quinta-feira, 18 de abril de 2019

A Insígnia de Madeira - História

A Insígnia de Madeira

HISTÓRIA

A Insígnia de Madeira surge no Movimento Escutista pelas mãos do próprio Baden-Powell, associada ao primeiro curso de formação de Dirigentes, realizado em Gilwell Park em 1919. Originalmente, era constituída por um atilho de couro (amuleto de felicidade) e por algumas contas de madeira passadas pelo fogo, 

retiradas do colar de Dinizulu, oferecido pelo próprio a B.-P., símbolo de realeza e do fogo original dos antepassados da tribo, passado de geração em geração como emblema do seu domínio e do conhecimento partilhado entre gerações.


Posteriormente, passou a associar-se a esta "insígnia de madeira" um lenço escutista, de cor rosa-acinzentado e com um pequeno rectângulo de pano com o padrão do tartan dos Maclaren aposto no vértice. Este lenço era, originalmente, um "lenço de Grupo", o do Grupo n.º 1 – Gilwell Park mas a 

partir de 1924 o seu uso foi restrito aos portadores da Insígnia de Madeira. A anilha, em couro e com o nó "cabeça de turco" ou "de turbante", foi criada em 1920, como complemento óbvio do Lenço de Gilwell. No entanto, desde o início (e de forma oficial de 1943 a 1989) foi dada como símbolo a quem completasse a Formação Básica em Gilwell (equivalente ao nosso CIP) e ainda hoje pode ser usada com o lenço de Dirigente.


SIMBOLISMO
Actualmente, as duas peças da Insígnia – colar e lenço de Gilwell – mantêm um simbolismo rico e muito próximo do original.
O colar simboliza a partilha do dever e de conhecimentos entre as sucessivas gerações de Dirigentes, a transmissão do "fogo original" herdado de Baden-Powell. Na sua singeleza, é símbolo do desprezo pelas riquezas materiais e exemplo da forma como em pequenos nadas podemos encerrar as verdadeiras riquezas da humanidade. É ainda símbolo da nossa casa, a Natureza. O nosso orgulho não são medalhas nem diplomas, mas sim um bocado de madeira.

O lenço simboliza a nossa pertença simbólica a Gilwell, lembra-nos o nosso compromisso de fraternidade mundial e torna-nos a todos igualmente dirigentes de um mesmo ideal. Somos todos do mesmo Grupo.

COLARES DE GILWELL
Em todo o mundo, salvo raras excepções, só existem colares de duas, três ou quatro contas. Em todo o mundo simbolizam que o seu portador fez formação específica como dirigente escutista. No entanto, o tipo de formação a que cada um corresponde e as condições para o seu uso são diferentes de país para país, em casos extremos divergem mesmo de associação para associação dentro do mesmo país.
No CNE, o significado dos colares será o seguinte:
Colar de duas contas – a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação específica dirigida àqueles que têm por missão a chefia das unidades em que se integram os jovens ou dirigida àqueles que têm por missão a dinamização e a coordenação dos Dirigentes e a animação local de um Agrupamento escutista.
Colar de três contas – a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação específica que os habilitem como Formadores de adultos.
Colar de quatro contas – a ser usado por todos os Dirigentes qualificados em formação específica para o planeamento, construção, gestão e avaliação da Formação.
2 contas3 contas4 contas

ATRIBUIÇÃO DO COLAR
A atribuição de um Colar de Gilwell e do direito a usar o Lenço de Gilwell deve sempre ser feita em ocasião solene, testemunhada pelos demais Dirigentes da área onde exercerá as suas funções. Aconselha-se a sua entrega em Conselho de Núcleo, Regional ou Nacional.
Têm o direito a usar a Insígnia de Madeira com o Colar de duas contas os Dirigentes que sejam qualificados com o C.A.P. ou o C.A.L. e exerçam, respectivamente, funções na Equipa de Animação da Unidade para a qual fez formação ou na Direcção do Agrupamento.
Têm o direito a usar a Insígnia de Madeira com o Colar de três contas os Dirigentes que sejam qualificados com o C.A.F. ou obtenham a equivalência ao mesmo e exerçam a função de Formador integrados numa equipa ou Departamento de Formação.
Têm o direito a usar a Insígnia de Madeira com o Colar de quatro contas os Dirigentes que sejam qualificados com o C.D.F. e exerçam a função de Formador integrados numa equipa ou Departamento de Formação ou num órgão executivo.
A propriedade da Insígnia de Madeira é da pessoa a quem é concedida. Todavia, o direito ao seu uso cessa quando cessam as condições que determinaram a sua atribuição.
Quem tiver o direito a usar mais de um Colar usará apenas o de mais contas.

USO DA INSÍGNIA DE MADEIRA
O uso do Colar e da anilha são apropriados em todas as circunstâncias em que o seu portador se apresente em uniforme regulamentar.
O Lenço de Gilwell deve ser usado exclusivamente:
a) em acções de Formação de Dirigentes, sejam cursos, encontros, jornadas, reuniões ou outros;
b) em actividades da Formação ou ligadas à Formação em sentido amplo: encontros informais de Formadores, Feiras de Formação, acções de representação ou divulgação da Formação, encontros de formandos, etc.
Em caso algum se deve usar qualquer peça da Insígnia de Madeira com o uniforme protocolar previsto no Art.º 7º do Regulamento dos Uniformes, Distintivos e Bandeiras.

AQUISIÇÃO DA INSÍGNIA DE MADEIRA
As peças constituintes da Insígnia de Madeira são conforme o previsto no Art.º 13º e no Anexo 2 do Regulamento dos Uniformes, Distintivos e Bandeiras.
A sua produção será garantida pelo D.M.F., que as cederá apenas mediante apresentação de autorização escrita emitida pelo Departamento Nacional de Formação.
Junto com cada Colar será entregue uma pequena brochura com a história da Insígnia de Madeira, seu simbolismo, seu uso correcto, este Código e outras informações que se julguem de interesse para o seu portador.


Fotografia do 1º Curso de Insígnia de Madeira, em Gilwell Park, 8-19 Setembro 1919



retirado de Inkwebane