domingo, 6 de fevereiro de 2022

Luto Nacional - Chefe Ângelo Figueiredo

 


Extrato da OSN 735, de 28 de fevereiro de 2022

1. DETERMINAÇÕES

Pelo falecimento do Dirigente Honorário Ângelo Ferreira Figueiredo, ao abrigo do artigo 9º, do Regulamento de Protocolo do CNE, a Junta Central, solidária com o Agrupamento 6 – Bonfim e a Região do Porto, decreta luto oficial nacional por um período de 7 dias, a contar do dia 5 de fevereiro de 2022.
O luto manifesta-se institucionalmente, pelo hasteamento a meia-haste das bandeiras ou por uma banda de crepe preto a cobrir a parte superior de bandeiras quando estas se encontrem em mastros portáteis.
Individualmente, os associados, querendo, podem usar uma braçadeira estreita de crepe preto, colocada no braço esquerdo, sobre o uniforme, como forma de manifestação pessoal de luto seja este institucional ou pessoal.

Lisboa e Sede Nacional, 5 de fevereiro de 2022

O Chefe Nacional
Ivo Faria

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NOSSO PARA SEMPRE CHEFE ÂNGELO , por Pde Zé Nuno (facebook)

Raramente venho venho a esta praça. Hoje, a saudade move-me e faz-me querer partilhar a notícia da Páscoa de um Homem bom, Ângelo Figueiredo, o nosso Chefe Ângelo. Vou sentir a falta da sua profunda humanidade, da sua retidão alta e vertical, como a sua figura - era por dentro como era por fora, agia como pensava e sentia, reflectidamente sempre, sem fingimento nem disfarce, nem cartas escondidas, mesmo nos momentos mais armadilhados, num nível de transparência e autenticidade, coerência e lealdade, que a poucos é dado atingir. Conheci-o era eu ainda um jovem caminheiro e ele o Chefe Regional do Escutismo Católico na Região/Diocese do Porto. Os anos passaram e, quando fui assistente regional adjunto do outro imenso Ângelo da minha vida - também importante na sua - o Padre Ângelo, o Chefe Ângelo era sempre a primeira e a última instância da concórdia e da sabedoria que ouvíamos, quando o jogo nos interrogava. A sua palavra e as suas palavras valiam, porque valiam o que ele era. O Chefe Ângelo Figueiredo fica na história do CNE, no Agrupamento do Bonfim, na Região do Porto e também nacionalmente, como um ícone revelador do que significa ser dirigente do Escutismo Católico. Não era beato, longe disso. Mas era profundamente crente e isso fez dele um ponto de luz na vida do CNE, na vida de tantos que atravessámos a juventude através dos caminhos do Escutismo ou servimos o CNE como dirigentes, alguns concretamente assistentes. O nosso Chefe Ângelo era uma fonte e um artesão de pontes. Ontem, fez-se à última ponte da existência humana, a que liga o céu e a terra, o tempo e a eternidade. Ao olhar o céu, ontem à noite, não vi mais uma estrela. O que seremos em Cristo além-morte não é matéria cósmica. Mas gosto de olhar as estrelas como janelas, em que, cada noite, principalmente quando a saudade dos que partem antes de nós é mais viva, eles se debruçam a espreitar cá para baixo, a olhar para nós ainda peregrinos do acampamento eterno, com um olhar luminoso e cheio de benevolência. Ontem, na estrela-janela em que adivinhava às vezes o Padre Ângelo, nessa estrela no céu noturno, esta noite, adivinhei outro Ângelo, o nosso, o meu para sempre Chefe Ângelo, que tem anjo no nome, mas de facto foi homem, um homem grande, um homem bom e reto, um dos melhores homens que Deus me Deus conhecer e amar. Um Amigo que se me ofereceu como um lugar de confiança recíproca. Rezo por ele e por todos os que, como eu, sentem já e sentirão ainda mais a sua falta. Aí onde se encontra, não falte nunca à janela. Ainda que permanecer a olhar para Deus seja o que o coração humano mais radicalmente deseja, à noite, venha à janela. Olhe para nós. Olhe por nós. E conte a Deus, conte-nos a Deus. Com aquele modo simples e verdadeiro de dizer e de contar que nos ensinou a viver. Venha sempre à sua estrela-janela, querido Chefe Ângelo, abra-a de par em par cada noite. Precisamente por isso, por ser de noite. Assim, a noite em que a saudade nos mergulha tornar-se-á luminosa e, lembrando-nos de si, teremos mais um razão para querer chegar, sem medo, confiando, a uma dessas janelas, do lado de lá da morte. Se me deixarem escolher, quererei ficar na mesma que o meu Chefe. Um abraço, Chefe Ângelo, e um beijo à sua Rosinha. Uma Abraço cheio de esperança.


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