a sua vivência por forma a (re)descobrir a alegria na simplicidade dos encontros.

Na segunda conclusão «Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística» Para que as igrejas sejam espaços de acolhimento fraterno e familiar, sobretudo para os que deles mais necessitam. Por isso, as preocupações fundamentais da Igreja nos dias vindouros, devem ser os momentos de oração/adoração, que podemos encontrar nas palavras de Lucas (10, 40-42) quando Marta, em sua casa, interpelou Jesus dizendo: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe só com todo o trabalho? Diz-lhe então que me venha ajudar.» Mas o Senhor respondeu: «Marta, Marta, andas preocupada e agitada com tantas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada.»

É esta lucidez de discernir sobre as escolhas que quotidianamente fazemos que temos que saber ordenar nas prioridades que Jesus aqui estabelece. Claro as opções das duas irmãs são ambas importantes, numa analogia simples permitir-me-ei dizer que Marta escolheu a “Igreja” e empenhou-se para que todos se sentissem bem, mas Maria escolheu a “adoração eucarística”, ouvir o Senhor e por isso a melhor parte que não lhe será tirada.
Na terceira conclusão «Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia» a necessidade de evolução aqui expressa é de uma importância capital, antes de mais porque o meu tempo foi muito diferente do tempo dos meus filhos e muitíssimo mais dos tempos dos meus netos, os tempos de hoje. Hoje o “protótipo” de Jesus [desculpem-me a rudeza desta expressão] que me apresentaram era diferente do de hoje, tal como o da Igreja, mas também não podemos substituir o personagem central do Presépio pelo Pai Natal que veio do frio. Nos nossos dias, estes tempos de globalização, devem ser oportunidades para que o Homem Novo possa emergir, quebrando barreiras que os tempos foram levantando para que a simplicidade do dizer «Pai Nosso» ou do «Partir do Pão» sejam exemplos, que o CNE possa trabalhar, de forma integrada nas seis áreas de desenvolvimento e nos oito elementos do método escutista, permitindo que as crianças e os jovens que nos são confiados possam, como Jesus Menino, «crescer em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens» (Lc 2 – 52).

https://congressoeucaristico.pt/conclusoes-do-5-o-congresso-eucaristico-nacional/


“O CNE e o V Congresso Eucarístico Nacional (II)"

Na crónica anterior iniciei uma breve reflecção sobre algumas das oportunidades criadas pelas conclusões do V Congresso Eucarístico Nacional1, apresentadas a toda a Igreja em geral, mas de uma forma específica ao Escutismo Católico Português, por forma a enriquecer o Programa Educativo e o Método Escutista.
Assim, a quarta conclusão: “Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade”, o Escutismo, em geral, pretende criar condições para que crianças e jovens tenham oportunidades de encontro com o Transcendente e que estes encontros sejam elementos significativos na sua formação espiritual.
No entendimento do fundador «os escuteiros de hoje. Para onde quer que vão eles amam os bosques, os montes e os prados, e gostam de observar e conhecer os animais que os habitam e as maravilhas das flores e das plantas.
O homem de pouco vale, se não acreditar em Deus e obedecer às suas leis. Por isso, todo o escuteiro deve ter uma religião2
No caso do Escutismo Católico Português, a construção desta comunidade que caminha junta, que cria oportunidades e vivências partilhadas, em comunhão com os outros, centrados no exemplo de Cristo que deu a vida por nós. Todos somos chamados, a Eucaristia convoca-nos a todos, mesmo a todos, não excluindo ninguém.
Neste sentido a quinta conclusão do congresso: “Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia” reforça a sintonia permanente entre “o ser“ e o que ele diz ou faz. É a sintonia entre o que se diz e o que se faz, é a procura do que se faz com os outros e pelos outros, de um modo especial pelos mais frágeis, pelos mais pobres e pelos mas sacrificados. A nossa fé na Boa Nova deve materializar-se em atos de Amor, de um modo especial, fora de portas. É altura da valorizarmos, cada vez mais as “Boas Ações”, coletivas e individuais, recordemos as palavras de Tiago (2, 14-17): «Meus irmãos, se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso? Acaso a fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã não tiverem o que vestir e lhes faltar o necessário para a subsistência de cada dia, e alguém de vocês lhe disser: “Ide em paz, aquecei-vos e saciai-vos”, e não lhes der o necessário para a sua manutenção, que proveito haverá nisso? Assim também a fé, se não tiver obras, está morta em seu isolamento.»
Como são fortes estas palavras de São Tiago, sobretudo nos dias de hoje, onde, em todos os cantos do mundo, há pessoas que sofrem com as guerras, as perseguições, todo o tipo de abuso e de exploração e com a indiferença daqueles a quem a vida sorriu e favoreceu e que não querem partilhar fraternamente com os seus irmãos que sofrem e que morrem.
Não sejamos como “frei Tomás: olhai para o que eu digo e não para o que eu faço”.
Por último, para hoje, a sexta conclusão remete-nos, a cada um de nós o: “Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia”, a sinodalidade enquanto processo de construção de uma comunidade a partir da participação de todos no processo permanente de construção e aperfeiçoamento das vivências individuais e coletivas, no aperfeiçoamento da nossa missão e da missão da Igreja, tendo como ponto de partida a essência das nossas comunidades cristãs: a Eucaristia. Só assim poderemos redescobrir a nossa missão na Igreja e na nossa relação com o mundo que nos envolve, com todas as outras comunidades de crentes.
Desta forma, poderemos desenvolver cooperação com os outros crentes e, em conjunto encontrarmos caminhos de respeito pelas pessoas que nos conduzam à Paz entre os homens e à preservação desta Terra que nos acolhe e que recebemos como herança de nossos pais, para legarmos aos nossos filhos, mas que tantas vezes maltratamos.

https://congressoeucaristico.pt/conclusoes-do-5-o-congresso-eucaristico-nacional/
Baden-Powell, Escutismo para Rapazes, Corpo Nacional de Escutas, Lisboa, março 2007, p. 287.


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segunda-feira, 1 de julho de 2024